Inflação na Zona Euro sobe para 2,3% em novembro e pressiona BCE

Os serviços continuam a ser a variável que mais pressiona a taxa de inflação, registando em novembro uma taxa anual de 3,9%. Com um IHPC de 2,7%, Portugal continua acima da média da Zona Euro.

A taxa de inflação anual na área do euro subiu para 2,3% em novembro, face aos 2% registados em outubro, segundo a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Eurostat. Este aumento, em linha com as previsões dos analistas, coloca novamente pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) a poucos dias da sua última reunião de política monetária do ano, que se irá realizar a 12 de dezembro.

A inflação subjacente, que exclui os preços da energia e dos alimentos não processados, manteve-se estável nos 2,7%, ligeiramente abaixo dos 2,8% previstos pelos analistas. Este indicador é particularmente relevante para o BCE, pois reflete as pressões inflacionistas mais persistentes na economia.

Em termos mensais, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) registou uma queda de 0,3%, ficando acima das expectativas dos analistas de uma descida de 0,2%. Os dados do gabinete estatístico da União Europeia revelam que os serviços continuam a ser o principal motor da inflação, apresentando uma taxa anual de 3,9% em novembro, seguidos pelos alimentos, álcool e tabaco (2,8%).

A energia, que tem sido apresentado um comportamento deflacionário nos últimos meses, registou uma queda menos acentuada em novembro (-1,9%) em comparação com outubro (-4,6%), contribuindo para o aumento da taxa global do IHPC este mês.

Portugal registou uma taxa de inflação medida pelo IHPC de 2,7% em novembro, ligeiramente acima da média da Zona Euro. No entanto, permanece longe do IHPC registado na Bélgica (5%), Croácia (4%) e Países Baixos (3,8%), os valores com as taxas de inflação mais elevadas.

O aumento da taxa de inflação em novembro não foi uma total surpresa nem se traduziu numa subida significativa, mas coloca o BCE numa posição delicada antes da sua reunião de 12 de dezembro. Apesar de alguns membros do Conselho do BCE, como Philip Lane, terem sugerido que a política monetária não deve permanecer restritiva por muito tempo, o recente repique inflacionário pode levar a uma postura mais cautelosa.

O mercado tem vindo a antecipar um corte de 25 pontos base nas taxas diretoras na próxima reunião. Christine Lagarde, presidente do BCE, tem consistentemente afirmado que as decisões serão tomadas “reunião a reunião” e dependentes dos dados económicos mais recentes. Com esta subida da inflação, a probabilidade de um corte nas taxas em dezembro pode ter diminuído, embora não esteja completamente fora de questão.

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