Investimento em insurtech cresceu 40% até 10 mil milhões em 2021

  • ECO Seguros
  • 27 Abril 2022

Financiamento sobe, apesar de recuo no número de operações. NTT DATA identifica tecnologias e tendências, linhas de negócio e os elos da cadeia de valor que captam mais dinheiro.

O investimento global em Insurtech atingiu 10,1 mil milhões de dólares (cerca de 8,92 mil milhões de euros ao câmbio de 31 de dezembro de 2021), a representar aumento de 38% em relação a 2020 e a marcar nova ascensão histórica num mercado em clara consolidação. O Insurtech Global Outlook 2022 Report da NTT DATA, mostra que as startups tecnológicas focadas em seguros receberam 50% do seu financiamento total, só nos últimos 2 anos.

O conhecimento que retiramos de cada um destes insurtech reports ao longo dos últimos 6 anos, permite-nos acompanhar de perto os movimentos de transformação da indústria seguradora, ficar a par do que de mais inovador acontece na indústria, o que nos dá a capacidade de aconselhar da melhor forma os nossos clientes a tomarem decisões fundamentadas relativamente a tendências e oportunidades que vão surgindo,” realça Nuno Albuquerque e Castro, Head of Insurance na NTT DATA Portugal.

No ano passado, número de negócios fechados registou ligeira tendência decrescente em comparação com 2019, que registou um recorde de 393 negócios, mas aumentou o montante investido nas rondas de captação de recursos financeiros, também um reflexo do empenho das empresas do vertical insurtech no ecossistema de seguros, uma vez que o número de investidores e recursos captados “cresceram exponencialmente em 2021”. A enorme diferença, em números, “representa um aumento de 175% em relação ao ano anterior,” realça a NTT Data Portugal na apresentação do estudo que cifra um total de 297 rondas de financiamento, somando mais de 9 mil milhões de dólares em recursos.

TOP-10 de Insurtechs (por montante de investimento)

Fonte: “Insurtech Global Outlook 2022” NTT DATA. Apresentação ECOseguros. Câmbio: 1 USD = 0,93686 EUR (31-12-2021)

Unicórnios do vertical, tecnologias e geografias

No que se refere a tendências tecnológicas, a IA, a IoT e a análise preditiva “têm verificado um interesse crescente por parte dos investidores nos últimos anos e têm atraído grandes investimentos de seguradoras relevantes”, e de gigantes da tecnologia e da indústria. “Cerca de 61% das seguradoras estão a utilizar a IoT, que oferece novas oportunidades de negócio, integrando novos conjuntos de dados para melhorar o atual nível de risco e prevenção de riscos, acompanhando e incentivando mudanças no comportamento dos clientes,” detalha o relatório da consultora global de serviços em TI e inovação.

A Europa regista um desempenho superior em termos de financiamento e a América do Norte, apesar de manter a liderança global (em volume de recursos), não detém as empresas com o maior investimento, uma vez que grandes operações fizeram da Europa a região que registou a maior taxa de crescimento em 2021, com destaque para a alemã wefox que levantou 650 milhões, mais de 200 milhões do que a Shift Technology, segunda do Top5 em rondas de financiamento, com 440 milhões dólares. O ano 2021 “revela um quadro muito mais diverso em termos das regiões onde o financiamento tem crescido“, destacando-se três principais regiões: Ásia, Europa e América do Norte. Os Estados Unidos, com cinco grandes negócios, continuam a ser o país que atrai mais investimento. No entanto, “o ritmo de crescimento mais rápido da Europa diz-nos que finalmente se aproximou do mercado dos EUA em 2021. Em contraste, o crescimento da Ásia foi mais baixo do que o das outras duas regiões”.

Perfilando investidores, o capital de risco tornou-se particularmente relevante, a crescer em todas as geografias. Até 2021, a presença de capital de risco na Europa cresceu para 3,3 vezes a dimensão que tinha em 2015. De acordo com o estudo, a aceleração do valor das empresas pode dever-se, em parte, a uma maior presença de empresas de capital de risco no setor, combinada com a maturidade do mercado e a crescente apetência pela criação de novos líderes industriais. No entanto, “também pode haver o risco de se estar a criar uma nova bolha neste mercado,” admite a NTT DATA Portugal (antiga Everis).

O número de unicórnios, empresas que receberam mais de 100 milhões de dólares em financiamento, quintuplicou desde 2017. No entanto, o nascimento de startups insurtech sofreu um declínio constante durante o mesmo período, “indicando, possivelmente, um espaço de inovação cada vez menor,” observa. Neste contexto, os grandes líderes estabelecidos “estão a escoar fundos em direção à maturidade da primeira onda de inovação,” continua o comunicado da NTT Data Portugal tipificando as tecnológicas que compõem a amostra do relatório em três principais categorias: startups, scaleups e outliers/unicórnios.

A consultora classifica as startups como as insurtechs fundadas há menos de três anos e com um montante total máximo de financiamento recebido de 5 milhões de dólares. Esta classe pesa 45% da amostra mas recolhe apenas 2% do montante total de investimentos contabilizados no relatório. As scaleups (techs com menos de 3 anos) são aquelas que receberam um montante total de financiamento entre 5 milhões e 100 milhões, com um máximo de dois anos entre as rondas de financiamento. São 45% da amostra e pesam 23% no tal de investimento. Finalmente, os outliers ou unicórnios, aqueles que receberam mais de 100 milhões em financiamento e têm uma avaliação de mais de 1 000 milhões de dólares. A análise conclui ainda que os outliers, que representam apenas 10% da amostra, reuniram em conjunto 75% do financiamento de 2021.

Entre outros aspetos, o relatório aponta “declínio acentuado na criação de novas empresas” de insurtech, notando-se “uma grande diferença entre 2020 e 2021. “O mercado age em função da maturidade e há, sem dúvida, menos inovação”. As três principais categorias de insurtechs a destacar em 2021 são, definitivamente a de marketplaces, a de animais de estimação e a de bem-estar.”

Cadeia de valor e linhas de negócio. Há espaço para a inovação?

Considerando a cadeia de valor da indústria, de acordo com dados relativos ao primeiro trimestre de 2021, os investimentos mais elevados beneficiaram as áreas de Marketing e Distribuição, Desenvolvimento de Produto e, ainda, a Gestão de Apólices, angariação de clientes e desembolsos relativos a sinistros. Concretamente, o caso das insurtech de marketplaces, com popularidade impulsionada em 2021 “pela necessidade crescente de empresas B2B aderirem a esses mercados digitais, oferecendo assim a possibilidade de experiências mais transparentes e em tempo real, que facilitam as compras. Os seguros integrados “estão a ganhar uma base significativa para facilitar a integração de diferentes soluções e partes interessadas, que podem oferecer, em conjunto, uma solução de seguros sem descontinuidades nestes mercados digitais”.

Por linhas de negócio ou ramos de especialização, os montantes mais elevados concentram-se, por esta ordem, as Linhas Comerciais, seguro de Saúde, Automóvel e seguros de Viagem. Em termos de lifestyle, desenvolve a NTT DATA, outro desenvolvimento interessante é o bem-estar continuar uma “prioridade como forma de vida. Os consumidores continuam a pressionar para uma experiência mais integrada que possa apoiar o seu bem-estar e saúde. As empresas deste sector têm a oportunidade de se tornar parte da vida quotidiana dos clientes e de fornecer valor através de diferentes canais.”

Finalmente, as companhias de seguros para animais de estimação (pet) “continuaram a ganhar terreno no espaço das insurtechs”, neste último ano. “As startups estão a criar modelos de negócio interessantes e a oferecer produtos e experiências personalizadas que se ligam à mentalidade e prioridades dos donos de animais de estimação,” confirma o estudo.

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