Republicanos garantem 17 senadores nas eleições nos EUA, Democratas 11, dizem projeções

  • Lusa e ECO
  • 9 Novembro 2022

Nas projeções para a Câmara dos Representantes, os Republicanos asseguraram 186 mandatos, face aos 149 assegurados pelos Democratas.

Os Republicanos lideram a conquista de lugares no Senado com 17 mandatos, face aos 11 senadores assegurados pelos Democratas, segundo as mais recentes projeções da Associated Press (AP) das eleições intercalares.

Na corrida à câmara alta do Congresso norte-americano, as projeções da AP apontam para uma vantagem de 17-11 para os Republicanos. Já nas projeções para a Câmara dos Representantes, os Republicanos asseguraram 186 mandatos, face aos 149 assegurados pelos Democratas. Na eleição para governador, os Republicanos já asseguraram 16 lugares, enquanto os Democratas têm 13 governadores, segundo a AP.

O congressista Republicano Ted Budd conquistou um lugar no Senado pelo estado da Carolina do Norte, tendo derrotado a Democrata Cheri Beasley. Em Ohio, o candidato Republicano, o autor JD Vance, derrotou Tim Ryan, ganhando assim um lugar no Senado até agora controlado pelos Democratas.

O Republicano Rand Paul, antigo candidato presidencial, ganhou um terceiro mandato para o Senado em representação de Kentucky, derrotando o Democrata Charles Booker, o primeiro negro do Kentucky a concorrer como candidato democrata do estado para o Senado.

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, assegurou a sua reeleição para um quinto mandato frente a Joe Pinion. Já o Democrata Michael Bennet alcançou a vitória no Colorado, um dos estados disputados com os Republicanos, ao derrotar Joe O’Dea, segundo projeção da CNN.

No Dakota do Norte, o Republicano John Hoeven venceu a reeleição para o Senado frente à Democrata Katrina Christiansen e o independente Rick Becker. Já no Dakota do Sul, o também Republicano John Thune alcançou o quarto mandato para o Senado, sendo apontado como um potencial líder da câmara, após ter derrotado o Democrata Brian Bengs.

O também Republicano Jerry Moran assegurou o terceiro mandato no Senado no Kansas, ao derrotar o Democrata Mark Holland. Na corrida a governador, o procurador geral Democrata Josh Shapiro venceu na Pensilvânia o Republicano Doug Mastriano, um candidato de extrema direita apoiado pelo antigo presidente Donald Trump.

A Democrata Kathy Hochul tornou-se a primeira mulher a ser eleita governadora de Nova Iorque, sendo que já ocupava o cargo desde a demissão de Andrew Cuomo em 2021. Em Illinois o Democrata J.B. Pritzker foi reeleito numa corrida contra o senador Republicano Darren Bailey, também apoiado por Trump.

A Democrata Maura Healey foi eleita frente a Geoff Diehl, tornando-se a primeira lésbica assumida a conquistar este cargo. Também o Democrata Dan McKee derrotou Ashley Kalus para o cargo de governador em Rhode Island. No Colorado, o Democrata Jared Polis alcançou a reeleição ao derrotar a Republicana Heidi Ganahl.

Já o Republicano Mark Gordon conquistou o segundo mandato como governador no Wyoming, ao bater a Democrata Theresa Livingston, enquanto em Vermont o Republicano Phil Scott assegurou a sua reeleição no Estado Democrata, vencendo Brenda Siegel. Em Iowa, o Republicano Kim Reynolds venceu o segundo mandato como governador frente à Democrata Deidre DeJear.

Segundo as projeções anunciadas anteriormente, os Republicanos asseguraram também vitórias para o Senado no Oklahoma (reeleição de James Lankford e a eleição de Markwayne Mullin), no Alabama (eleição de Katie Britt), na Florida (reeleição de Marco Rubio), no Indiana (reeleição de Todd Young), no Arkansas (reeleição de John Boozman) na Carolina do Sul (reeleição de Tim Scott) e Kentucky (reeleição de Rand Paul).

Já os Democratas tinham assegurado lugares no Senado em Illinois (reeleição de Tammy Duckworth), em Maryland (reeleição de Chris Van Hollen), no Connecticut (reeleição de Richard Blumenthal) e Vermont (eleição de Peter Welch).

Na corrida a governador, os Democratas elegeram Wes Moore em Maryland, Maura Healey no Massachusetts e JB Pritzker no Illinois (reeleição). Nos Republicanos, Ron DeSantis foi reeleito governador na Florida, Chris Sununu foi reeleito em New Hampshire, Mike DeWine foi reeleito no Ohio, Kay Ivey foi reeleita no Alabama, Bill Lee foi reeleito no Tennessee, Henry McMaster foi reeleito na Carolina do Sul e Sarah Sanders foi eleita no Arkansas.

As eleições intercalares norte-americanas realizadas esta terça-feira determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.

Em disputa estão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.

“Democratas estão a superar expectativas” em todos os EUA, diz congressista

Com o controlo das duas câmaras do Congresso ainda por decidir, os democratas reunidos no Hollywood Palladium, em Los Angeles, acreditam terem conseguido travar a “onda vermelha” que os republicanos prometeram para as intercalares.

“Os democratas estão a superar expectativas em todo o país”, afirmou o congressista Ted Lieu, que foi reeleito pelo 33º distrito da Califórnia. “Definitivamente não é uma onda vermelha, com certeza”, disse Lieu, contrariando as palavras do republicano Lindsey Graham à televisão NBC.

O partido republicano continua a ser favorito para reconquistar o poder na Câmara dos Representantes, mas por uma margem inferior ao que desejava – que pode ser de apenas três assentos – e com o Senado a poder ainda cair para qualquer um dos lados.

Lieu disse que o desempenho se deve ao facto de os democratas terem aprovado legislação importante, como o pacote de combate à inflação, mas também porque muitos candidatos republicanos “são doidos da cabeça” e prometeram ações como a criminalização do aborto em todo o país.

O congressista Adam Schiff, também reeleito esta noite pelo 28º distrito da Califórnia, sublinhou igualmente o desempenho melhor que o previsto para os democratas. “Já desafiámos os analistas que estavam a prever uma onda vermelha em todo o país”, afirmou. “Em vez disso, os nossos democratas estão a aguentar-se firme”.

A surpresa, ainda por confirmar, explica porque é que o Hollywood Palladium – que abriu para receber os democratas à hora do fecho das urnas na Califórnia e é a central onde se estão a assistir aos resultados – tem menos de metade da capacidade preenchida. A noite temia-se desastrosa.

Falando a uma audiência pouco barulhenta, Adam Schiff endereçou a gravidade do momento perante o número elevado de candidatos republicanos que negam a legitimidade do presidente Joe Biden. “Encontramo-nos esta noite num momento muito precário da história da nossa democracia”, considerou Schiff, que estava no Capitólio a 06 de janeiro de 2021 quando foi atacado por uma multidão de apoiantes de Donald Trump.

“Pensei que depois de a grande mentira ter levado a violência, seria repudiada”, afirmou. “Mas os republicanos agarraram-se a ela ainda com mais força”. Este tema foi mencionado por todos os dirigentes que passaram pelo palco e falaram da importância de defender a democracia a partir de Los Angeles e da Califórnia, uma cidade e um estado que pendem fortemente para os democratas.

Isso refletiu-se nas vitórias locais. Não só a candidata oficial do partido ao cargo de “mayor”, Karen Bass, está à frente na corrida, como se espera que a proposta de lei para consagrar o direito ao aborto na Constituição estadual tenha vencido a votação.

Alex Padilla, anterior secretário de Estado, também se tornou no primeiro hispânico a ser eleito para o Senado pela Califórnia e comemorou o que disse ser “uma noite histórica”. “Temos uma batalha incrível pela frente”, afirmou Padilla, “e a Califórnia está pronta para a liderar”.

Padilla referiu os esforços promovidos pelo estado mais populoso dos Estados Unidos para alargar o acesso dos eleitores aos boletins de voto e facilitar a votação, tanto por correspondência como presencialmente. “A América é grande. A nossa democracia é sagrada”, disse Padilla. “O sonho americano é sagrado. E juntos vamos defendê-lo”.

A noite, que começou no Palladium com a atuação do grupo musical Mariachi Lindas Mexicanas, poderá ser longa, devido ao grande volume de votos por correspondência e margens apertadas em corridas-chave.

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