Indústria do calçado já ‘calcorreou’ 85% do maior investimento de sempre
Com mais de 70 parceiros, projeto BioShoes4All dá “resposta concreta” a desafios da transição ecológica, transformação digital e valorização do capital humano e do know-how nacional, diz Luís Onofre.
O projeto BioShoes4All, que envolve mais de 70 entidades do setor e um investimento global a rondar os 60 milhões de euros – o maior alguma vez realizado na história da indústria do calçado em Portugal – está com uma taxa de execução de 85%, de acordo com os promotores.
Liderada pela associação industrial (APICCAPS) e pelo centro tecnológico do setor (CTCP), a iniciativa englobada no PRR avançou para “consolidar uma base produtiva nacional resiliente e competitiva, com foco na inovação, sustentabilidade, diferenciação e resposta rápida ao mercado internacional”.
“Este é o maior investimento de sempre do setor e uma prova inequívoca de confiança no nosso futuro coletivo (…) Não é apenas mais um projeto. É a resposta concreta aos grandes desafios do nosso tempo: transição ecológica, transformação digital e valorização do capital humano e do saber-fazer nacional”, aponta Luís Onofre, presidente da APICCAPS.
Estruturado em cinco eixos estratégicos (biomateriais, calçado ecológico, economia circular, tecnologias avançadas de produção, capacitação e promoção), o projeto vai prestar contas públicas esta quinta-feira em Matosinhos, durante a conferência “The Final Step” que vai juntar 200 especialistas do setor e representantes do Governo, da Comissão Europeia e da Estrutura de Missão “Recuperar Portugal”.
Um dos produtos criado neste projeto foi apresentado há poucas semanas em Milão. Uma nova geração de solas biomiméticas, com 22% menos peso e vantagens ao nível do design, funcionalidade e sustentabilidade, foi criada pela Atlanta, empresa da Lixa que é uma das maiores fabricantes nacionais de solas, em colaboração com o Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP), de Guimarães.
Com mais de 90% da produção destinada à exportação, o setor do calçado português registou até agosto de 2025 um crescimento de 2,1% nas vendas internacionais, num total de 1.183 milhões de euros, de acordo com os dados oficiais compilados pela associação industrial sediada no Porto.
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