Em plena guerra comercial, BPI vê Semapa, Mota e Sonae Capital a brilhar em 2019

O BPI CaixaBank lançou as suas perspetivas para o mercado acionista nacional no próximo ano. Jerónimo Martins e Nos continuam a ser preferidas, mas Semapa, Mota e Sonae Capital dão maior potencial.

Crise orçamental em Itália, Brexit, guerra comercial e abrandamento da economia na Zona Euro. São algumas das potenciais ameaças que os analistas do BPI CaixaBank identificaram e que podem virar as bolsas do avesso. Mas também encontram oportunidades no mercado ibérico. No caso português, a Jerónimo Martins e a Nos continuam na lista das preferidas do banco. Mas são as ações da Semapa, da Mota-Engil e da Sonae Capital que apresentam maior potencial de valorização no PSI-20.

“Com um orçamento a desafiar as regras da União Europeia (UE), Itália deverá ser sujeita a sanções e a tensão pode escalar para uma crise política na UE”, diz a equipa de research no “Iberian Book” datado desta terça-feira. “Entretanto, Bruxelas e Londres chegaram a um pré-acordo sobre o Brexit mas a aprovação do parlamento do Reino Unido está longe de estar garantida”, acrescenta ainda.

Nos EUA, o BPI CaixaBank diz que a guerra comercial entre os EUA com a China e a UE “continua a ser uma fonte de incerteza”. Deste lado do Atlântico, salienta o abrandamento da economia da Zona Euro no terceiro trimestre, quando o desempenho económico alemão saiu abaixo do esperado.

Neste cenário, o BPI CaixaBank reviu as avaliações das principais cotadas nacionais. A Jerónimo Martins e a Nos surgem em destaque ao manterem-se como as únicas ações portugueses incluídas na “Core List” do banco, ambas com recomendação de “Compra” — as restantes nove ações são de empresas espanhola.

Sobre a retalhista portuguesa, com um preço alvo de 15,85 euros (o que dá um potencial de valorização de 48%), os analistas sublinham que “continua a conquistar quota no seu principal mercado, a Polónia, beneficiando das boas perspetivas macroeconómicas“. Por outro lado, o mercado da Colômbia, onde está presente através da cadeia Ara, também “deverá trazer notícias positivas em 2019, sendo um elemento chave para a evolução dos lucros no futuro” da Jerónimo Martins.

Em relação à Nos, “a operadora de telecomunicações deverá apresentar de um perfil de cash flow superior nos próximos anos”. O banco atribui um preço alvo de 6,35 euros, o que dá um potencial de ganhos de 22% face à cotação de fecho desta terça-feira, e diz que “a atual avaliação parece atrativa à medida que se torna mais claro o caminho da companhia rumo um elevado free cash flow e dividend yield.

Semapa, Mota e Sonae Capital a brilhar

Ainda assim, apesar de a Jerónimo Martins e a Nos continuarem entre as preferidas, há um trio de ações nacionais que podem disparar no próximo ano. São os casos da Semapa, Mota-Engil e Sonae Capital, a quem os analistas atribuem um potencial de valorização entre 67% e 79%.

No caso da Semapa, o preço alvo foi revisto em alta para 24,8 euros, oferecendo um potencial de 78,9% face ao fecho da última sessão. “Deverá continuar a ser influenciada pela Navigator”, diz o BPI Caixabank, isto apesar de reconhecer que “o negócio do cimento tem demorado mais tempo do que o esperado para melhorar”.

Já a construtora viu a avaliação baixar dos 4,0 euros para os 3,1 euros, mas continua com potencial de ganhos de 71%, perante a “exposição única ao mercado de infraestruturas africana em rápido crescimento, a carteira de encomendas em máximos históricos e o ponto de viragem na geração de cash flow“.

Por fim, a Sonae Capital é vista como ação para “cristalizar valor”. O banco dá um preço alvo de 1,25 euros ao título, antecipando uma valorização potencial de 67%. Argumenta que “vendas adicionais de ativos imobiliários e a distribuição de dividendos deverão ser elementos importantes” para a ação que “está a negociar com um desconto relevante face ao valor líquido dos ativos”.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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