Ganho médio mensal no Estado dispara 6,7% para 2.255 euros

O emprego público recuou 0,2% para 759.402 postos de trabalho entre julho e setembro face ao trimestre anterior, devido à cessação de contratos a termo de docentes, em resultado do fim do ano letivo.

Os funcionários públicos estavam a ganhar em média 2.255 euros mensais brutos, em julho, o que corresponde a mais 141,1 euros no bolso, um crescimento de 6,7% face há um ano, segundo a síntese estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), publicada esta sexta-feira.

“O ganho médio mensal nas Administrações Públicas é estimado, para julho de 2025, em 2.255 euros, correspondendo a uma variação trimestral de 1,5% e a uma variação homóloga de 6,7%”, de acordo com o mesmo relatório. Este valor inclui não apenas o salário base mas outras parcelas do rendimento como subsídios e prémios.

A variação homóloga “resulta do aumento da remuneração base média mensal, bem como da maioria das restantes componentes do ganho (como suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias)“, explica a DGAEP.

“A atualização do valor da retribuição mínima mensal garantida (RMMG), o processo gradual de descongelamento das carreiras, a atualização do subsídio de refeição e a atualização do valor da base remuneratória (BRAP) e das remunerações base mensais na Administração Pública (AP)” são outros dos fatores que explicam a evolução positiva. Na variação trimestral, em cadeia, registou-se um crescimento de 1,5% em comparação com abril deste ano.

Já a remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das Administrações Públicas “situava-se em 1.876,2 euros, correspondendo a uma variação global média de 0,7%, face a abril e a uma variação homóloga de 6,3%”.

“Este crescimento é resultado da conjugação de vários fatores, tais como: a atualização do valor da retribuição mínima mensal garantida para 870 euros e do valor da base remuneratória da Administração Pública (BRAP)”, vulgo salário mínimo no Estado, “para 878,41 euros, a aplicação das medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas e a entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios”, esclarece a DGAEP.

Analisando a evolução do emprego público, os dados mostram que recuou 0,2% para 759.402 postos de trabalho entre julho e setembro, face ao trimestre anterior, devido ao fim do ano letivo e, consequentemente, à “cessação de contratos a termo de docentes da educação pré-escolar do ensino básico e secundário e do ensino superior politécnico“, segundo a síntese estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

“Em comparação com o trimestre anterior, o emprego nas Administrações Públicas teve uma quebra de 1.526 postos de trabalho (-0,2%)”, de acordo com o mesmo relatório. O maior recuo verificou-se na Administração Central, que perdeu 2.687 trabalhadores, a que corresponde um decréscimo de 0,5%.

Para esta variação negativa, contribuiu “essencialmente” a “redução dos postos de trabalho na área governativa da Educação, Ciência e Inovação”, com menos 3.639 funcionários,” em resultado da cessação de contratos a termo de docentes da educação pré-escolar do ensino básico e secundário e do ensino superior politécnico”, explica a DGAEP.

Em sentido inverso, na Administração Local verificou-se um aumento de 1.371 postos de trabalho, face ao segundo trimestre, o que corresponde a um crescimento de 1%. “Nos restantes subsetores, a administração regional da Madeira registou uma variação trimestral positiva (+0,5%) enquanto a administração regional dos Açores e os fundos de Segurança Social registaram diminuições trimestrais no emprego (-1,2% e 0,7%, respetivamente)”, lê-se no mesmo documento.

É habitual registarem-se diminuições no emprego público no terceiro trimestre, porque coincide com o final do ano letivo e muitos contratos a termos de docentes e educadores de infância terminam. Já na variação homóloga, em comparação com setembro do ano passado, verificou-se um crescimento de 1,8% ou de 13.137 postos de trabalho nas Administrações Públicas. Face a 31 de dezembro de 2011, início da série estatística, houve um aumento de 4,4% ou de 31.701 funcionários nas Administrações Públicas.

Para o aumento de 13.137 postos de trabalho, em termos homólogos, contribuiu o emprego na Administração Central que subiu 1,6%, correspondendo a mais 8.724 postos de trabalho, e o aumento de 3,7% ou de 5.077 postos de trabalho na Administração Local, que “resultou principalmente do aumento de emprego público nos municípios e nas freguesias”, indica a DGAEP.

Nos municípios, o “acréscimo de 3.886 postos de trabalho resultou sobretudo de mais trabalhadores nas carreiras de técnico superior e de assistente técnico”. “Nas freguesias, o maior contributo para o aumento de 767 postos de trabalho foi dado pela carreira de assistente operacional”, de acordo com o mesmo relatório.

Na Administração Central, o aumento face ao terceiro trimestre de 2024 teve origem sobretudo nas áreas governativas da Saúde, que empregou mais 3.656 trabalhadores — designadamente 1.146 enfermeiros, 660 técnicos de de diagnóstico e terapêutica e 570 assistentes técnicos — e “da Educação, Ciência e Inovação”, que registou um incremento de “3.176 postos de trabalho, dos quais 1.190 na carreira de educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário, 866 na carreira de assistente operacional, 607 na carreira de técnico superior e 556 na carreira de docente do ensino universitário”.

(Notícia atualizada às 19h19)

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