PSD liga autárquicas à “confiança no Governo”. Pedro Nuno aconselha PS a “não enfiar cabeça na areia”
Leonor Beleza faz leitura nacional da votação das autárquicas e Marcelo adverte que tem de haver "concertação para a governabilidade" nas câmaras. Já o ex-líder socialista deixa avisos à esquerda.
A vice-presidente do PSD Leonor Beleza defendeu esta terça-feira que a confiança dos eleitores no primeiro-ministro e no Governo “contribuiu fortemente” para o resultado dos social-democratas nas autárquicas, e pediu responsabilidade aos autarcas eleitos pelo partido.
“Há um fator de confiança em quem está a governar o país, no primeiro-ministro e no Governo, e nas políticas que têm vindo a ser seguidas. Certamente elegendo prioridades que os cidadãos aceitam como prioridades que correspondem aos seus interesses, contribuiu fortemente para que este resultado pudesse ter lugar”, defendeu a dirigente social-democrata.
No final da comissão permanente do partido, que analisou a votação, a dirigente social-democrata sublinhou ainda que os resultados positivos do partido se estendem de uma “maneira nova pelo território nacional”, enfatizando que “os eleitos do PSD não se situam apenas em certas zonas do território” e que “os “resultados bons estão espalhados pelo território todo”.
Leonor Beleza disse também que, embora o partido esteja satisfeito, o que deve mover os eleitos do PSD é a responsabilidade e humildade. Porque o que “conta verdadeiramente não é tanto aquilo que aconteceu no último domingo, mas aquilo que vai acontecer nos próximos quatro anos”.
Marcelo fala em “concertação para a governabilidade” nas autarquias
Também no rescaldo das autárquicas, o Presidente da República sublinhou esta terça-feira que “no plano do poder local, os portugueses decidiram, de uma forma mais expressiva, votar numa determinada força política”. Ao ter o maior número de mandatos, presidentes de câmaras e de juntas de freguesia, o PSD vai assumir a liderança da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (Anafre).
“Foi o voto dos portugueses, que quiseram nuns casos manter soluções do passado e noutros encontrar soluções diferentes. Fizeram-no em liberdade”, assinalou ainda Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas em Sesimbra.
Em relação a eventuais dificuldades na governabilidade, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que é preciso haver “concertação para a governabilidade“, justificando que “há situações muito diferentes, tal como no poder nacional — umas vezes há maioria e noutras não”.
Pedro Nuno Santos nega retração do Chega
Também esta terça-feira, num texto partilhado no Instagram, Pedro Nuno Santos, que suspendeu o mandato antes da votação do Orçamento do Estado para 2026, deixou um recado ao sucessor José Luís Carneiro. “Não se iludam com a ideia de que o Chega saiu derrotado. (…) Não houve nenhuma retração do Chega, não enfiemos a cabeça na areia”, alertou.
“Pode-nos acalmar o espírito acreditarmos que o Chega teve um revés eleitoral e que foi o grande derrotado da noite, mas não é verdade”, afirma o antigo secretário-geral do PS, acrescentando que “não é negando a realidade, no presente, que a vamos alterar, no futuro”.
Pedro Nuno Santos considera ainda que comparar estas eleições autárquicas com as últimas eleições legislativas “é comparar alhos com bugalhos”, justificando que “são duas eleições de natureza distinta, em que os temas em jogo são muito diferentes”.
E dá um exemplo concreto. “Se quisermos comparar com as últimas legislativas, então teríamos de concluir que o grande vencedor da noite teria sido o PCP, porque teria conseguido duplicar a votação de maio para outubro. Em maio teve 3% dos votos (183 741) e ontem teve quase 6% (316 271 votos). Ora, afirmar isto seria ridículo. O PCP, tal como a restante esquerda, está em retração e teve perdas consideráveis“, avisou ainda.
Por outro lado, Pedro Nuno Santos realça que André Ventura “cometeu o erro de definir como objetivo um número elevado de autarquias”, mas que está longe de ser um dos derrotados da noite, uma vez que o Chega passou de 19 vereadores em 2021 para 137 em 2025.
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