Covid-19: Seguros britânicos pagam 1375 milhões em sinistros

  • ECO Seguros
  • 29 Abril 2020

Apesar de a cobertura estar excluída na maioria dos casos, a interrupção de negócios poderá custar 900 milhões às seguradoras. Viagens, casamentos e excursões escolares também pesam nas indemnizações.

As seguradoras britânicas enfrentam despesa agregada superior a 1,2 mil milhões de libras esterlinas (cerca de 1.375 milhões de euros) em pagamentos de sinistros de empresas e indivíduos atingidos pela pandemia do coronavírus (Covid-19).

O montante corresponde a uma estimativa da Associação das Seguradoras do Reino Unido (ABI – Association of British Insurers) em resposta a um pedido de informação da Comissão de Finanças do parlamento britânico.

“Este é um acontecimento sem precedentes e as seguradoras reconhecem que é um momento muito preocupante para todos. Enquanto muitos empresários não têm seguro contra pandemias, as seguradoras britânicas ainda esperam pagar mais de 1,2 mil milhões de libras esterlinas em indemnizações, o que faz deste um acontecimento de impacto significativo nos seguros. Desde o pagamento de todos os sinistros válidos até à prestação de uma série de ajuda e apoio extra aos clientes, as seguradoras estão a trabalhar arduamente para tranquilizar e apoiar os segurados durante este período incerto”, afirma Huw Evans, diretor geral da ABI, citado no comunicado da associação setorial

O desembolso para compensar interrupção de atividade ascende a 900 milhões de libras (cerca de 1,03 mil milhões de euros), ao que acresce um recorde de 275 milhões de libras para compensações de viagens canceladas.

A suspensão das viagens escolares e o adiamento de casamentos, devido aos condicionamentos da pandemia (covid-19), deverão também originar compensações, explicou a ABI. Estes dois itens (excursões escolares e casamentos) representam 25 milhões de libras. A estes valores, a informação da associação acrescenta os 363 milhões de libras devidos aos clientes das seguradoras após as tempestades Ciara e Dennis, no início deste ano.

No mesmo comunicado a entidade reafirma que, embora se preveja 900 milhões de libras para indemnizar interrupção de negócios, a maioria das empresas que contrataram apólices não dispõe de cobertura para a pandemia Covid-19.

Os dados disponibilizados ao Parlamento excluem os pedidos de indemnização emitidos através da Lloyd’s e dos restantes operadores do London Market. A ABI adianta que esses números serão necessários para retratar uma imagem mais completa das responsabilidades do mercado britânico de seguros na crise provocada pela pandemia.

Enquanto as autoridades e outros setores da sociedade britânica aumentam a pressão para a indústria seguradora garantir um tratamento justo dos clientes, o regulador de seguros já instou as companhias a pagarem rapidamente os sinistros cuja cobertura seja validada no processo de análise das participações.

“Estamos preocupados com o facto de o setor dos seguros ir mais longe no cumprimento dos sinistros sempre que possível, por exemplo, nas situações em que existam zonas cinzentas nas apólices“, disse Mel Stride, presidente da comissão de Finanças, citada num comunicado.

A ABI notou ainda que apenas 4% dos seguros foram objeto de anulação ou cancelamento em março, acrescentando que as seguradoras estavam a ser flexíveis em relação ao pagamento dos prémios.

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