Portugal obtém juros mais baixos na emissão de dívida. Taxa caiu para 0,336% a 10 anos

Portugal viu os juros caírem numa operação de financiamento com recurso a títulos de dívida de longo prazo. Num leilão duplo em que captou 1.250 milhões de euros nos mercados internacionais, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) conseguiu uma taxa mais baixa face à última emissão comparável a 10 anos, com a yield exigida pelos investidores a cifrar-se em apenas 0,336%.

De acordo com dados da Reuters, a maior “fatia” dos 1.250 milhões de euros obtidos pela agência liderada por Cristina Casalinho foi colocada no prazo a 10 anos, num total de 800 milhões de euros, com a taxa a ficar aquém da registada no último leilão comparável, realizado no final de julho.

A última vez que Portugal se financiou a 10 anos foi a 22 de julho, quando emitiu 820 milhões de euros com uma yield de 0,352% e uma procura 1,97 vezes acima da oferta. O juro destes títulos negoceia esta quarta-feira em mercado secundário em 0,41%.

No prazo mais curto, a sete anos, o IGCP colocou os restantes 450 milhões de euros, com uma taxa de 0,095%, um agravamento face à emissão comparável considerada pela agência noticiosa norte-americana. Nesse leilão, o Tesouro obteve uma taxa de -0,108%.

Mesmo considerando o agravamento dos juros no prazo a sete anos, tanto nesta maturidade como na de a 10 anos as taxas obtidas pela entidade comandada por Casalinho foram baixas, o que reflete a atuação do Banco Central Europeu (BCE) em plena pandemia.

O BCE lançou uma bazuca para comprar dívida de países do euro numa altura em que os diferentes estados são forçados a gastos avultados para darem resposta à crise sanitária. Só com esta bazuca, o banco central já ficou com quase 9 mil milhões de euros em dívida portuguesa. A estas compras realizadas entre março e julho acrescem 2,7 mil milhões em obrigações do Tesouro que o BCE comprou desde o arranque do ano.

(Notícia atualizada às 10h49 com mais informação)