Do Bang Bang Men à China de hoje

A ambição está lá. Os consumidores também. E ao que parece o Futuro. Como li na Scenario, “The Bang Bang men are not the last dinosaurs to became extinct due to the country’s rapid transformation”.

Cruzo-me esta semana com a história dos últimos Bang Bang Men. Um trabalho do fotógrafo Ken Hermann sobre o retrato dos últimos e também resistentes homens que durante toda a vida transportaram bens aos ombros – água, fruta, bagagens… Homens corpulentos que faziam parte integrante da economia da cidade e do próprio país, numa esquina bastava gritar “Bang Bang” e de imediato aparecia um disponível para o transporte do que lhe fosse pedido e pago. “The Last Bang Bang Men” é por isso um trabalho não só sobre o desaparecimento desta “profissão”, mas um trabalho também que mostra a competitividade do mercado Chinês, com modernos sistemas de transportes e soluções tecnológicas.

O projeto fotográfico foi feito na megacidade de Chongqing, com mais de 20 milhões de habitantes e obriga-nos a refletir sobre o processo de transformação que a China vive na atualidade, com a aposta na digitalização e na imaterialidade dos bens.

Alguns ainda subestimam a China. É por isso interessante quando vemos futuristas como Morten Gronborg do Copenhagen Institute For Futures Studies, a olhar com tanta convicção para o país que sempre vimos como a terra do copyist. Está antes a liderar a inovação e a ultrapassar em várias áreas o tão famoso – já não tanto – Silicon Valley. E a verdade é que a Pandemia veio acelerar esta tendência, até porque pela primeira vez os chineses passaram a valorizar “o made in China” como nunca, e o mercado é tão grande que é autossuficiente se algo correr mal fora das suas fronteiras geográficas.

E porque devemos olhar para a China? O unicórnio mais valioso chama-se Bytedance (proprietário do Tik Tok); O maior unicórnio de IA chama-se SenseTime. A maior plataforma da Internet of Things chama-se Xiaomi. A empresa com a mais valiosa plataforma de retalho online é a Alibaba. E a Huawei só no último ano forneceu 28% de todos os equipamentos móveis do mundo, um número superior à Apple. E sim, são todas empresas chinesas.

“We need to look to China” leio na Scenario, uma publicação de referência em literacia sobre o futuro. Porque a China mudou. Transformou-se. É hoje a referência na utilização de Drones, do 5G, na área das fintech, na área das Telecom, nos veículos autónomos, no reconhecimento de voz e facial… até a sua reputação de maior poluidor mundial, contrasta com os investimentos que está a fazer nas renováveis sendo já responsável por 29% de patentes nessa área… e podia continuar.

A ambição está lá. Os consumidores também. E ao que parece o Futuro. Como li na Scenario, “The Bang Bang men are not the last dinosaurs to became extinct due to the country’s rapid transformation”. O meu domingo será por aqui, entre o Futuro e a China.

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