VIH avança rumo a um futuro sem transmissão graças à inovação médica
Em Espanha, mantêm-se constantes os números de novos diagnósticos, com cerca de 3.200 casos anuais e cerca de 11.000 pessoas que vivem com VIH sem o saber, o que permite que a transmissão continue.
A história do VIH é também a da evolução social, médica e humana, com avanços inimagináveis há apenas algumas décadas.
No Dia Mundial do VIH, que se celebra hoje, os especialistas destacam como a ciência traça um cenário marcado pela inovação tecnológica e novas ferramentas de prevenção que aproximam o objetivo de reduzir as infeções. Os progressos no tratamento do VIH transformaram a qualidade de vida das pessoas com esta infeção, mas persistem desafios que dificultam o objetivo de acabar com esta epidemia.
A prevenção do VIH em Espanha continua a enfrentar limitações importantes para cumprir os objetivos 95-95-95 da ONUSIDA para 2030. Neste contexto, 2025 trouxe avanços notáveis, como a primeira terapia de prevenção com administração semestral, que demonstrou uma eficácia superior a 99,9% em estudos clínicos. A Agência Europeia de Medicamentos emitiu um parecer favorável ao lenacapavir, e a Comissão Europeia autorizou a sua comercialização em agosto de 2025. Um marco que permite proteger-se contra o vírus com uma única injeção a cada seis meses, reforçando a prevenção como pilar fundamental na resposta ao VIH.
Apesar disso, persistem barreiras na implementação da profilaxia pré-exposição (PrEP), especialmente em populações vulneráveis como mulheres, jovens e migrantes, que apresentam taxas de utilização muito inferiores. Em Espanha, apenas 16% das pessoas em risco utilizam a PrEP, apesar da sua eficácia comprovada.
SER PAIS COM VIH
O progresso científico também transformou a perceção social em torno do VIH. O tratamento antirretroviral permitiu demonstrar o princípio I=I (Indetetável = Intransmissível): uma pessoa com VIH com uma carga viral indetetável – graças à boa adesão aos tratamentos antirretrovirais – não transmite o vírus por nenhuma via. Isto não só normaliza a vida afetiva, como permite a muitas pessoas serem mães ou pais sem risco de transmissão.
E nos casos em que se recorre à reprodução assistida, optando por clínicas de renome como IVI, Clínica Tambre ou Ginefiv, existem técnicas que demonstraram segurança e eficácia. Quando o homem tem VIH, a lavagem seminal permite eliminar o vírus do material seminal antes da sua utilização em inseminação artificial ou fertilização in vitro. Se for a mulher que tem VIH, manter a carga viral indetetável é fundamental para garantir uma gravidez sem transmissão.
Esses avanços científicos e sociais tornaram possível que o direito de constituir família seja hoje uma realidade para muitas pessoas que vivem com o vírus. O VIH já não é apenas uma questão de saúde. Ele afeta direitos, projetos de vida e oportunidades.
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