Pós-Brexit, Portugal de olho no regulador europeu dos medicamentos

  • Marta Santos Silva
  • 22 Novembro 2016

"Se houver empresas que preferem sair do Reino Unido, evidentemente que temos uma estratégia para atrair esse investimento para Portugal", disse a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

Portugal gostaria de receber a sede da Agência Europeia de Medicamentos se esta abandonar Londres por causa da saída do Reino Unido da União Europeia. Margarida Marques, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, disse, citada pela Bloomberg: “Se no novo enquadramento da relação entre o Reino Unido e a União Europeia houver empresas que preferem sair do Reino Unido, evidentemente que temos uma estratégia para atrair esse investimento para Portugal“.

O regulador europeu que controla a segurança dos medicamentos, a Agência Europeia de Medicamentos (AEM), emprega 900 pessoas e tem a sua sede em Londres. A Bloomberg escrevia na semana passada que o regulador se tornou numa das empresas mais cobiçadas pelos países que tencionam permanecer na UE, incluindo a Suécia, a França e a Dinamarca.

Em Lisboa, Margarida Marques disse, esta terça-feira, que Portugal também se conta entre os interessados para tentar atrair a AEM se esta decidir sair de Londres. Ser o país anfitrião da AEM tem várias vantagens: os funcionários são pagos pela União Europeia, que também pagará o aluguer dos espaços que ocupar. Conferências relacionadas com a AEM também trariam vantagens aos negócios locais das cidades onde a sede se instalasse.

Sobre a negociação dos termos do Brexit, Margarida Marques repetiu as ideias já referidas pelas autoridades europeias: as conversas só vão ter início quando o Reino Unido ativar o Artigo 50º do Tratado de Lisboa, que inicia o processo de saída da União Europeia. “Sem notificação, não há negociação”, disse a secretária de Estado.

No entanto, aproveitou para sublinhar que, embora Portugal não vá negociar bilateralmente com o Reino Unido acerca deste tema, o país quer “manter a relação bilarial que tem tido com o Reino Unido, que dura há sete séculos, e quer manter a segurança da comunidade portuguesa que vive no Reino Unido e das empresas que operam no Reino Unido”.

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