Solvência das seguradoras baixou um pouco, mas é confortável, diz supervisor
A posição de solvência das empresas no mercado segurador é confortável, mas decaiu ligeiramente no primeiro trimestre deste ano, revela relatório da entidade de supervisão.
A posição de solvência das empresas sob supervisão prudencial da ASF baixou ligeiramente no primeiro trimestre deste ano, após no final de 2021 se ter situado em 207,3% (rácio de cobertura do SCR, ou seja, do requisito de capital de solvência), crescendo 14,1 pontos percentuais face ao final de 2020, revela o último “Relatório de Estabilidade Financeira do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões” da ASF, a entidade reguladora do setor.
O recuo observado no rácio no final do primeiro trimestre foi, todavia, apenas de 0,8 pontos percentuais, para uma posição de solvência de 206,5%. De acordo com o relatório do supervisor, “a evolução do rácio global ao longo do período em análise reflete o crescimento do rácio agregado para os subconjuntos das empresas Vida (26,6 pontos percentuais) e mistas (12,7 pontos percentuais), enquanto as empresas Não Vida registaram um recuo de três pontos percentuais”.
Ativos das carteiras de investimento descem no 1º trimestre
As carteiras de investimentos das empresas que operam no mercado segurador revelavam, em março de 2022, um decréscimo do total de ativos para 49,7 mil milhões, menos 3,1% do que no final de 2021, quando se fixaram em 51,2 milhões de euros, o que, de acordo com a entidade supervisora, estará relacionado “com a evolução dos mercados financeiros ao longo do primeiro trimestre de 2022, nomeadamente ao nível do aumento das yields dos títulos de dívida”.
No que toca ao património dos fundos de pensões a evolução no primeiro trimestre de 2022 reverteu a tendência crescente observada entre o final de 2020 e de 2021, período em que se registou um aumento homólogo de 4,7% do total dos ativos, para 24,1 mil milhões de euros. Nos primeiros três meses deste ano verificou-se um decréscimo de 3,1% do valor total dos ativos, para 23,4 mil milhões de euros.
A ASF adianta que “em termos prospetivos, apesar de já se ter assistido a alguma correção dos preços dos ativos no sentido descendente durante o primeiro trimestre de 2022, subsiste amplitude para correções adicionais, dada a perceção de sobreavaliação de alguns segmentos do mercado e a elevada incerteza quanto à evolução da inflação e ao enquadramento geopolítico, o que poderá criar pressões adicionais nos mercados financeiros com reflexos na carteira de ativos das empresas de seguros e dos fundos de pensões”.
As carteiras de investimento das empresas de seguros nacionais – excluindo os ativos afetos a seguros ligados – continuam a ser dominadas, tendo em conta a posição reportada no final de março, por títulos obrigacionistas (74,7%), em particular dívida pública (42,6%), “apesar de se ter vindo a observar, desde 2020, o decréscimo da representatividade destes últimos”, nota o relatório do supervisor. O investimento direto e indireto em imobiliário (excetuando unit-linked) representa 9,2% do total da carteira.
Quanto à carteira de investimentos afeta a seguros unit-linked, a representatividade dos títulos obrigacionistas perdeu terreno para os fundos de investimento imobiliário. Em todo o caso, se esta última categoria de ativos correspondia, no final de 2021, a mais de metade do total dos investimentos neste segmento (55%), no final dos primeiros três meses deste ano a sua representatividade recuava para 51,8%.
“No setor dos fundos de pensões, em março de 2022, destaca-se a predominância de títulos de dívida (48%), apesar da tendência decrescente registada nos últimos anos, e dos fundos de investimento mobiliário (32,9%), tendo a evolução mais recente reforçado o peso desta última categoria”, refere o relatório.
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