Custos com sinistros desceram 892 milhões de euros até abril

  • ECO Seguros
  • 14 Junho 2022

Subida de 7,6% nos custos com sinistros não-Vida foi largamente compensada por recuo de 32,5% no pagamento de sinistros de Vida. Líder do mercado, Fidelidade suportou maior fatia dos gastos.

O custo com sinistros de seguro direto em Portugal diminuiu 21,76% no primeiro quadrimestre do ano, face a igual período em 2021, totalizando 3,2 mil milhões de euros e a evidenciar decréscimo absoluto de 891,92 milhões relativamente ao acumulado até abril do ano passado. Os números da Supervisão refletem declínio de 32,5% na fatura com sinistros do ramo Vida, somando 2,026 mil milhões de euros, enquanto o custo dos sinistros no ramo não-Vida progrediu 7,63% comparativamente com o período homólogo um ano antes, para cerca de 1,18 mil milhões de euros.

A evolução em Vida foi marcada por diminuição de 30,7% dos gastos com contratos de seguro não ligados, mas também por quebra de aproximadamente 27% nos custos em planos poupança e reforma/educação, nomeadamente PPR, PPE e PPR/E, bem como nos desembolsos suportados com contratos não ligados (-38,25%) e ligados a fundos de investimento (-28,5%).

Por empresas (excluindo sucursais da UE) e traduzindo respetivas quotas de mercado das empresas nacionais, destaque para a Fidelidade que, representando cerca de 70% dos custos sinistros num quarteto de operadoras mistas, assumiu fatura de 1,1 mil milhões de euros (-9,54% do que um ano antes), seguida da Generali Seguros (Tranquilidade) e da Allianz, ambas com decréscimo relativo, e da Real Vida que, embora com peso relativo menos expressivo no conjunto das quatro, viu o custo com sinistros crescer.

Considerando as seguradoras de Vida com mais negócio, a Ocidental Vida decresceu custos com sinistros 33,5%, a BPI VeP desceu 49,1%, Santander Totta Vida diminuiu 53,51% e a GamaLife suportou menos 73,1% em custos com sinistros. Se entre as seguradoras de Vida a diminuição dos custos com sinistros traduziu, em alguns casos, reorientação de negócios e/ou reposicionamento de carteiras, no ramo de Não Vida, o incremento de gastos com sinistros (+8,5% para 352,4 milhões) penalizou Ageas Seguros (+124,9%, para cerca de 155,5 milhões de euros) e Lusitania Seguros que suportou aproximadamente 42,2 milhões, embora em decréscimo homólogo de 0,2%. Juntas, Ageas e Lusitania pagaram 56% do total suportado pelas operadoras nacionais do ramo.

Entre sucursais UE com atividade mista, Bankinter Vida e Liberty Seguros encabeçaram desembolsos, enquanto Zurich Insurance e AIG Europe tiveram os custos mais elevados com sinistros do ramo não-Vida.

Custo com sinistros Auto aumentou 13%

Na análise global do mercado por ramos, o incremento em Não Vida traduziu subida de 9,24% nos custos com sinistros, para cerca de 539 milhões de euros, reflexo de maior desembolso em Acidentes de Trabalho e Doença. Enquanto o diverso de categorias de Incêndio e outros Danos diminuiu a fatura das seguradoras em 3,7%, os sinistros do ramo Automóvel representaram perto de 436 milhões de euros, aumentando o gasto das seguradoras 13,03% relativamente ao quadrimestre comparável do ano passado.

Relativamente aos gastos com sinistros Auto, cabe lembrar que neste mês de junho e por força de Diretiva europeia e do procedimento quinquenal de atualização, espera-se subida do capital mínimo no seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, conforme avisou Autoridade de Seguros em março último.

Nota ainda para os pagamentos de sinistros suportados pelas seguradoras nos ramos Marítimo e Transportes, que cresceram 83,5% face a igual período do ano passado, acercando-se dos 5,8 milhões de euros, agravado sobretudo por sinistralidade envolvendo Embarcações e de Responsabilidade Civil de Embarcações marítimas e de uso lacustre e fluvial, indica a estatística da ASF até abril passado.

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