CP prevê condicionamentos nos serviços intercidades e em quatro linhas
"Imobilizações prolongadas" de comboios deverão causar condicionamento nos serviços intercidades e nas linhas de Cascais, Oeste, Algarve e Beja, prevê a CP.
A Comboios de Portugal (CP) previu que a oferta esteja condicionada nos serviços intercidades e nas linhas de Cascais, Oeste, Algarve e Beja, até final de outubro, devido a “imobilizações prolongadas” de comboios.
No documento noticiado inicialmente pelo Dinheiro Vivo, no qual o presidente da empresa, Carlos Nogueira responde a várias questões colocadas na sua audição parlamentar de setembro, lê-se que no serviço intercidades há “elevada imobilização prolongada de carruagens por falta de mão de obra da EMEF [oficinas] para reparação das mesmas e de peças de reserva”.
“Para um parque ativo de 102 carruagens existirão, em média, até ao final do mês de outubro, 21 carruagens em imobilização prolongada (21%), o que condiciona a oferta comercial nos períodos de maior procura – fim de semana”, segundo uma resposta do responsável à comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.
Na linha de Cascais, até ao final do mês, devem estar fora de circulação, em média, quatro unidades de um total de 31 denominadas tecnicamente de UME3150/3250, o que “poderá condicionar pontualmente a oferta comercial nos períodos de hora de ponta”. Nas horas de maior procura, a oferta habitualmente é de 26 unidades.
A justificação neste caso volta a ser a “elevada imobilização prolongada de unidades por falta de mão de obra da EMEF para manutenção e reparação das mesmas e de peças de reserva”.
Já no serviço regional com comboios a diesel, o dirigente da CP previu que, até final do mês, a operação seja afetada nas Linhas do Oeste, Algarve e Beja, já que do parque de 19 UDD 450, em média, quatro unidades estarão em “imobilização prolongada”.
Aquela situação, aliada “às necessidades de manutenção inerentes à vetustez deste parque de material circulante provocará condicionantes relevantes na oferta comercial”, segundo o documento assinado por Carlos Nogueira.
Na origem da situação está, novamente, a falta de funcionários na EMEF, mas prevê-se “alguma melhoria nos índices de regularidade inerentes a esta oferta comercial até fina do ano”.
Nestas respostas dirigidas aos deputados, o responsável da CP indicou que o material circulante imobilizado existe porque “não é necessário para o serviço comercial” ou porque “estão em manutenção preventiva planeada de maior ou menor duração porque estão pendentes de reparação por acidente/vandalismo ou por avaria”.
No mesmo documento, o dirigente previu que a fatura este ano seja de 50 mil euros em termos de indemnizações a clientes por perturbações na operação, face a valores apurados no primeiro semestre quanto a reclamações e pedidos tratados.
Acerca da fraude, a CP admitiu que a taxa tem “especial incidência nos serviços urbanos, sendo na ordem dos 10%”.
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