Suecos compram minas em Portugal e na Suécia por 1,3 mil milhões de dólares

Boliden ganhou a corrida a três mineiras australianas e vai pagar 1,3 mil milhões de dólares pela maior mina portuguesa e por outra localizada na Suécia.

A maior mina portuguesa prepara-se para mudar de mãos. A mineira sueca Boliden anunciou esta segunda-feira que está em negociações exclusivas com a Lundin Mining para a compra da mina de Neves-Corvo em Portugal e outra mina na Suécia por 1,3 mil milhões de dólares (cerca de 1,23 mil milhões de euros), acrescidos de 150 milhões de dólares variáveis.

A Boliden, que ganhou a corrida a três mineiras australianas, espera concluir a transação até meados do próximo ano, mas a operação ainda está sujeita à autorização de várias entidades, incluindo a Comissão Europeia e o Governo português, que tem de dar luz verde à alteração do contrato de concessão da mina de Neves-Corvo.

Para financiar a operação, a mineira sueca assegurou um empréstimo-ponte junto do BNP Paribas, da RBC Capital Markets e do SEB.

Contudo, a Boliden pretende refinanciar este bridge loan através de dívida de médio e longo prazo e também através da emissão de ações, apontando para um aumento de capital de cerca de 600 milhões de euros (cerca de metade do empréstimo bancário) a realizar ao longo do primeiro semestre do próximo ano, dependendo das condições do mercado.

Além dos 1,3 mil milhões de dólares de upfront cash, a mineira sueca vai pagar um montante adicional que pode ascender a 150 milhões e cujos pagamentos se encontram dependentes da evolução dos preços do zinco e cobre nos próximos três anos (no que diz respeito à mina de Neves-Corvo) e do nível de produção nos próximos dois anos na mina sueca.

De acordo com a Boliden, as minas de Neves-Corvo e de Zinkgruvan irão contribuir com cerca de 300 milhões a 350 milhões de dólares de resultados operacionais (EBITDA) por ano nos próximos cinco anos.

No caso da mina portuguesa, que é detida pela Lundin desde 2006, conta cinco grandes jazigos em produção: Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador.

Em 2023, a faturação da Somincor (que explora a mina) apresentou uma queda face ao ano anterior, para 393 milhões de euros, um resultado operacional (EBITDA) de 83 milhões e lucros, em queda, de cerca de 1,5 milhões de euros (13 milhões em 2022).

O Governo português já disse estar a acompanhar o processo de venda das minas, tendo em conta a “relevância social e económica” da Somincor para os trabalhadores, para a região e para o país”, garantindo que “exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor”.

Os canadianos da Lundin colocaram as duas minas na Europa à venda no início do ano numa altura em que viraram atenções para o mercado sul-americano. No verão anunciou uma parceria com a gigante BHP para avançar para a compra da Filo por cerca de três mil milhões de dólares, estando prevista a criação de uma joint venture para explorar os projetos de cobre na Argentina.

(Notícia atualizada às 11h16)

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