Número de instituições de crédito na UE cai quase um terço desde crise de 2008

  • Lusa
  • 12 Setembro 2019

Desde o início da crise financeira 2.437 instituições financeiras desapareceram na Europa. Ou seja, 29% face às 6.088 que existiam na União Europeia em 2008.

O número de instituições de crédito na União Europeia caiu, em 2018, para 6.088, uma queda de 2,6% face a 2017 e de 29% relativamente a 2008, início da crise no setor, revelou a Federação Europeia de Bancos.

Dados divulgados na quarta-feira pela Federação Europeia de Bancos (EBF, sigla em inglês) revelam que, no final do ano passado, existiam menos 2.437 instituições financeiras na União Europeia (UE) do que em 2008.

Ainda assim, segundo a EBF, que está sediada em Bruxelas, “o declínio do ano passado foi menor do que nos últimos anos, sendo mais significativo na Alemanha, Itália, Áustria e Irlanda”.

Em Portugal, no final de 2018, registavam-se 150 instituições bancárias, das quais 60 eram bancos (incluindo 30 agências de bancos estrangeiros), 86 eram bancos de crédito agrícola mútuo e quatro bancos de poupança.

No que toca ao número total de agências bancárias na UE, caiu 5,6% no final do ano passado face ao período homólogo do ano anterior para 174 mil.

Já em comparação com 2008, o número total de agências bancárias caiu 27%, representando uma redução de 65 mil agências, o que a EBF justifica com a “crescente utilização dos serviços bancários ‘online’ e móveis nos últimos anos”.

Segundo os dados desta entidade, mais de metade dos clientes bancários (54%) na UE usavam, em 2018, serviços do banco na internet, uma subida de três pontos percentuais face a 2017 e quase o dobro do registado em 2008.

“A visão geral da EBF mostra que os bancos, no ano passado, continuaram a reduzir a sua presença física em toda a Europa”, assinala a federação em nota de imprensa, observando que, para as instituições financeiras, “tornou-se menos importante ter uma ampla rede de agências” porque “os clientes interagem cada vez mais com os bancos por meio de canais digitais”.

No que toca ao número de funcionários, também se tem assistindo a uma redução na UE.

Em 2018, este número “caiu para o nível mais baixo desde que o BCE [Banco Central Europeu] começou a medi-lo, em 1997, e situava-se em aproximadamente 2,67 milhões de pessoas”, precisa a Federação Europeia de Bancos.

Este número compara com um total de 2,74 milhões funcionários no final de 2017 e de 3,26 milhões em 2008.

Em Portugal, no final do ano passado, o setor bancário empregava 50.819 pessoas, o que representava 1% da população ativa no país, de acordo com a EBF.

Em sentido inverso, de subida, têm estado os depósitos das empresas (não financeiras) e das famílias, que subiram 4% face ao ano anterior, sendo que este aumento foi maior no caso das companhias.

Também a aumentar tem estado o valor dos empréstimos às famílias, que aumentou 2,5% em 2018 relativamente a 2017.

Desde 2014, o valor destes empréstimos aumentou em cerca de 500 mil milhões de euros, indica a federação.

A EBF agrega 32 associações bancárias nacionais na Europa – entre as quais a Associação Portuguesa de Bancos – que, ao todo, representam cerca de 3.500 bancos europeus, num total de quase dois milhões de funcionários.

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