BRANDS' TRABALHO Rentreé 2020…

  • BRANDS' TRABALHO
  • 14 Setembro 2020

Marta Santos, Associate Partner EY, People Advisory Services, fala das incertezas que marcam esta rentrée, que nada tem de habitual.

Estamos no período de regresso. Em setembro, é tempo de regressarmos ao trabalho, regressarmos à escola, regressarmos ao quotidiano depois das férias (merecidas!).

Habitualmente, o cenário é relativamente pacífico…!

Sabemos que custa um pouco entrar novamente nas rotinas… Os horários mais apertados, o trânsito, as responsabilidades, os trabalhos de casa… Mas na verdade, há, habitualmente, algum entusiasmo nesta fase de rentreé! Há, habitualmente, uma esperança renovada no novo ciclo! Os miúdos gostam dos preparativos de regresso à escola – alguns até já sentem saudades! …dos colegas, dos professores, até de estudar! Os adultos terão o regresso ao trabalho, os reencontros com colegas, alguma conversa a por em dia, quem sabe um novo projeto!

Habitualmente é assim… Mas este ano nada tem de habitual.

Continua a haver miúdos com saudades da escola e dos amigos. Continua a haver a possibilidade de novos projetos… Mas nada é igual.

Há uma incerteza que nos acompanha em todas as facetas da nossa vida e que vem de alguma forma ensombrar este período.

"É preciso preparar os líderes para responder com resiliência, com equidade, com empatia, com capacidade de motivação, de mobilização e de inspiração!”

Marta Santos

Associate Partner EY, People Advisory Services

Muitas empresas não sabem ainda exatamente qual o melhor regime a adotar… O totalmente presencial é difícil – as regras de distanciamento não permitem que estejamos aglomerados, em espaços fechados, e para garantir a continuidade do negócio é mais prudente haver regimes rotativos… Regimes estes que não são totalmente pacíficos, nem fáceis de implementar. Gerir equipas que estão em regime presencial é diferente de gerir equipas à distância. Gerir equipas “mistas” é ainda mais complexo!

Gerir expectativas, gerir sentimentos de pertença à equipa e à empresa, gerir a aculturação de novos membros que muitas vezes se juntam nesta fase do ano… Os desafios são muitos. É preciso preparar os líderes para responder com resiliência, com equidade, com empatia, com capacidade de motivação, de mobilização e de inspiração!

Mas incerteza que vivemos não se limita ao regime de trabalho… Também a incerteza de como vão funcionar as escolas – tão necessárias à educação e ao desenvolvimento das crianças! Um regime presencial é necessário e esperado… mas a incerteza de como vai evoluir toda a situação leva a ponderações de outros regimes – diminuição de horários, turmas rotativas, períodos de quarentena, até a hipótese de termos de voltar ao ensino à distância… – que limitam não só as aprendizagens (académicas, sociais…) mas também a capacidade de muitos pais trabalhadores de cumprirem com os seus regimes de trabalho.

Temos todos ainda bem presente o enorme desafio que foi termos, no espaço das nossas casas, um escritório (ou dois, ou mais!) e tantas salas de aula quanto as diferentes turmas dos nossos filhos!

Temos também, claro, a incerteza em termos de saúde! Há um inimigo que não conseguimos ver mas que temos de combater. Nos escritórios, nas escolas, nos transportes públicos, nas lojas, nos eventos, nas ruas… Todas as nossas relações sociais, mais ou menos próximas, são afetadas por esta incerteza. Há um distanciamento imposto e um permanente aviso para as normas de higiene e etiqueta respiratória que nos faz lidar uns com os outros de forma tão diferente!

Este inimigo invisível retrai-nos e retrai a economia, o que causa ainda mais uma incerteza para muitos: a de manutenção do emprego.

Finalmente a incerteza de “até quando durará a incerteza?”

A rentreé de 2020 não é, claramente uma rentreé habitual. Talvez este ano, mais do que nunca, seja preciso lembrar-nos, no meio de toda esta incerteza – dos fatores de esperança associados a esta fase! Porque esta existe, com certeza!

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