Teleperformance anuncia despedimento de 200 trabalhadores para “controlar custos”

  • Lusa
  • 15 Outubro 2025

Trata-se de um processo de despedimento coletivo "abrangente, afetando além de agentes, também trabalhadores com vínculos de chefia intermédia e superiores.

A Teleperformance vai proceder ao despedimento coletivo de 200 trabalhadores no âmbito de uma reestruturação interna para “controlar custos”, anunciou hoje o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav).

Em comunicado, o sindicato diz ter sido informado pela empresa de call centers – numa reunião realizada na segunda-feira a pedido da mesma — que “os trabalhadores para já afetados por esta decisão (cerca de 200) já começaram a ser contactados individualmente“.

“O motivo indicado pela Teleperformance para esta decisão prende-se com ‘motivos estruturais que obrigam a uma reestruturação interna no sentido de controlar custos‘”, refere.

Garantindo estar “alerta para que este processo cumpra todos os parâmetros legalmente estabelecidos na lei”, o Sinttav nota que a empresa, durante os vários anos em que está em Portugal, “nunca anteriormente havia recorrido” a um despedimento coletivo, sendo esta uma “figura que está prevista no Código do Trabalho português”.

E, refere, “a empresa justificou que esta medida é a única através da qual é possível garantir a todos os trabalhadores a carta para receberem o subsídio de desemprego”.

De acordo com a informação prestada ao sindicato, trata-se de um processo de despedimento coletivo “abrangente, afetando além de agentes, também trabalhadores com vínculos de chefia intermédia e superiores, isto é, staff e respetivas equipas de suporte (FLM, QA, ‘Trainers’, etc)”.

“Ou seja, é uma decisão puramente de ‘negócio’ e transversal”, enfatiza o Sinttav.

Apontando este como “mais um exemplo concreto de como empresas, mesmo grandes multinacionais, recorrem à figura do despedimento coletivo refugiando-se na ‘flexibilidade’ que a própria lei do trabalho lhes permite”, o sindicato defende que “quem tem responsabilidades de governação” use “essa mesma responsabilidade para governar e decidir em favor de quem trabalha”, de forma que “o direito ao trabalho seja efetivamente cumprido”.

Embora reconhecendo que “as empresas têm o direito de se reestruturar”, o Sinttav reserva-se “o direito de não estar de acordo com despedimentos, porque a função sindical é lutar pelo emprego”.

Com vista a um “cabal esclarecimento de toda a situação”, sindicato e empresa voltam a reunir-se no dia 22.

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