Fidelidade desce Vendas mas atinge 222 milhões em lucros

  • ECO Seguros
  • 19 Maio 2021

Pandemia e baixa no ramo Vida fizeram o grupo perder vendas, mas o grupo segurador continua a expansão internacional e a fazer crescer os lucros quer pelo negócio quer pelos investimentos.

1ª Conferência Anual ECOSEGUROS 2020 - 17NOV20
Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade: “O grupo foi favorecido pelo “comportamento favorável dos mercados financeiros, especialmente no segundo semestre do ano, e pelo facto de não termos tido nenhum impacto negativo resultante de fenómenos climatéricos como tinha acontecido nos últimos anos”.Hugo Amaral/ECO

O grupo Fidelidade atingiu um resultado líquido de 222 milhões de euros em 2020, dos quais 150 milhões no negócio em Portugal, revelou a empresa. Num ano de grande envolvimento com a pandemia, tanto na resposta de auxílio em soluções de saúde pública, como em manter o negócio Covid-19, a seguradora regrediu vendas devido a quebras de produção em seguros de Vida e apesar de um crescimento de 5% nos ramos Não Vida.

Em relação a produção o grupo Fidelidade atingiu 3.558 milhões em prémios brutos emitidos dos quais 40% foram obtidos no ramo Vida e o restante em ramos Não Vida. As vendas a nível internacional foram de 863 milhões de euros, 24% do total. O grupo detém uma quota de mercado de 27% em Portugal onde é líder é 2º na Bolívia com 23%, 3º no Perú com 13% e em Angola com 12% e 19º no Chile, em que ainda está no primeiro ano de atividade.

Jorge Magalhães Correia, presidente da Fidelidade: “A crise pandémica veio também evidenciar que a prevenção dos riscos coletivos mais relevantes para Portugal como sismos, incêndios florestais, inundações (e, dir-se-á, também, para epidemias) constitui um pré-requisito para a ordem social e uma prioridade nacional absoluta, a justificar um diferente consenso institucional entre o Estado e o setor segurador, antes que seja tarde…”

Segundo Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, a ação internacional da companhia foi positiva, “com a La Positiva chegámos ao terceiro lugar do ranking, na Bolívia somos claramente líderes com cerca de 23% de quota de mercado. Em Macau, incorporámos a sociedade Fidelidade Macau Vida, substituindo a anterior sucursal. No Chile, onde lançámos uma operação greenfield no final de 2019, chegámos ao final de 2020 já com mais de 40 milhões de dólares em prémios”.

Para o CEO 2020 foi um ano de e de desenvolvimento da presença internacional. “Em 2020, 23% da nossa receita proveio de operações fora de Portugal e temos já mais de 6,8 M de clientes em 4 continentes” refere Campos Henriques.

Segundo um relatório da Fidelidade a prioridade da expansão internacional continuará a marcar a agenda, uma vez que o Grupo “pretende posicionar-se como um player de referência nos mercados internacionais em que estiver presente e construir um caminho claro de crescimento fora do seu mercado doméstico, pelo que, em 2021, continuará a analisar oportunidades de entrada em novos mercados, que sejam atrativos e em que possa ter uma vantagem competitiva. Segundo se pode ler no relatório a Fidelidade vai continuar a identificar alvos na América do sul: “No futuro, a expansão do Grupo Fidelidade tem como principal foco a América Latina, uma vez que a proximidade cultural, o potencial de crescimento e a capacidade do Grupo Fidelidade em acrescentar valor tornam esta região especialmente atrativa”.

A rentabilidade do Grupo melhorou, com o seu rácio combinado (custos com sinistros + despesas de funcionamento/prémios) a descer para 89,8% contra 96,6% em 2019. Esta descida face ao período homólogo foi motivada pela redução generalizada das taxas de sinistralidade e pelos ganhos de eficiência, tendo tido um impacto positivo no resultado técnico que este ano ascendeu a 150,7 milhões de euros (mais 108 milhões que em 2019). A volatilidade do mercado de capitais e contexto de baixas taxas de juro continuou a comprimir as yields de investimento, tendo influenciado a redução de 16,9% verificada no resultado de investimentos. A rentabilidade total foi de 2,4% apesar da da baixa de 4% nos ativos sob gestão para 17.472 Milhões de euros.

O conjunto dos resultados técnico e financeiro, ainda afetado por outros prejuízos permitiu atingir 222 milhões de resultados líquidos, uma subida de 5,8% face ao ano anterior. Com a subida de quase 5% dos capitais próprios para 3.111 milhões de euros a rentabilidade para os acionistas (ROE – Return on Equity) ficou nos 7,5% em 2020, uma ligeira baixa em relação a um ano antes. Na conta individualizada para Portugal os resultados líquidos foram de 150,8 milhões de euros, comparáveis com 145,2 milhões registados um ano antes.

Para Campos Henriques “foi possível manter os resultados de 2020 em linha com os anos anteriores, ganhando mesmo 1,6 pp de quota de mercado em Portugal e conseguindo um resultado líquido de 222 milhões de euros, um crescimento de 6% face a 2019”. O CEO acrescenta que o grupo foi favorecido pelo “comportamento favorável dos mercados financeiros, especialmente no segundo semestre do ano, e pelo facto de não termos tido nenhum impacto negativo resultante de fenómenos climatéricos como tinha, infelizmente, acontecido nos últimos anos”. Finalmente, aponta como fator favorável “a diminuição da mobilidade que teve como consequência, a diminuição da sinistralidade rodoviária em muitos dos nossos mercados”.

Do ponto de vista de organização o grupo não sofreu grandes modificações em 2020. A Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A. é a sociedade que encabeça o Grupo Fidelidade, sendo detida em 84,99% pelo Grupo Fosun, através da Longrun Portugal, SGPS, S.A., e em 15,00% pela Caixa Geral de Depósitos, S.A. A Fidelidade, controla 100% do capital da Multicare, Fidelidade Assistência, Via Directa e Companhia Portuguesa de Resseguro e tem sucursais em Espanha, França, Luxemburgo e Moçambique. Como empresas subsidiárias detém a Fidelidade Angola (69 % do capital), Garantia Cabo Verde (56%), Fidelidade Macau (100%) , La Positiva (Perú, 51%), Alianza (Bolivia, 51%), Alianza Garantia (Paraguai, 51%) e (Fid Chile 99%). Finalmente, como empresas complementares participa na Luz saúde (51%) e na Tenax – gestora de ativos (britânica) adquirida em 2020 (75%) e detém 100% do capital da EAPS, GEP, Cares, CETRA, Fidelidade Property e Fidelidade SGOII.

Como marcas continuou a utilizar em Portugal a Fidelidade como referência presente em todos os canais de distribuição e sob a qual são comercializados os Produtos Vida e Não-Vida (exceto seguros de saúde). A Multicare é a marca sob a qual são comercializados os Seguros de Saúde através de planos individuais e de grupo. Finalmente o grupo usa a Ok teleseguros, através da qual são comercializados Produtos Não-Vida através de canais remotos.

Distribuição mantém foco em mediadores e corretores

Na área da distribuição de seguros a rede de mediadores da Fidelidade conta com 4.174 agentes na comercialização dos seus produtos enquanto o número de corretores ascendeu a 70 em 2020, tendo a produção captada correspondido a 36% do total de prémios com origem neste canal no mercado Português. O Grupo Fidelidade afirma liderar as vendas em Portugal por canal remoto com mais de 50% de quota de mercado, na comercialização via internet e atendimento telefónico. O Grupo Fidelidade detém 60 agências próprias e conta como distribuidores com a CGD e o EUROBIC, uma rede de 698 agências bancárias na comercialização dos seus produtos.

No final de 2020, o número total de colaboradores na área seguradora do Grupo Fidelidade ascendeu a 7.018, (só na Fidelidade Portugal estão 2.595) representando um aumento de 9,5% face ao período homólogo. Este aumento correspondeu a um incremento de 606 colaboradores, dos quais 101 colaboradores em Portugal , sobretudo ligado ao reforço de funções relacionadas com Digitalização, Analytics e Transformação, e 505 novos colaboradores nas operações internacionais, essencialmente para expansão da rede comercial em Angola. No Grupo Fidelidade, o número de colaboradores reparte-se na operação em Portugal com 47,6% e nas operações internacionais com 52,4%. O grupo Luz saúde conta com mais 7.605 colaboradores elevando para mais de 14.700 o número total de colaboradores do grupo.

Ainda em relação à atividade Rogério Campos Henriques destaca a intervenção imediata e volumosa da Fidelidade junto do sociedade portuguesa e em outros países onde está presente. “O nosso modelo omnicanal, tem permitido integrar de forma virtuosa a proximidade aos clientes dos nossos parceiros de distribuição com as competências digitais em que temos vindo a investir, protegendo o negócio e garantindo por parte dos nossos clientes níveis de satisfação historicamente altos“, afirma, assinalando “um crescimento de 50% dos nossos utilizadores da área privada e App MyFidelidade, chegando aos 716.000 utilizadores” e pela oferta de telemedicina com novas especialidades, que permitiu resolver por via deste serviço mais de 50% dos episódios típicos de urgência dos nossos clientes Multicare em 2020.

Para este ano o desafio em Portugal é substancial: Para Jorge Magalhães Correia, presidente do Conselho de Administração da Fidelidade, afirma que “a crise pandémica veio também evidenciar que a prevenção dos riscos coletivos mais relevantes para Portugal, com uma consabida predisposição para sismos, incêndios florestais, inundações (e, dir-se-á, também, para epidemias) constitui um pré-requisito para a ordem social e uma prioridade nacional absoluta, a justificar um diferente consenso institucional entre o Estado e o setor segurador, antes que seja tarde…”, conclui.

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