WhatsApp aposta em seguros na Índia e Amazon agita seguradoras de saúde em Wall St.

  • ECO Seguros
  • 20 Dezembro 2020

A plataforma global de e-commerce já vende seguros na Índia, um mercado onde o WhatsApp conta 400 milhões de utilizadores e agora negoceia com potenciais parceiros de seguros e banca.

A Amazon iniciou a oferta de seguros do ramo automóvel na Índia este ano. Está a dar os primeiros passos na área da prestação de serviços de saúde nos EUA e parece disposta a entrar na área dos seguros do mesmo ramo.

Consta também que a Amazon se prepara para alargar a sua oferta em serviços em saúde à telemedicina (consultas online) e mesmo consultas presenciais, planeando também a distribuição de coberturas de saúde (seguros) para empresas, avançaram meios digitais de informação financeira. O rumor circulou a meio da semana passada, em Nova Iorque, pressionando as ações de cotadas em Wall Street que operam em prestação de serviços de saúde e seguradoras do ramo nos EUA.

De acordo com o site Business Insider, fonte da Amazon disse que a companhia não comenta “rumores e especulações.” Segundo afirma a gigante do e-commerce, a Amazon Care dedica-se a gerir os planos de benefícios de saúde “dos funcionários da Amazon no estado de Washington.”

A possibilidade de a empresa fundada por Jeff Bezos (CEO da Amazon) encetar incursão no negócio dos seguros e expandir na prestação de cuidados de saúde primários agitou a bolsa, gerando movimentos descendentes nos títulos da Teladoc Health, e de seguradoras de saúde (UnitedHealth Group e Cigna, por exemplo, indicam os dados da operação diária do mercado de capitais). Segundo sustentam analistas, não seria surpreendente ver a Amazon explorar oportunidades na indústria seguradora. Com a Haven, uma venture estabelecida em 2018 (com o banco JP Morgan e a Berkshire Hathaway), a campeã do retalho online já faz percurso paulatino no setor da saúde e farmácia.

Hipóteses de eventual movimento das big tech (como Amazon, Google, Facebook ou Apple) em serviços mais tradicionais são objeto de notícias recorrentes, dada a proximidade e agilidade com que estas companhias operam junto de enormes bases de clientes.

Desde junho, quando inaugurou a primeira, a Amazon Care já abriu mais 3 clínicas (cuidados de saúde primários), todas no Texas e operadas pela Crossover Health, a mesma startup que assegura serviços de saúde aos funcionários da companhia. Prosseguindo meta definida de chegar às 20 unidades, planeia expandir, em 2021, para o Arizona, Michigan e o Kentucky. A diversificação e expansão para a área da saúde parece justificar a alegada ambição de apresentar oferta de seguros de saúde a outras empresas, incluindo soluções de telemedicina com consulta agendada através de app móvel ou, até mesmo, por consultas presenciais marcadas por via digital.

Sendo uma plataforma de distribuição em essência, a Amazon pode replicar a oferta de um produto ou serviço em qualquer lugar e os mercados de elevado potencial segurador são alvo preferencial.

Mercado indiano de seguros é aposta do WhatsApp

Para o apetite de empresas com esta capacidade, a escalabilidade (potencial de crescimento) de um negócio ou mercado é irresistível. Por isso, o WhatsApp decidiu apostar no mercado de banca e seguros da Índia, segundo declarações de responsáveis locais publicadas na imprensa.

Os dirigentes da WhatsApp na Índia assumiram que a plataforma de conversação instantânea está a desenvolver contactos com instituições financeiras locais para distribuir oferta de soluções de crédito e seguros. A notícia reforça os sinais de que as big tech ameaçam concorrer na distribuição de seguros. A empresa controlada pela Facebook Inc. está a explorar alternativas com entidades locais para atacar o potencial de seguros.

Para um mercado como a Índia, a operadora de satélites OneWeb planeia lançar mais de 30 satélites para estarem operacionais em 2022 ao serviço das redes 5G na união indiana.

Os planos da WhatsApp – que conta cerca de 400 milhões de utilizadores no país e, em novembro, obteve aprovação das autoridades para operar a sua plataforma de pagamentos digitais na Índia – passam pela distribuição de seguros de saúde (em parceria com a SBI General) e “micro planos” de reforma em parceria com outras instituições financeiras.

No ramo automóvel, a Amazon começou em julho, a oferecer seguros no mercado indiano. Apoiada numa parceria com a Acko General Insurance, a tecnológica licenciou-se como agente e já distribui cobertura de seguros para motociclos e outros veículos motorizados. A oferta seguradora da Amazon no subcontinente indiano permite que os tomadores paguem os prémios de seguro através de conta pessoal aberta na plataforma de pagamentos Amazon Pay, em cujo balanço também consolida o negócio.

Depois de iniciar a operação de seguros na Índia, a Amazon começou a a ser apontada como “ameaça” concorrencial para as seguradoras automóveis. Poucos meses depois da tecnológica iniciar a operação de seguros na Índia, Ben Carey-Evans, Insurance Analyst na GlobalData, citado no site Reinsurance News, reconhecia que o alcance global da Amazon (como acontece com a Google e a Facebook), poderia eventualmente torna-la uma forte concorrente das incumbentes em todo mundo, com potencial para desviar a ligação que os consumidores têm com as seguradoras tradicionais.

No entanto, de acordo com um inquérito da GlobalData realizado no Reino Unido (“2019 UK Insurance Consumer Survey”) , 62% do universo auscultado no estudo disse que não compraria um seguro através da Amazon. No mesmo sentido, 63% e 66% dos inquiridos também não comprariam seguros, respetivamente, à Google e à Apple.

Interpretando estes dados, Yasha Kuruvilla, também Insurance Analyst na Global Data, referiu que, face a esta relutância dos consumidores em relação às tecnológicas, estabelecer uma parceria com terceiras partes “é a melhor estratégia”, pelo menos, até que sejam entidades reconhecidas nos seguros.

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