Nasdaq contraria queda de Wall Street em dia histórico para o PIB

Os principais índices de Wall Street fecharam em terreno negativo esta quinta-feira, em reação à contração histórica de 32,9% do PIB, em termos homólogos, no segundo trimestre. O valor já era esperado, mas não deixa de ser a maior quebra da economia desde a Grande Depressão. O Dow Jones desceu 0,84% para 26.315,63 pontos e o S&P 500 desvalorizou 0,37% para os 3.246,38 pontos.

Já o Nasdaq, o índice tecnológico, foi a exceção: o índice valorizou 0,44% para 10.589,33 pontos no dia em que as suas maiores cotadas — Apple, Facebook, Alphabet (Google) e Amazon, que juntas representam mais de 30% do Nasdaq — apresentam resultados em simultâneo, pela primeira vez, após o fecho da sessão, depois de ontem terem protagonizado uma audiência histórica no congresso norte-americano. Em antecipação, as ações destas empresas subiram ligeiramente.

Entre as cotadas do Nasdaq, o destaque vai também para a subida das ações da tecnológica Qualcomm, cujos resultados sugerem que irá beneficiar do bloqueio dos EUA à Huawei. Os títulos da empresa valorizaram mais de 15%, após as receitas terem ficado significativamente acima do esperado.

O entusiasmo dos mercados ficou-se pelo setor tecnológico. Além da primeira estimativa do PIB entre abril e junho, esta quinta-feira foram conhecidos também dados do emprego nos EUA. O número de pedidos de subsídio de desemprego na última semana voltou a subir, alcançando os 1,43 milhões.

Apesar de ter começado a recuperar em maio, a economia norte-americana continua condicionada pela crise pandémica. Esta quarta-feira, a presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, disse mesmo que a atividade económica continua “muito abaixo” dos níveis pré-coronavírus e que há sinais de que o aumento do número de infetados está a afetar a capacidade de recuperação económica.

Acresce que os investidores estão também nervosos com a sugestão do presidente norte-americano de adiar as eleições, apesar de esse poder caber ao congresso norte-americano e não à Casa Branca. Além disso, a data está estabelecida na Constituição dos EUA.