EUA podem subir taxas de juro para evitar “sobreaquecimento” da economia
"Pode ser que as taxas de juro tenham de subir um pouco para que a nossa economia não sobreaqueça", disse Janet Yellen.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos (EUA), Janet Yellen, admitiu que as taxas de juro no país podem ter de subir para controlar o “sobreaquecimento” da economia, que a recuperação pode gerar.
“Pode ser que as taxas de juro tenham de subir um pouco para que a nossa economia não sobreaqueça“, disse Janet Yellen, numa iniciativa ‘online’ promovida pela revista The Atlantic, referindo-se ao termo usado por economistas para definir um aumento repentino nos preços, devido ao rápido crescimento económico depois de uma crise, neste caso, causada pela pandemia de Covid-19.
A secretária do Tesouro, que já liderou a Reserva Federal norte-americana (Fed), enfatizou que, “embora os gastos adicionais sejam relativamente reduzidos em comparação com o tamanho da economia”, isso poderia causar “alguns aumentos muito modestos nas taxas de juro”.
A Fed, banco central dos Estados Unidos, mantém taxas de juro de referência entre 0% e 0,25% desde março passado, devido à crise causada pela pandemia de Covid-19.
Yellen disse que o estímulo fiscal, cujo último pacote aprovado no Congresso em fevereiro foi equivalente a mais de 1,5 biliões euros, “é necessário para o país ser competitivo e produtivo”.
“Acho que a nossa economia vai crescer mais rápido graças a esse estímulo“, disse a secretária do Tesouro, que é a primeira mulher a chefiar o departamento na história dos EUA.
As palavras de Yellen contrastam com as do presidente da Fed, Jerome Powell, que substituiu Yellen precisamente em 2018 e que disse, na semana passada, que não planeia modificar as taxas de juro no curto prazo até que haja “avanços substanciais” na criação de emprego e que a inflação fique acima de 2% por um longo período.
Jerome Powell acrescentou que antecipa aumentos de preços, mas considera que serão de natureza “transitória”.
A taxa de desemprego nos EUA fixou-se nos 6% em abril, ainda acima dos 3,5% registados antes da pandemia covid-19, enquanto a inflação homóloga no mês passado aumentou para 2,6%.
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