ISEG prevê crescimento entre 1% e 2% no primeiro trimestre

Indicadores quantitativos relativos ao primeiro trimestre sugerem um crescimento em volume da procura externa líquida, mas são mais indefinidos relativamente à evolução da procura interna.

Os economistas do ISEG preveem um crescimento da economia entre 1% e 2% no primeiro trimestre deste ano, em termos homólogos, isto depois de uma progressão de 3,2% nos últimos três meses de 2022.

“Com a informação disponível, mas ainda com bastante incerteza, admite-se um crescimento homólogo do PIB entre 1% a 2% no primeiro trimestre de 2023, a que corresponde um crescimento em cadeia de 0 a 1%. Esta estimativa será, eventualmente, revista no próximo relatório”, sublinha a síntese de conjura do ISEG de março, coordenada pelo economista António Ascenção Costa.

O relatório sublinha o facto de, em fevereiro, o indicador de sentimento económico ter subido, assim como o indicador de confiança dos consumidores, “reforçando as subidas do mês anterior”. “Os indicadores quantitativos relativos ao primeiro trimestre sugerem um crescimento em volume da procura externa líquida, mas são mais indefinidos relativamente à evolução da procura interna global, onde há segmentos a evoluir positivamente e outros negativamente”, refere a síntese.

Numa análise por setores de atividade a nota vai para o indicador de confiança da construção e obras públicas, por ser o único que não subiu. Os indicadores de confiança da indústria e do comércio a retalho “subiram moderadamente”, mas o indicador de confiança dos serviços teve uma subida “estranhamente pronunciada”, “tendo feito regressar este indicador a valores próximos dos melhores de 2022, o que então se justificava pela forte retoma de atividade após a crise sanitária”.

Já o indicador de confiança dos consumidores, que atingiu mínimos em novembro, “recuperou de forma relevante até fevereiro, embora continue a ser um dos mais negativos da União Europeia.

Usando os indicadores já avançados até à data — como o aumento homólogo de 6% da produção industrial em janeiro (à boleia do aumento da produção de energia), o crescimento de 9,2% do índice de produção na construção em janeiro (apesar da queda de 9% nas vendas de cimento em janeiro e fevereiro), a evolução homóloga de 14,5% do índice de volume de negócios nos serviços em janeiro e de 3,7% do índice de volume de negócios no comércio a retalho – os economistas do ISEG esperam que seja a procura externa líquida a “sustentar a maior parte do crescimento no primeiro trimestre”.

“Mas a evolução da procura interna parece mais incerta: crescerá nalguns segmentos (procura automóvel, outros bens duradouros), deve decrescer noutros (procura alimentar e de serviços no âmbito do consumo privado, e, globalmente, na área do Investimento)”, lê-se na síntese. “No conjunto, com a informação atualmente disponível, a evolução, em volume, da procura interna no primeiro trimestre ainda está indefinida”, reconhecem

Esta incerteza leva os economistas a admitir, em abril, rever a previsão de crescimento anual para este ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

ISEG prevê crescimento entre 1% e 2% no primeiro trimestre

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião