FMI está ligeiramente mais pessimista, mas continua a só prever regresso aos défices em 2027
Instituição está ligeiramente menos otimista do que o Governo para este ano e o próximo. Ainda assim, só prevê regresso aos défices em 2027, um anos mais tarde do que a generalidade das instituições.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está ligeiramente mais pessimista do que o Governo sobre o saldo das contas públicas. Mas apenas prevê que o país regresse aos défices a partir de 2027, um cenário que a generalidade das instituições económicas antecipa que ocorra já no próximo ano. A instituição liderada por Kristalina Georgieva projeta um excedente de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e um saldo nulo no próximo ano.
No relatório de atualização das perspetivas orçamentais, divulgado esta quarta-feira, o FMI corta em 0,3 e 0,1 pontos percentuais, respetivamente, as previsões de excedente orçamental de 0,5% do PIB este ano e de 0,1% em 2026 que tinha inscrito no relatório de abril.
A instituição mostra-se assim menos otimista do que o Governo português, que, no Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) manteve a projeção de um excedente de 0,3% este ano e de 0,1% em 2026.
Para este ano, a previsão do departamento do FMI liderado por Vítor Gaspar alinha com a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), enquanto a Comissão Europeia espera um excedente orçamental de 0,1%, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) um saldo nulo e o Banco de Portugal de 0,1%.
Já para 2026, o FMI continua a ser o único a não prever um défice orçamental, com as restantes instituições económicas a esperarem défices entre 1% (Banco de Portugal) e 0,3% (OCDE) — o CFP e Bruxelas apontam para um défice de 0,6%. O cenário de saldo negativo só é admitido pelo FMI em 2027, ano em que projeta um défice 0,2% que vai progressivamente aumentando até 0,9% em 2030.
No que toca à dívida pública, o FMI estima uma redução para 90,9% do PIB este ano e para 86,9% em 2026, diminuindo gradualmente até 77,4% em 2030. No OE2026, o Executivo prevê que o rácio se reduza 93,6% em 2024 para 90,2% em 2025 e para 87,8% em 2026.
O FMI indica que as previsões para este ano são baseadas nas premissas do Orçamento do Estado para 2025 e as restantes num cenário de políticas invariantes, ou seja, ainda não incorpora as informações do Orçamento para o próximo ano, que foi entregue pelo Governo na semana passada no Parlamento.
A instituição liderada por Kristalina Georgieva prevê um crescimento da economia portuguesa de 1,9% este ano e de 2,3% em 2026.
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