Há três interessados em entrar no negócio da MásMóvil em Portugal

Imprensa espanhola noticia que Macquarie, Digital Bridge e Asterion são três dos interessados em entrar no negócio da MásMóvil em Portugal, a dona da operadora Nowo.

O setor português das telecomunicações prepara-se para levar um abanão, à medida que as operadoras se posicionam para a nova era do 5G. O futuro da Nowo, antiga Cabovisão, permanece uma das principais incógnitas, mas há novos indícios de que a estratégia pode passar por uma parceria entre os espanhóis da MásMóvil, atuais donos, e grupos financeiros ou industriais que já têm laços com a empresa.

Esta quarta-feira, a imprensa espanhola deu conta de que o CEO, Meinrad Spenger, admitiu estar a estudar várias opções, esperando tomar uma decisão nas próximas semanas, disse numa conversa com analistas. O Cinco Días escreve mesmo que entre os grupos interessados estão:

  • Os australianos da Macquarie, um grupo financeiro;
  • A Digital Bridge, ex-Digital Colony, um grupo norte-americano de private equity;
  • E os espanhóis da Asterion, um grupo industrial.

O jornal cita “fontes do mercado” para referir que estas empresas poderiam juntar-se à estratégia da MásMóvil em Portugal, continuando o investimento próprio, mas aproveitando também acordos de partilha de infraestruturas com outras operadoras. É que, por ser considerada um “novo entrante” no leilão de espetro da Anacom, a Nowo goza do direito a forçar a negociação de acordos de roaming nacional com a Meo, Nos e Vodafone (atualmente, já é cliente da infraestrutura da Altice).

A Nowo continua a instalar fibra em Lisboa e Porto, escreve o Cinco Días, referindo que está em curso um plano de modernização da rede que passa pela substituição da atual rede de cabo por fibra ótica, permitindo aos clientes um débito de até 1,2 Gbps (gigabits por segundo). O objetivo é chegar a mais um milhão de casas passadas, sendo que, de acordo com a publicação, a base de clientes móvel cresce entre 2.000 e 3.000 adições por mês.

Outra opção que tem sido veiculada pela imprensa espanhola é a possibilidade de a MásMóvil vir a unir esforços com os romenos da Digi, que também estão a preparar o lançamento da operação em Portugal, depois de terem conseguido comprar licenças no leilão do 5G. É uma opção que, como noticiou o ECO, não estaria em cima da mesa até este mês, embora tudo se mantenha em aberto.

O Cinco Días fala ainda da hipótese de um acordo com a Nos ou com a Vodafone. Esta última, em particular, tem sido muito crítica da atual configuração de mercado, que, sem nenhuma ação, acabará por ter cinco operadoras de telecomunicações num país de pequena dimensão. Ao ECO, fonte oficial da Vodafone disse este mês que o setor em Portugal é “passível de futuras consolidações”.

Estas informações não foram vistas com bons olhos pelos analistas do CaixaBank/BPI que acompanham as ações da Nos: “Embora o facto de a MásMóvil ter planos para aumentar a concorrência no mercado português não ser novo, o facto de a companhia se preparar para revelar a estratégia nas próximas semanas não são boas notícias para a Nos”, lê-se numa nota de research divulgada esta quarta-feira.

“Rumores adicionais no mercado apontam para a possível venda ou integração da Nowo com outro player, tanto uma venda a um investidor financeiro (o que consideramos ser improvável) ou a venda ou integração com um player existente (com os candidatos a serem Digi, Vodafone e Nos), o que vemos como sendo a opção mais favorável ao mercado, efetivamente criando uma consolidação de cinco para quatro [operadoras] em Portugal. Esperamos mais notícias com a apresentação de resultados do segundo trimestre da MásMóvil, a serem publicados em julho”, concluem os analistas Filipe Leite, Pedro Alves e Sofia Barallat.

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