“80% do trabalho dos contabilistas pode ser totalmente automatizado”, diz chairman da Moneris
Carlos Oliveira, chairman da Moneris, aponta que os contabilistas estão, hoje, "assoberbados em trabalho", sendo necessário apostar nas novas tecnologias para os libertar para outras funções.
A função de contabilista está em mudança, com o papel a ser substituído pelo digital. Mas para aprenderem e adaptarem-se às novas tecnologias, estes profissionais precisam de tempo, numa altura em que estão “assoberbados em trabalho”, refere Carlos Oliveira, chairman da Moneris, apontando que a maioria das suas tarefas pode ser hoje automatizada.
“80% do trabalho dos contabilistas pede para ser totalmente automatizado”, afirmou o responsável do grupo nacional de serviços de contabilidade e apoio à gestão durante a Cegid Accounting Summit de 2025, num painel focado no futuro da contabilidade e fiscalidade, bem como no papel estratégico que estes profissionais podem ter.
Será esta automatização que vai permitir libertar os contabilistas de tarefas rotineiras e terem um papel mais estratégico junto das empresas, apoiando a gestão na tomada de decisões. “A prazo, terão tempo para serem consultores e aprenderem”, nomeadamente sobre as novas tecnologias. “Hoje, o contabilista tem falta de tempo”, referiu.
“O posicionamento dos contabilistas está a mudar”, disse, por outro lado, Carla Matos, diretora financeira da Cegid em Portugal e África no mesmo evento online, notando que, “ao adotarem estas práticas mais inovadoras, vão libertar-se de algumas tarefas e conseguir ter um posicionamento mais de consultor, de estar ao lado da gestão”.
Uma mudança que vai acabar por ajudar também as próprias empresas. “O contabilista tem a grande vantagem de ser o detentor de toda a informação. Depois como é que a usa, como é que a trabalha para apresentar à gestão, é aí que a diferenciação pode acontecer e está a acontecer”, acrescentou.
Os jovens que saem hoje das faculdades já têm esta componente digital, mas os especialistas defendem que é preciso que a Academia aposte mais na vertente prática. “Tive algum contacto com alunos que estagiaram comigo. Em termos de tecnologia, dominam facilmente e adaptam-se à modernização de um gabinete de contabilidade”, disse José Pires, contabilista certificado e diretor de operações da Riolgest, um dos primeiros escritórios de contabilidade 100% digital.
Mas “devia haver um outro trabalho ligado à prática. Continua tudo muito académico e a não haver uma ligação à parta prática“, salientou o responsável. Uma posição apoiada por Carla Matos, da Cegid, considerando que o “modelo continua a ser clássico e normativo”.
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