De incêndios a ciberataques saiba quais são os principais riscos para as empresas portuguesas em 2024

Segundo o barómetro de risco da seguradora Allianz, as pequenas empresas estão menos preparadas para se proteger dos riscos e "demoram mais tempo a recuperar a atividade após um incidente inesperado".

O principal risco para as empresas portuguesas para este ano é o de incidentes cibernéticos (48% ), como, por exemplo, crimes cibernéticos que podem provocar a paragem de sistemas informáticos, violações de dados, multas e sanções. Segundo o Barómetro de Risco Allianz, o segundo principal risco é o de interrupção de negócio (36%), provocado por problemas nas cadeias de abastecimento, seguindo-se o risco dos desenvolvimentos económicos (30%), como a inflação, deflação, políticas monetárias e austeridade, por exemplo, que se encontra com a mesma pontuação que as catástrofes naturais (30%), como inundações, tempestades, terramotos, incêndios e fenómenos climáticos extremos.

Os riscos da categoria da crise energética (24%), provocados pela flutuação dos preços e escassez de oferta, são vistos como menos preocupantes para as empresas portuguesas comparando com o ano passado (passando de 3.ª para 5.ª lugar este ano). Pelo contrário, a perceção sobre os riscos das alterações na legislação e regulação (18%) agravou-se subindo três posições (de 9.º em 2023 para 6.ª este ano). Com a mesma percentagem estão as preocupações com as alterações climáticas (18%), e a escassez de mão-de-obra qualificada (18%). O último lugar do Top 10 é ocupado pelos riscos de incêndios e explosões (15%), que desceram duas posições, e também os de desenvolvimentos do mercado (15%).

Como indica tabela construída pela Allianz, a soma dos resultados não é 100%, uma vez que os inquiridos só podiam escolher 3 dos riscos apresentados.

Também a nível global, o risco de incidentes cibernéticos (36%) destaca-se por ser considerado o maior risco pelo terceiro ano consecutivo, sendo a violação de dados considerada a ameaça cibernética mais preocupante para 59% dos inquiridos. Seguindo-se a interrupção do negócio (31%) refletindo “a interligação num ambiente empresarial global cada vez mais volátil, bem como uma forte dependência das cadeias de abastecimento para produtos ou serviços críticos.”. As preocupações com as catástrofes naturais (26%) estão em terceiro lugar, tendo subido 3 posições desde o ano passado. Ocupando o quarto lugar estão os riscos das alterações na legislação e regulação (19%), os desenvolvimentos macroeconómicos (19%) e incêndios e explosões (19%). Por ordem de decrescente preocupação estão as alterações climáticas (18%), os riscos políticos e violência (14%), os desenvolvimentos do mercado (13%) e, por último, a escassez de mão-de-obra qualificada (12%).

De acordo com o relatório, das grandes às pequenas e médias empresas, todas partilham as mesmas preocupações face a riscos de cibersegurança, interrupção de atividade e catástrofes naturais. Mas as grandes empresas estão mais preparadas para enfrentar o risco do que as pequenas. As últimas “não dispõem frequentemente do tempo e dos recursos necessários para identificarem e se prepararem eficazmente para um leque mais vasto de cenários de risco, e consequentemente, demoram mais tempo a recuperar a atividade após um incidente inesperado”, refere a Allianz Commercial num comunicado.

Segundo Petros Papanikolaou, Diretor Executivo da Allianz Commercial, “os principais riscos e os que mais se destacam no Barómetro de Risco Allianz deste ano refletem as grandes questões que as empresas enfrentam atualmente em todo o mundo – digitalização, alterações climáticas e um ambiente geopolítico incerto. Muitos destes riscos já estão a ser sentidos, como condições meteorológicas extremas, ataques de ransomware e conflitos regionais que deverão testar ainda mais a resiliência das cadeias de abastecimento e dos modelos de negócio em 2024. Os mediadores e os clientes das seguradoras devem estar atentos e ajustar as suas coberturas de seguro em conformidade.”, cita o comunicado.

A Allianz elaborou este relatório com base nas respostas 3.059 indivíduos de 92 países diferentes. Foi solicitado aos inquiridos que indicassem qual era a sua área de especialidade e quais os três principais riscos que esta enfrenta. Os respondentes foram selecionados entre os representantes de negócios, clientes da Allianz, corretores e organizações do setor, assim como consultores de risco, subscritores, gestores, peritos em sinistros e outros profissionais de gestão de risco no segmento de seguros empresariais em entidades da Allianz, representando no total 24 setores de indústria. As entrevistas foram realizadas ao longo de outubro e novembro de 2023.

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