Stellantis investe 13 mil milhões nos EUA para aumentar produção no país em 50%
Investimento histórico nos EUA vai permitir um aumento da produção de 50% nos EUA, com o lançamento de cinco novos de veículos e a a produção de um novo motor de quatro cilindros.
O grupo Stellantis, que detém marcas como a Peugeot, Citröen, Fiat, Chrysler e Jeep, vai investir 13 mil milhões de dólares (11,22 mil milhões de euros) nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, para reforçar a sua presença no país. Este investimento histórico nos EUA surge num momento em que a empresa está a ser castigada pelas tarifas de Donald Trump aos carros importados da União Europeia e vai permitir aumentar a produção no país em 50%, com o lançamento de cinco novos de veículos e a criação de 5.000 postos de trabalho.
O investimento “apoiará o lançamento de cinco novos veículos em toda a carteira de marcas em segmentos-chave, a produção de um novo motor de quatro cilindros, e a criação de mais de 5.000 empregos nas fábricas de Illinois, Ohio, Michigan e Indiana”, adianta a empresa em comunicado, acrescentando que este reforço da presença nos EUA vai aumentar a produção anual de veículos acabados em 50% face aos níveis atuais.
Os lançamentos de novos produtos somar-se-ão à cadência regular de renovação de 19 produtos em todas as fábricas de montagem dos EUA e aos sistemas de propulsão atualizados que estão planeados até 2029, explica ainda o comunicado.
“Este investimento nos EUA – o maior da história da empresa – irá impulsionar o nosso crescimento, reforçará a nossa presença fabril e trará mais empregos americanos para os estados que chamamos de casa”, disse Antonio Filosa, CEO da Stellantis e COO da América do Norte. “Ao iniciarmos os nossos próximos 100 anos, estamos a colocar o cliente no centro da nossa estratégia, expandindo a nossa oferta de veículos e dando-lhes a liberdade de escolher os produtos que desejam e de que gostam”, remata, citado em comunicado.
Este plano de expansão nos EUA surge num momento em que a empresa está a sentir o impacto das tarifas sobre o setor automóvel. O grupo, que tem em Portugal a fábrica de Mangualde, fechou o primeiro semestre do ano com um prejuízo de 2.256 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que contrasta com os 5.647 milhões de lucros que tinha obtido no período homólogo.
O setor automóvel foi um dos primeiros a ser visado pelas tarifas de Donald Trump, que impôs uma taxa de 25% sobre todos os automóveis que não são fabricados nos EUA. Com o acordo alcançado com a União Europeia, esta taxa baixou para 15%. Mesmo assim, o setor continua a ser penalizado pelas novas taxas. Com a transferência de produção para os EUA — tal como o presidente norte-americano pretendia — estes custos desaparecem.
“Acelerar o crescimento nos EUA tem sido uma prioridade desde o meu primeiro dia. O sucesso na América não é bom apenas para a Stellantis nos EUA, torna-nos mais fortes em todas as partes”, acrescentou o líder do gigante automóvel.
Segundo a empresa, o plano de investimento de 13 mil milhões de dólares “inclui custos de investigação, de desenvolvimento e com fornecedores para executar a estratégia completa de produtos da empresa ao longo dos próximos quatro anos, bem como investimentos nas suas operações de fabrico”.
O maior investimento da Stellantis será em Illinois. A empresa vai investir mais de 600 milhões de dólares para reabrir a Fábrica de Belvidere e expandir a produção do Jeep Cherokee e do Jeep Compass para o mercado norte-americano. Com o início da produção previsto para 2027, este reforço deverá criar cerca de 3.300 novos empregos.
Em Ohio está previsto um investimento de quase 400 milhões de dólares, para garantir a montagem de uma nova pick-up de média dimensão, que antes estava alocada na fábrica de Belvidere e será transferida para o Complexo de Montagem de Toledo, juntando-se à produção do Jeep Wrangler e ao Jeep Gladiator. Esta transferência de produção poderá criar mais de 900 empregos, estando o lançamento previsto para 2028.
“A empresa também pretende continuar com os investimentos nas suas operações em Toledo, conforme anunciado em janeiro, num processo que abrange tecnologias adicionais e ações de produto robustas para os modelos Jeep Wrangler e Jeep Gladiator, além de mais componentes essenciais para a produção na Fábrica Toledo Machining”, acrescenta o mesmo comunicado.
No Michigan, a Stellantis planeia desenvolver um novo SUV grande, com motor de combustão interna e EV com autonomia alargada, que será produzido na Fábrica de Pesados de Warren a partir de 2028. A empresa vai investir perto de 100 milhões de dólares para reequipar as instalações, antecipando a criação de 900 empregos na fábrica, que atualmente monta os modelos Jeep Wagoneer e Jeep Grand Wagoneer.
Está ainda previsto um investimento de 130 milhões de dólares para preparar o Complexo de Montagem de Detroit-Jefferson para a produção da próxima geração do Dodge Durango, estando previsto que a produção arranque em 2029.
No Indiana, a Stellantis confirma “o anúncio feito em janeiro último de realizar investimentos adicionais em várias das suas instalações de Kokomo para produzir o novo motor de quatro cilindros – GMET4 EVO – a partir de 2026″. “A empresa planeia investir mais de 100 milhões de dólares e criar mais de uma centena de empregos para garantir que os EUA sejam o local de fabrico deste motor estratégico”, refere ainda a empresa.
Com 34 fábricas de produção, centros de distribuição de peças e centros de investigação e desenvolvimento, distribuídos por 14 Estados, a Stellantis emprega mais de 48.000 funcionários, 2.600 concessionários e quase 2.300 fornecedores nos EUA.
Os investimentos anunciados estão sujeitos à negociação bem-sucedida e aprovação final dos pacotes de desenvolvimento com os governos estaduais e locais apropriados.
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