“Pode suceder que registemos em 2023 mais um ano de crescimento na SRS”, diz Pedro Rebelo de Sousa

O managing partner da SRS Legal, Pedro Rebelo de Sousa, fez um balanço de 2022 e confessou que, apesar da incerteza económica, do escalar da inflação e da guerra entre a Ucrânia e Rússia, foi um ano que não frustrou as expectativas.

À Advocatus, o líder da SRS antevê que em 2023 o desafio passa por continuar a crescer, orgânica e sustentavelmente, e que pode suceder que registem mais um ano de crescimento na SRS.

Que balanço faz do ano de 2022?

Apesar de toda a incerteza económica, do escalar da inflação e do conflito militar que envolve a Ucrânia e a Rússia, 2022 foi – em termos puramente de negócio – um ano que não frustrou as expectativas.

A SRS continuou a crescer e a prestar assessoria jurídica a clientes estratégicos em território nacional e internacional. Estivemos em algumas transações importantes, embora não possamos mencionar a maioria. Mas damos como exemplo a aquisição da Smart Studios pela Round Hill Capital. Apoiámos, em termos laborais, clientes de grande dimensão em Portugal. Celebrámos 30 anos, assinalando a efeméride com um grande evento e com um rebranding. Voltámos a estar juntos diariamente, após todos os constrangimentos impostos pela pandemia. Em suma, foi um bom ano, que ficará na história da SRS pelos melhores motivos.

Quais são as expectativas para o setor da advocacia em 2023?

Historicamente, em cenários de incerteza, as empresas de consultoria – jurídica, económica, de comunicação, etc. – registam períodos de grande volume de trabalho e até de crescimento. A profissão de advogado não vive exclusivamente do conflito entre partes, mas também se alimenta dela, para atingir acordos que representem sempre a melhor solução para os seus clientes.

Penso que ainda existe espaço para alguma consolidação no setor em Portugal – acabámos de assistir ao anúncio recente de uma fusão com dimensão relevante – e para a continuação do crescimento das boutiques legais, sociedades/empresas de menor dimensão, mas com alto valor de expertise em determinado setor ou área de prática.

Quanto às sociedades de maior dimensão – entre as quais nos incluímos – o desafio passa por continuar a crescer, orgânica e sustentavelmente, mantendo a aposta de forma coerente e consistente na profissionalização das áreas de suporte, no desenvolvimento e uso da tecnologia e nas novas gerações, cada vez melhor capacitadas a nível académico, dotando-as de ferramentas profissionais e de acesso a track-record que as apoie na tomada de decisão.

E em termos de volume de negócios do escritório?

2023 ainda está envolto em incerteza, na sequência do que está a ser o final de 2022. Ainda não há um fim à vista para a guerra na Ucrânia, as taxas diretoras emitidas pelos principais bancos centrais – FED, BCE e Banco de Inglaterra – continuam a aumentar, mas sem impacto relevante provado na descida da inflação. Penso que entraremos num período de estagflação, que trará dissabores a curto e médio prazo.

Ironicamente, mesmo com todos estes constrangimentos, o negócio e o volume de trabalho têm crescido. Pode, portanto, suceder que registemos em 2023 mais um ano de crescimento na SRS, apesar de todos os fatores descritos acima.

Daremos ainda continuidade ao processo de sucessão do managing partner, com uma natureza progressiva, que aportará um novo ímpeto à SRS e ajudará certamente a guiar o futuro a curto, médio e longo prazo.