Catering e handling deverão ficar fora da privatização da TAP
Plano de reestruturação prevê venda das participações no catering e na assistência em escala até ao final do ano. CEO da TAP, Luís Rodrigues, diz que deverá acontecer "logo que possível".
A Cateringpor e a participação de 49,9% na antiga Groundforce deverão ficar fora do perímetro de ativos da privatização da TAP. A alienação destas empresas é um dos compromissos assumidos com a Comissão Europeia no plano de privatização, que termina no final do ano, mas a venda deverá concretizar-se já em 2026.
“Não sei se não vai acontecer ou se vai acontecer a intenção de completá-lo logo que possível“, afirmou o CEO da TAP esta terça-feira, num encontro com jornalistas, sobre se a venda destes ativos ainda iria avançar este ano. “Não foi possível fazer tudo ao mesmo tempo, não tínhamos como”, acrescentou.
Luís Rodrigues ressalvou, no entanto, que esta é “uma questão que o Governo é que tem que responder, porque é o Governo que define o perímetro da privatização“. Ficando as participações nas empresas de catering e handling de fora, os ativos a vender serão a TAP SA e a Portugália. No grupo fica também a UCS, a unidade de cuidados de saúde do grupo.
No plano de reestruturação da TAP, acordado com a Comissão Europeia em dezembro de 2021 no âmbito das ajudas de Estado de 2,55 mil milhões de euros, foi assumido o compromisso da companhia aérea de desinvestir das áreas não-centrais, nomeadamente a participação de 49,9% na SPdH, agora detida maioritariamente pela Menzies Aviation, e de 51,5% na Cateringpor, participação adquirida à antiga TAP SGPS já este ano. Uma venda que teria de acontecer até ao final do plano, que termina a 31 de dezembro.
Luís Rodrigues mostrou-se otimista em relação ao processo de privatização da companhia aérea, depois dos grupos Air France-KLM, IAG e Lufthansa terem manifestado interesse em participar na operação de venda de 49,9% do capital, dos quais 5% para os trabalhadores.
“Em 2012, se não me engano, tivemos uma primeira tentativa de privatização com um único potencial comprador que nem foi sequer reconhecido pelo governo como tal e, portanto, esse processo morreu. Na segunda tentativa apareceu um operador que não era de primeira linha e que deu origem a uma operação de privatização entre 2016 e 2020. Neste momento evoluímos dramaticamente, para os três maiores grupos europeus e dos maiores do mundo estarem interessados na companhia. Eu acho que isso diz tudo“, afirmou o CEO da TAP.
O gestor afirmou que a companhia “está em boa forma”, embora tenha “os seus problemas para resolver, como todas as empresas de aviação do mundo”. “Aquilo que está a acontecer neste momento é que o calendário definido pelo Governo está a ser cumprido e, portanto, não tenho razões para não estar otimista”, concluiu. Segundo declarações recentes do secretário de Estado das Infraestruturas, a primeira fase da privatização, com a seleção de um comprador, deverá terminar em julho de 2026.
Luís Rodrigues foi também questionado sobre contingências que pesam na TAP, nomeadamente os processos movidos por tripulantes de cabine para reclamar créditos laborais e os cerca de 190 milhões de euros em obrigações convertíveis da Azul, que estão na ex-TAP SGPS mas que a transportadora brasileira reclama serem garantidos pela companhia portuguesa. Em relação ao primeiro tema, o gestor afirmou que a TAP já constituiu provisões e não comenta processos judiciais. Sobre o segundo disse: “não temos nenhuma relação com isso”.
(notícia atualizada às 17h51)
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