Clima: Parlamento turco ratifica Acordo de Paris

  • Lusa
  • 7 Outubro 2021

Esta ratificação acontece a três semanas da 26.ª Conferência das Partes (COP26) da Convenção Quadro da Organização das Unidas sobre Alterações Climáticas, que abre no final de outubro em Glasgow.

O Parlamento turco ratificou na noite de quarta-feira, por unanimidade, o Acordo de Paris, de combate às alterações climáticas, segundo a estação televisiva parlamentar, que transmitiu a votação em direto.

Esta decisão parlamentar segue-se ao compromisso assumido pelo presidente turco na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro último.

Com efeito, Recep Tayyip Erdogan anunciara esta decisão na ocasião, o que faz do seu país o 191.º a ratificar este acordo que deve conduzir, conforme a intenção em 2016 quando foi aprovado, a limitar a subida da temperatura média global a 1,5 graus centígrados.

Esta ratificação acontece a três semanas da 26.ª Conferência das Partes (COP26) da Convenção Quadro da Organização das Unidas sobre Alterações Climáticas, que abre no final de outubro em Glasgow, na Escócia.

A Turquia tinha assinado o Acordo de Paris, em 2016. Era um dos últimos grandes países emissores de gases com efeito de estufa a ratificar o texto.

Entre os faltosos, estão Irão, Iraque, Líbia, Iémen e Etiópia.

Até agora, Erdogan tinha justificado a sua abstenção invocando as injustiças ligadas às obrigações e à divisão dos custos da transição, em termos de redução das emissões poluentes: para Ancara, os esforços devem ser diferenciados entre países industrializados, categoria à qual o país já pertence.

As emissões líquidas de gases com efeito de estufa da Turquia aumentaram mais de 150% desde 1990, segundo os números oficiais turcos.

Mas a questão climática impôs-se brutalmente no país depois de um sucesso de acontecimentos meteorológicos extremos, incluindo incêndios florestais na costa mediterrânica e inundações no norte, que causaram uma centenas de vitimas e importantes estragos materiais.

A Turquia tem sido igualmente atingida por uma seca persistente, que já obrigou alguns produtores e abandonar as suas terras e outros a orientarem-se para outras culturas menos dependentes de água.

Os defensores do ambiente estão alarmados com a intenção de Ancara reforçar a sua produção de energia baseada em carvão, apesar de o país projetar oficialmente reduzir em 21% as suas emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, já disse que, com base nos compromissos atuais dos Estados membros do Acordo de Paris, “o mundo está na via catastrófica de (um aumento da temperatura média global) 2,7°C, e sublinhou que “se não se mudar de trajetória coletivamente, existe um grande risco de fracasso da COP26” em Glasgow.

A conferência vai decorrer na Escócia entre 31 de outubro e 12 de novembro.

Um estudo realizado em abril mostrou que três quartos dos turcos têm consciência das alterações climáticas. Entre as principais consequências citadas pelas pessoas interrogadas, situam-se a multiplicação dos acontecimentos meteorológicos extremos, a poluição do ar e a subida dos preços dos produtos alimentares, tema quente em um país atingido pela inflação.

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