Esta não é a melhor altura para fazer um acordo de médio prazo, diz Vieira Lopes

  • ECO
  • 3 Outubro 2022

Presidente da Confederação do Comércio e Serviços considera que, no próximo ano, "será difícil as empresas acompanharem sem dificuldade um mero ajustamento [do salário mínimo] com base na inflação".

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considera que todo o processo de negociação do acordo de rendimentos “tem sido muito estranho“. Em entrevista conjunta à Antena1 e ao Jornal de Negócios, João Vieira Lopes defende que, perante o atual cenário macroeconómico de incerteza, esta não é a melhor altura para fazer um acordo de médio prazo.

Para Vieira Lopes, “o documento, tal como está, podia ter sido apresentado em junho ou julho, por isso é estranho ser apresentado agora”. “Falou-se nisso há seis meses e quinze dias antes do Orçamento é que agora aparece o Governo com grande pressa para tentar fazer o acordo. É uma estratégia para nos pressionar a tomar uma decisão a curto prazo? É incapacidade de ter maturado durante mais tempo uma situação já mais concreta? É uma interrogação”, atira.

Em termos de salário mínimo, o presidente da CCP considera que, no próximo ano, “será difícil as empresas acompanharem sem dificuldade um mero ajustamento com base na inflação”. E acrescenta: “Não há que ter ilusões. Em nenhuma situação houve, durante os períodos de hiperinflação, um acompanhamento da massa salarial equivalente. As consequências políticas da guerra vão provocar uma perda do poder de compra. Temos é de tentar controlá-la e tomar algumas medidas para que não passe de determinados patamares”.

O mesmo responsável considera ainda que uma redução do IRC é um sinal para os investidores estrangeiros, defendendo um modelo que passa pela redução de um ponto percentual no IRC e uma baixa de 10% nas tributações autónomas.

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