Trump autoriza Nvidia a vender chips de IA mais avançados na China em troca de comissão

  • Lusa
  • 7:46

Nvidia pode vender os seus chips de inteligência artificial H200 na China em troca de uma comissão de 25% das vendas, determinou o presidente dos EUA.

ECO Fast
  • Donald Trump autorizou a Nvidia a vender chips de inteligência artificial H200 na China, com uma comissão de 25% sobre as vendas.
  • A decisão surge após um histórico de restrições à exportação de tecnologia avançada para a China, que representa um mercado estratégico para semicondutores.
  • A autorização pode acelerar o avanço da inteligência artificial chinesa, mas também levanta preocupações sobre a segurança nacional e futuras tensões entre os EUA e a China.
Pontos-chave gerados por IA, com edição jornalística.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a Nvidia a vender os seus chips de inteligência artificial H200 na China em troca de uma comissão de 25% das vendas.

O anúncio foi feito pelo próprio Donald Trump na sua rede social Truth Social, indicando que o presidente da China, Xi Jinping, foi informado da decisão e deu o seu consentimento, num procedimento aprovado “sob condições que permitam uma sólida segurança nacional”.

“Esta política apoiará o emprego nos Estados Unidos, fortalecerá a indústria de manufatura norte-americana e beneficiará os contribuintes americanos”, defendeu Trump.

O presidente norte-americano referiu também que “o Departamento de Comércio está a finalizar os detalhes, e a mesma abordagem será aplicada à AMD, à Intel e a outras grandes empresas norte-americanas”.

A autorização para a exportação do H200 é considerada uma solução intermédia em relação à decisão da Nvidia de vender os chips Blackwell a clientes chineses, de acordo com um especialista no tema, em declarações à Bloomberg.

Um acordo anterior, promovido por Donald Trump, que previa que a Nvidia e a AMD pagariam uma percentagem das suas receitas pelos chips de inteligência artificial vendidos na China, não se concretizou em pagamentos por não terem sido implementadas regulamentações que o legalizassem.

A oposição do Governo chinês a essas exportações e a consequente falta de procura por parte dos clientes chineses fizeram com que o tema perdesse relevância.

A Nvidia domina o mercado global de GPU, fundamentais para aplicações de IA, e a China — maior consumidora mundial de semicondutores — representa um mercado estratégico.

No entanto, os Estados Unidos proíbem desde 2022 a exportação para a China dos modelos mais avançados, alegando motivos de segurança nacional e receios de utilização militar por parte de Pequim.

Como resposta, as autoridades chinesas têm incentivado a substituição por soluções domésticas, forçando a saída da Nvidia do país.

Chips permitirão à China reduzir distância dos EUA na IA

A decisão dos Estados Unidos de autorizar a exportação dos chips H200 da Nvidia para a China pode acelerar o avanço da inteligência artificial chinesa e aliviar limitações tecnológicas, segundo a consultora Capital Economics.

Num relatório enviado a clientes, o analista Julian Evans-Pritchard indicou que Pequim tinha “menosprezado” os chips H20 – uma versão limitada destinada ao mercado chinês –, mas estará agora “disposta a autorizar as suas empresas a comprar os H200, mais potentes”, que o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu liberalizar.

“Isso permitirá à China acelerar a construção da sua infraestrutura de IA e aumentar a probabilidade de que os modelos chineses se equiparem, ou mesmo superem, os mais avançados modelos dos EUA”, afirmou o especialista.

Evans-Pritchard recordou que as tecnológicas chinesas já demonstraram capacidade de operar com limitações de hardware, treinando modelos de IA com desempenho próximo dos norte-americanos. “Com chips mais poderosos, poderemos assistir a um novo ‘momento DeepSeek'”, disse, referindo-se à empresa chinesa que ganhou destaque no início de 2025 com um modelo de IA avançado.

Caso Pequim opte por recusar também os H200, isso mostrará, segundo o analista, “uma disposição muito maior para abdicar de ganhos de curto prazo em nome da autossuficiência”, objetivo declarado pelas autoridades chinesas para o próximo plano quinquenal (2026-2030), face ao conflito comercial e tecnológico com Washington.

Evans-Pritchard prevê uma abordagem “pragmática” e considera provável que a China permita a aquisição dos H200 por algumas empresas, à medida que desenvolve alternativas nacionais. Trump especificou que a Nvidia poderá vender os chips apenas a “clientes aprovados” na China, sob a condição de que as vendas garantam a segurança nacional dos EUA, que cobram o pagamento de uma tarifa de 25%. A Nvidia já dispunha de licença para exportar os H20 – com capacidade inferior – para a China, em troca de 15% das receitas.

Na visão do analista, a decisão de Washington indica que a Administração Trump está a dar prioridade a um possível acordo com Pequim – que poderá ser assinado durante uma visita presidencial prevista para abril de 2026 – em detrimento das preocupações com segurança nacional e dos esforços para dissociar as duas economias.

A Capital Economics mantém o seu “ceticismo” quanto à possibilidade de uma reaproximação duradoura entre os dois países, considerando que a China verá esta concessão como um “alívio temporário”, que lhe permitirá ganhar tempo para reduzir a dependência de semicondutores ocidentais.

“As tensões entre China e EUA provavelmente voltarão a explodir, o que levará novamente a mais restrições sobre as exportações. Entretanto, a China aproveitará o acesso recém-adquirido a ‘chips’ mais potentes, e é provável que se acelere a construção de centros de dados com financiamento privado”, previu Evans-Pritchard.

Em julho, um comité da Câmara dos Representantes dos EUA alertou que os H20 poderiam ultrapassar significativamente a capacidade de fabrico local da China e impulsionar o desenvolvimento de IA para fins estratégicos.

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