O que leva dentro da sua mochila?

Há um exercício que muitas vezes faço quando estou a dar sessões de coaching, ou a que faço referência nas formações que dou, e que creio ser interessante trazê-lo para este começo de ano. É o exercício da mochila!

Imagine-se a iniciar uma caminhada para subir uma grande montanha. Está todo apetrechado, e tem um sorriso na cara, demonstrando alguma confiança que vai conseguir. Após algum tempo a subir surge um pequeno incidente e tem de abrir a mochila para poder tirar lá de dentro algo que solucionará aquele incidente.

Quando abre a mochila depara-se com inúmeras coisas e objetos, que em boa verdade não servem para esta fase da sua vida – esta caminhada montanha acima. São coisas que agora não lhe fazem mais sentido, emoções que não vão ajudá-lo a subir com maior rapidez nem eficiência, na verdade podem até atrasar a sua jornada. E, ao deparar-se com este cenário de não ter o necessário para a sua escalada, deixa instalar-se em si um sentimento de impotência, de tristeza, que em nada vai contribuir para chegar ao cume da montanha.

O exercício da mochila consiste assim, em abri-la mesmo antes de iniciar a próxima fase da sua vida. Na realidade, de vez em quando, convém abrir a nossa mochila e fazer uma verificação do seu conteúdo, das vantagens de carregá-lo e decidir mantê-lo dentro da mochila ou eventualmente retirá-lo.

Na sua reflexão individual, pode explorar exatamente o significado do que tem na sua mochila atualmente. As tais coisas e objetos que serão vantajosos para si neste ano 2020 são, de facto, aptidões, capacidades, competências e emoções que o ajudarão a conseguir chegar ao que o cume representa para si. Para uns será uma promoção, haverá outros cujo cume representa passar a ter responsabilidades de chefia e outros até que quererão apostar no empreendedorismo, para outros poderá passar por um relacionamento.

Independentemente do que o cume representa para si, é relevante analisar que “coisas” necessita adquirir por um lado, para efetivar esse objetivo e, que “coisas” necessita largar, retirar da sua mochila, por assim dizer, porque não acrescentam valor nem ajudam.

Largar e retirar não significa esquecer, de maneira nenhuma. Muitas destas coisas fazem parte da nossa experiência e moldaram-nos de certa forma. Significa efetivamente, arrumar, não ter de reviver vezes sem conta algo que não nos potencia nem nos deixa mais felizes, nem melhores versões de nós próprios. Bom exercício!

*Maggie João é membro da direção nacional da APG.