Rio apenas admite estado de emergência “se um dia for necessário”

  • Lusa
  • 12 Março 2020

Rui Rio admite apoiar uma declaração de estado de emergência devido ao novo coronavírus “se um dia for necessário”. Considera que para já tal cenário ainda não foi colocado.

O presidente do PSD, Rui Rio, admitiu esta quinta-feira poder apoiar uma declaração de estado de emergência devido ao novo coronavírus “se um dia for necessário”, mas dizendo que tal cenário não foi ainda colocado.

Questionado pelos jornalistas no final de uma reunião com a CGTP, na sede nacional do partido, Rui Rio escusou-se a comentar a hipótese de o PSD poder apoiar um Orçamento Retificativo, lembrando que o orçamento para 2020 ainda nem sequer está em vigor.

“Neste momento, o Orçamento do Estado não está sequer em vigor, vai retificar o que nem sequer está em vigor? É um problema que não se coloca”, disse.

Poucas horas depois de ter estado com o primeiro-ministro, precisamente para conhecer as medidas que o Governo anunciará esta quinta-feira à noite, Rio foi questionado se apoiaria a eventual declaração de um estado de emergência.

“Se um dia vier isso ver a ser necessário, com certeza. É preciso que seja necessário”, disse.

Perante a pergunta de “se esse dia é agora”, respondeu: “Não foi referido isso, não vi isso em lado nenhum”.

Rio manifestou concordância com a decisão de suspender os jogos de futebol da I e II ligas e com todas que possam permitir ao país “andar sempre um bocadinho à frene do vírus”.

“Mais vale pecar por excesso do que por defeito”, disse.

O líder do PSD considerou que o vírus será também uma ameaça à economia e antecipou que o primeiro-ministro também anunciará logo à noite medidas de apoio às empresas.

“Não me vou pôr a pré concordar ou pré discordar daquilo que o Governo se propõe a fazer, a tendência é para a concordância, na exata medida em que devemos estar todos aqui a combater um inimigo comum”, afirmou.

No final da reunião com a CGTP – que serviu para apresentar as conclusões do seu recente Congresso -, também a secretária-geral desta central sindical, Isabel Camarinha, se mostrou preocupada com as consequências da pandemia, mas recusou responder, neste momento, se podem estar em causa as comemorações do 1.º de Maio.

“Não temos ainda, a esta distância, nenhuma decisão sobre o 1.º de Maio ou outras ações (…) Não temos ainda perspetiva como tudo isto vai evoluir, não vamos decidir nada sem ter esta situação definida”, apontou.

A líder da CGTP reiterou a posição manifestada na quarta-feira pela central sindical de que as medidas que o Governo já anunciou de apoio aos trabalhadores “não são suficientes”.

“Nenhum trabalhador pode ter o seu rendimento reduzido por esta situação, seja por doença, por quarentena ou por impossibilidade de ir trabalhar para ficar com os filhos, se as escolas fecharem”, afirmou.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou esta quinta-feira o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.

O boletim divulgado esta quinta-feira assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.

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