Partidos elogiam achatar da curva, mas alertam para risco de 3.ª vaga. E pedem apoios

Reunião do Infarmed permitiu perceber que o número de novos contágios por Covid-19 está a encolher. A curva achatou-se, mas o Natal pode trazer uma terceira vaga.

Depois da reunião do Infarmed, da esquerda à direita os partidos reconheceram os resultados alcançados no combate à segunda vaga da pandemia. Com a curva a descer, depois do pico, as atenções viraram-se tanto para o Natal, como para o risco de a quadra natalícia poder potenciar uma nova vaga. Há quem rejeite mais medidas.

“Vacinas merecem toda a confiança quanto à sua eficácia”, garante Costa

À saída da reunião do Infarmed, o primeiro-ministro disse que a reunião foi muito “rica”, aproveitando para agradecer aos portugueses “o grande esforço que tem sido feito e que está a produzir resultados”, nomeadamente no que toca aos novos contágios e internamentos. Ao mesmo tempo, António Costa lembra que é “fundamental consolidar este processo” que “não podemos aliviar a situação”, com o intuito de “chegar ao período de natal com a situação devidamente controlada”.

Quanto às vacinas que estão a ser desenvolvidas contra a Covid-19, o Chefe de Governo assegura que é possível “confiar” na sua eficácia, garantindo que mesmo tendo sido possível “encurtar o tempo, não se facilitou na exigência e no rigor do processo de apreciação”. As vacinas “merecem toda a confiança quanto à sua eficácia, efeitos adversos e à durabilidade da imunidade”, apontou. Acrescentou que há “todas as razões para confiar” no trabalho da Agência Europeia do Medicamento.

PS lembra que descida de novos contágios “tem de ser consolidada”

Do lado do PS, a deputada Maria Antónia Santos diz ter saído da sessão com “uma esperança diferente”, já que o pico da segunda vaga foi atingido. Apesar de sublinhar que a incidência de novos casos “está a decrescer”, a deputada socialista lembrou que a tendência “tem de ser consolidada”.

PSD elogia “bons resultados”, mas pede mapeamento dos lares

O PSD espera que “os bons resultados” obtidos do ponto de vista de “inversão da curva — embora tenham demorado cinco semanas a ser atingidos — se mantenham”. Ainda assim, o deputado social-democrata Ricardo Batista Leite alertou que ter entre dois a três mil casos diários até ao final do ano representa um “esforço gigantesco” para o dispositivo de saúde pública.

O deputado chamou ainda a atenção para o facto de um terço dos óbitos por Covid-19 ocorrerem em lares, o que “denota que esta população continua a ser uma população muito afetada e de alto risco”. Criticou que mais de oito meses depois do início da pandemia, a “ministra da Segurança Social ainda não tenha um mapeamento de todos os lares legais e ilegais”, bem como das condições, por forma a garantir a “evacuação imediata dos idosos que estão em lares sem condições”.

CDS alerta para risco da terceira vaga

Da mesma forma, também António Carlos Monteiro, do CDS, diz que a prioridade são os “grupos mais vulneráveis”, sublinhando que, por isso, é “importante que o plano de vacinação seja apresentado “com calendarização e que seja explicado como vai ser feita a distribuição territorial da vacina”.

Por outro lado, o centrista alerta para o risco de uma eventual a terceira vaga e para o facto que poder continuar a existir “uma taxa de infeção”, pelo que só depois do verão é expectável que exista uma imunização e se abrandem “algumas das medidas de restrição”.

BE pede manutenção dos apoios até fim de 2021

Do lado do Bloco de Esquerda (BE), Moisés Ferreira insiste que enquanto se mantêm as restrições para travar os contágios, continuem também “durante todo o ano de 2021”, medidas de “apoio às atividades principalmente que continuam a ser muito prejudicadas” com a pandemia e às pessoas prejudicadas pelas consequências para além da saúde pública. Além disso, os bloquistas instam que o Governo elabore “um plano para fazer face a muitas outras vagas e muitas outras consequências” além da Covid-19.

PAN quer medidas a acompanhar estado de emergência

A posição é partilhada pelo PAN. Bárbara Cunha defende que é necessário que os apoios económicos e financeiros acompanhem as medidas do estado de emergência. “Não podem ser deixadas de lado as respostas ao setor económico, não podem ser deixadas de lado à economia social, às organizações não governamentais, que obviamente, são um braço do Estado que têm de ser acauteladas”, apontou.

PCP contra restrições da liberdade dos portugueses

O PCP mantém a posição e reitera que o conjunto das medidas tomado no âmbito do estado de emergência não é adequado. O partido dá como o exemplo os transportes públicos que em determinadas “horas do dia” continuam a estar “superlotados” e manifestando-se contra as restrições da liberdade das pessoas.

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