Exclusivo Há um novo fundo com cinco milhões para investir em startups de defesa e cibersegurança
O primeiro semestre é a data prevista do primeiro closing do fundo da COREangels international — rede de business angels — com um montante previsto de 500 mil euros. Querem investir em 30 startups.
Há um novo fundo de angel investors para investir em startups no setor de defesa e cibersegurança. O COREangels Cyber & Defense quer investir cinco milhões em 30 startups em Portugal e Espanha ao longo de cinco anos.
“O objetivo é investir em até 30 startups com ticket médio de 50 a 150 mil euros cada, totalizando a captação do fundo aproximada em cinco milhões de euros. O primeiro comité de investimento está previsto para o primeiro semestre de 2026″, revela Thiago Vieira, managing partner do fundo COREangels Cyber & Defense, ao ECO.
O primeiro semestre é, então, a data do primeiro closing do fundo da COREangels international — rede de business angels — com um montante previsto de 500 mil euros, com dez angel investors a alocar uma tranche de 50 mil euros cada, aponta o gestor.
O objetivo é investir em até 30 startups com ticket médio de 50 a 150 mil euros cada, totalizando a captação do fundo aproximada em 5 milhões de euros. O primeiro comité de investimento está previsto para o primeiro semestre de 2026.
O arranque do fundo justifica-se por uma combinação de fatores. “Primeiro, a maturidade do modelo COREangels que liga líderes de fundos a comunidades de business angels com seleção profissional e portefólio comum. Segundo, o sucesso do Cybertech Acceleration, parceiro da COREangels, como scouting de soluções cyber, tração de startups de defesa e cyber em eventos e dealflow recentes dentro da rede”, começa por elencar Thiago Vieira.
Mas o atual contexto geopolítico e o crescente investimento nas tecnologias de defesa também contribuíram para o avançar do fundo. Thiago Vieira destaca “a dinâmica europeia de dual use e a pressão por capacidades tecnológicas críticas”, referindo o crescente investimento no setor, inclusive na Europa.

Até ao final do ano, estima-se que na Europa o investimento venture capital no setor atinja os 2,3 mil milhões de dólares, um crescimento impulsionado pela guerra na Ucrânia. Desde a invasão russa, o investimento subiu de 432,9 milhões de dólares, para 691,4 milhões em 2023, tendo saltado para mil milhões no ano passado e, este ano, só até setembro, já superava essa fasquia, fixando-se nos 1,5 mil milhões, segundo dados do estudo “State of Defence Tech 2025”, da Dealroom. Desde 2019, Lisboa é, aliás, uma das dez cidades europeias que mais captou investimento para o setor da defesa.
A Europa e os Estados-membros da União Europeia estão a reforçar os seus orçamentos de defesa, situação que está a impactar o ecossistema de empreendedorismo. “Espera-se mais capital dedicado, mais compras públicas orientadas a inovação, e ciclos de vendas mais previsíveis para tecnologias de uso dual. Há registos na aceleração no interesse de fundos por defensetech e cyber. Isto tende a reduzir risco de mercado em early stage para equipas técnicas com validação junto de utilizadores soberanos. É importante constatar que há excelentes oportunidades na área dual use e que envolvam cibersegurança, sendo estes inclusive os dois setores, juntamente com a área da saúde o top 3 de prioridade dos EUA”, aponta Thiago Vieira.
“Certamente, o reforço orçamental europeu e a procura por autonomia estratégica criam janelas reais para startups que resolvem problemas críticos de cibersegurança, defesa e resiliência de infraestruturas críticas”, reforça. “A própria agenda da comunidade COREangels no Web Summit 2025 já destaca defensetech e cyber como tema central dentro do COREangels Day evento que reunirá investidores de todo o mundo em Lisboa”, refere o managing director do fundo.
Aposta em startups no mercado ibérico
A aposta do fundo é inicialmente nas startups do mercado ibérico, potenciando a rede COREangels. “A rede já opera teses Ibéricas e Atlânticas com corredores Brasil-Portugal-Espanha. Para Defesa e Cyber, faz sentido assumir foco inicial em Portugal e Espanha com abertura europeia para coinvestimento, mantendo pipeline internacional através das outras células da rede”, adianta Thiago Vieira, quando questionado sobre os mercados-alvo.
O acelerador Cybertech Acceleration também será uma fonte para detetar potenciais investidas. Fundado por Thiago Vieira em novembro do ano passado — “como a primeira aceleradora 100% focado em startups de cibersegurança, e conta com a certificação do IAPMEI” —, o acelerador arrancou com 14, finalizou com 10 e, destas, sete irão apresentar-se no Demo Day que ocorrerá dentro do COREangels Day, a realizar-se a 10 de novembro em Lisboa.
A rede já opera teses Ibéricas e Atlânticas com corredores Brasil-Portugal-Espanha. Para Defesa e Cyber, faz sentido assumir foco inicial em Portugal e Espanha com abertura europeia para coinvestimento, mantendo pipeline internacional através das outras células da rede.
Para o próximo ano, “o Cybertech Acceleration incluirá também na sua tese a área da defesa, em convergência com o surgimento do novo fundo”, detalha.
“Hackathons e parcerias com programas de aceleração como o Cybertech funcionarão como funil de scouting para o fundo. O modelo apoia-se em líderes profissionais que pré-selecionam e apoiam a decisão coletiva dos angels, o que torna natural transformar o acelerador e os pitch days em originação contínua”, conclui.
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