Sinistros: Mais prudentes ao volante. Elas ou eles?

  • ECO Seguros
  • 10 Março 2020

As mulheres estão envolvidas em menos acidentes automóveis do que os homens, confirma o instituto belga de segurança rodoviária. Mas, segurança com elas ao volante não é padrão exclusivo da Bélgica.

Análises estatísticas a acidentes graves comprovam que as mulheres estão implicadas em menor número do que os homens e, por lado, elas têm comportamentos menos agressivos ao volante do que eles, sobretudo em matéria de condução sob efeito de álcool, afirma um relatório do Vias, ex-Institute Belge pour la Sécurité Routière.

O estudo confirma o que, não sendo novidade, pode contribuir para desmistificar preconceitos sobre o estilo de condução das mulheres. De acordo com os resultados divulgados pelo Vias, elas representam cerca de um terço dos feridos em acidentes graves (34%), enquanto eles são 66%. Nos acidentes mortais, as mulheres contam 24% das vítimas fatais em sinistros automóveis, enquanto os homens representam 76% das mortes.

A incidência desfavorável aos homens acontece em todos os grupos etários, sendo particularmente evidente entre os jovens (com idades entre 15 e 19 e 20-24 anos), e no grupo 30-34 anos de idade, onde o sexto masculino pesa 1,4 vezes mais em vítimas face ao sexo oposto.

Nos comportamentos de risco, a probabilidade de um homem conduzir acima do limite legal de alcoolemia é quatro vezes mais elevada face à possibilidade de isso acontecer a uma mulher. Quanto aos limites de velocidade em autoestrada, a estatística também favorece o comportamento feminino. Ou seja, de acordo com os dados do Vias, 73% dos homens assumem que circulam a 140 quilómetros por hora, contra 54% das mulheres.

Nas povoações, 64% dos homens reconhecem que transgridem em mais 20 quilómetros por hora os limites de velocidade estabelecidos, enquanto apenas 50% das mulheres incorrem em igual comportamento. Em outros parâmetros como uso do cinto de segurança ou a utilização do GSM em condução, os resultados do inquérito indicam que as mulheres se mostram mais cumpridoras do que os homens.

Esta diferenciação comportamental não é exclusiva da Bélgica. Dados muito recentes sobre a situação no Brasil revelam padrões semelhantes. Estatísticas do Centro de Controle Operacional da concessionária de rodovias dos estados de Goiás e de Minas Gerais (localmente designada Ecorodovias ou eco050), indicam que, proporcionalmente, as mulheres reúnem menos hipóteses de causarem um sinistro em estrada.

Em 2019, por exemplo, os homens iam ao volante de oito em cada dez veículos automóveis envolvidos em colisões, capotamentos ou outras ocorrências registadas.

Nos 436,6 quilómetros de extensão da BR-050, rodovia entre Cristalina (Goiás) e Delta (Minas Gerais), 82% dos acidentes registados nesse ano entre veículos pesados, carros e ligeiros de mercadorias foram causados por homens, em comparação a apenas 18% em que o erro foi das mulheres.

Ainda de acordo com o mesmo levantamento, 320 mulheres condutoras estiveram envolvidas em acidentes, contra 1.483 homens. Os dados correspondem a ocorrências de diversas naturezas, como acidentes leves, moderados, graves e com morte.

Os números do levantamento efetuado pela Eco050 coincidem com dados obtidos por diversas fontes no Brasil e no mundo. Segundo a Seguradora Líder, por exemplo, que é responsável pelo pagamento do «Seguro Dpvat», do total de vítimas de trânsito indemnizadas em 2019, 75% eram homens e 25%, mulheres. Esta proporção foi semelhante nos registos dos últimos três anos.

Segundo a imprensa brasileira, embora se possa argumentar que a quantidade de mulheres habilitadas a conduzir seja menor que a de homens, o que explicaria a diferença estatística entre os géneros, estudos sustentam que a resposta está em questões culturais e comportamentais.

Enquanto os homens são socialmente incentivados para serem mais agressivos e competitivos, um fator que influencia negativamente a condução automóvel, as mulheres tendem a ser induzidas para comportamento mais cauteloso na generalidade das situações.

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