Quase metade dos que teletrabalham não têm acordo formal sobre este regime
Um quinto dos empregados portugueses trabalham à distância, pelo menos, alguns dias por semana, mas, destes, quase metade não celebrou um acordo formal sobre esse regime com o empregador.
Mesmo após a pandemia, a adoção do teletrabalho em Portugal continua expressiva. No entanto, de acordo com um novo estudo da Gi Group Holding e da Worx, quase metade dos que teletrabalham não têm um acordo formal com o empregador sobre esse regime, apesar da legislação laboral indicar que a aplicação do trabalho remoto “depende sempre de acordo escrito”.
“No que toca à implementação do teletrabalho, 47% dos colaboradores que usufruem deste modelo refere não ter um acordo formal sobre este regime“, lê-se no estudo, que foi apresentado esta terça-feira na conferência “Teletrabalho em Portugal: desafios e oportunidades de futuro”, que decorreu em Lisboa.
Tiago Varanda, marketing director da Gi Group Holding, sublinhou, perante estes dados, que a adoção do teletrabalho está, portanto, generalizada em Portugal — especialmente, entre as grandes empresas –, mas metade dos trabalhadores não têm um acordo formal para esse fim.
Por outro lado, segundo esse estudo, 45% dos trabalhadores têm um acordo sobre este regime e 8% não sabem ou preferiram não responder, como mostra o gráfico abaixo.

A estes dados, soma-se ainda um outro sobre o controlo dos trabalhadores que exercem as suas funções de modo remoto. Regra geral (40% dos casos), a implementação e controlo do teletrabalho fica à responsabilidade dos líderes de equipa, “seja ela mais ou menos formal”. É um cenário semelhante ao que acontece noutros países europeus, é realçado no estudo.
Em contraste, em 29% dos casos não existe propriamente um sistema de controlo, isto é, cada pessoa é responsável pelo cumprimento das suas tarefas e das regras associadas ao regime de teletrabalho.
E em 19% dos casos é feita uma monitorização mais indireta, com recurso a sistemas específicos como crachás e ligações VPN.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), cerca de um quinto da população empregada em Portugal trabalha à distância. O regime híbrido é, neste momento, o mais popular, com uma média de três dias remotos por semana.
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