“Substituição dos F-16 ainda não teve início. E o mundo livre é o mercado”, diz ministro da Defesa

A americana Lockheed Martin (com os F-35), a sueca Saab (com os caças Gripen) e o consórcio europeu Eurofighter que já se posicionaram no mercado como interessados na venda de caças a Portugal.

O processo de substituição dos F-16 ainda não teve início. E o mundo livre é o mercado. Avaliaremos, desde logo a começar junto da Força Aérea, quando for o tempo, o melhor equipamento que substituirá os F-16″, afirmou Nuno Melo, ministro da Defesa, esta quarta-feira na audição conjunta da Comissão de Defesa e da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública do Orçamento de Estado de 2026.

Com o prazo de 30 de novembro para apresentação junto de Bruxelas dos projetos onde Portugal pretende usar as verbas que serão disponibilizadas através do programa SAFE — mais de cinco mil milhões de euros —, o ministro da Defesa não avançou junto dos deputados quais os pilares estratégicos. Nem revelou detalhes sobre negociações para a compra de equipamentos.

“É matéria, obviamente, da maior reserva, até para que, no processo negocial, o desfecho seja o melhor possível. Quando o sr. deputado tem várias possibilidades, não está à espera que vá discutir agora aqui consigo, aquilo que tem de ser tratado a começar por quem fabrica os equipamentos que estão a ser considerados”, disse o ministro da Defesa.

Quanto a uma preferência europeia nessas aquisições, o ministro da Defesa relembra o atual contexto geopolítico. “A partir do momento em que os Estados Unidos recentram o seu interesse geoestratégico no Indo-Pacífico, por razões conhecidas e não precisamos agora de especular sobre elas, e que o recado à União Europeia é de que tratem de fazer mais pela defesa no contexto europeu, e sei que estamos obrigados a reforçar o pilar europeu de defesa da NATO“, atira.

“Temos de produzir mais na Europa e temos de comprar mais na Europa. E temos de produzir mais em Portugal e garantir que se compre mais em Portugal“, reforça. Mas, se “para um determinado equipamento em concreto, se não tivermos na União Europeia, o melhor equipamento para dotar uns ramos das Forças Armadas, obviamente que também consideramos outras possibilidades de um lado e do outro do Atlântico”, admite.

“Acontece que o processo [para a substituição dos F-16] não se abriu”, refere, negando uma preferência por algum dos potenciais fornecedores de caças militares.

A concorrência é muito boa. Quando há vários concorrentes, significa que o preço baixa. E as contrapartidas não são dadas por um apenas. E, por isso, deixe as coisas chegarem em seu curso e nós teremos o melhor equipamento para a Força Aérea Portuguesa”, diz.

A americana Lockheed Martin (com os F-35), a sueca Saab (com os caças Gripen) e o consórcio europeu Eurofighter são três dos fabricantes que já se posicionaram no mercado como interessados em participar nesse processo de substituição dos F-16 em fim de vida, acenando com parcerias com o cluster de defesa nacional como contrapartidas.

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