BCP vive pior mês na bolsa em três anos. Perde 600 milhões em agosto

Miguel Maya ainda interveio publicamente para tentar conter pressão vendedora em torno das ações do BCP. Mas banco afundou 16% em agosto, perdendo 574 milhões de capitalização bolsista.

O BCP teve um mês para esquecer na bolsa de Lisboa. As ações registaram uma queda de 16,4% em agosto, o equivalente a quase 600 milhões de euros na sua capitalização bolsista. Foi o pior desempenho mensal desde junho de 2016, há três anos. O banco já vale menos de 3.000 milhões de euros.

Ainda não tínhamos chegado a meio do mês e a forte pressão vendedora em torno dos títulos do BCP no mercado levava o CEO do banco, Miguel Maya, a vir prestar declarações públicas para desfazer qualquer dúvida em relação à solidez do banco, num esforço para descansar o mercado.

A 13 de agosto, Maya justificou o mau desempenho bolsista do BCP como sendo resultado de uma reação muito forte dos investidores em face da “alteração da perceção dos mercados sobre as implicações para o setor bancário de uma conjuntura macroeconómica, caracterizada pela elevada imprevisibilidade e marcada pelo arrefecimento do crescimento económico mundial, pelas fortes tensões comerciais globais, pela maior probabilidade de um hard Brexit e pela crise política em Itália”.

Garantiu, depois, que “a evolução nos próximos trimestres permitirá comprovar o valor do BCP e os mercados farão, a seu tempo, uma apreciação menos marcada pelas incertezas macroeconómicas do presente”.

As palavras não convenceram totalmente os investidores, que continuaram a castigar as ações do BCP. Ainda que os títulos tenham subido nesta última sessão 0,84% para os 0,1932 euros, isso não foi o suficiente para apagar o acumulado de perdas que vem registando desde o dia 1. Feitas as contas, o banco “emagreceu” cerca de 574 milhões de euros em termos de capitalização bolsista, estando agora avaliado em 2,9 mil milhões de euros a preços de mercado. Agosto termina assim com uma queda mensal de 16,4%, no que é o pior mês desde junho de 2016, quando o título desvalorizou 40%.

Lá por fora, o índice Stoxx Europe 600 Banks, que inclui os maiores bancos no Velho Continente perdeu 6,72% em agosto, pelo segundo mês seguido, refletindo o receio dos investidores com o contexto internacional, de onde se destacam as perspetivas de juros mais baixos e por mais tempo do Banco Central Europeu (BCE).

BCP cai 16% em agosto

Lisboa brilha na última sessão

Já o PSI-20, o principal índice português, caiu quase 2,5% em termos mensais, isto apesar de ter registado uma subida de 1,5% na sessão desta sexta-feira para os 4.888,63 pontos.

O dia foi positivo para a praça portuguesa. Apenas a Mota-Engil registou perdas, caindo 0,32% para 1,894 euros. Jerónimo Martins, EDP Renováveis e Galp tiveram os melhores comportamentos esta sexta-feira, com ganhos entre 2% e 3%.

“A Jerónimo Martins foi favorecida pela melhoria da recomendação da Goldman Sachs para o título, como reportado por diversos media financeiros. Tendo o desempenho na Polónia como principal argumento, a Goldman Sachs elevou a avaliação da empresa para o final de 2020 de 14 euros para 16,50 euros”, referem os analistas do BPI.

Quanto à EDP Renováveis, o bom desempenho surgiu no dia em que anunciou um contrato de 15 anos para a transformação e venda de eletricidade de fonte solar em Portugal.

Lisboa conseguiu superar os ganhos na Europa. O índice de referência europeu, o Stoxx 600, somou 0,6%, acompanhado das praças de Frankfurt e Madrid, que tiveram ganhos de 0,85% e 0,21%. Em Milão, o FTSE Mib caiu 0,35%.

(Notícia atualizada às 17h08)

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