Oposição diz que ameaça do presidente bielorusso de cortar gás russo à UE é ‘bluff’
Alexander Lukashenko advertiu que responderia a quaisquer novas sanções europeias com o corte do gasoduto Yamal-Europa que transporta gás russo para a Alemanha e Polónia.
A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, classificou esta quinta-feira como “bluff” a ameaça do Presidente Alexander Lukashenko de cortar o fornecimento à UE de gás russo que atravessa o seu país, em caso de novas sanções europeias.
“Seria mais prejudicial para ele, para a Bielorrússia, do que para a União Europeia e posso assumir que isto é um ‘bluff’”, disse em entrevista à France-Presse em Berlim, acrescentando que já não acredita numa resolução da crise através dos canais diplomáticos.
“Não a levaria a sério (a sua ameaça), porque também há um interesse russo nesta matéria”, afirmou, depois de ouvir um discurso sobre o assunto feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, no parlamento.
Mass disse que é “mais do que tempo” de retirar as consequências contra a Bielorrússia, acusada de fomentar uma crise migratória na sua fronteira com a Polónia, e que a UE iria na próxima semana “estender e reforçar as suas sanções contra o regime de Lukashenko”.
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, advertiu esta quinta-feira que o seu país responderia a quaisquer novas sanções europeias, incluindo interrompendo as entregas através do gasoduto Yamal-Europa que transporta gás russo para a Alemanha e Polónia.
Numa nova conversa telefónica esta quinta com a chanceler alemã, Angela Merkel, a segunda em dois dias, o Presidente russo, Vladimir Putin, apelou à União Europeia para restabelecer os contactos com a Bielorrússia para tentar sanar a crise.
Tikhanovskaya, contudo, exortou a UE a manter-se firme dizendo que a oposição está grata “à posição dos países europeus de não comunicarem com uma pessoa sem legitimidade no país, com um criminoso que cometeu tanta tortura na Bielorrússia”.
A reeleição do Presidente Lukashenko, há mais de um ano, foi contestada durante semanas em protestos severamente reprimidos.
“As sanções são talvez a única alavanca que a União Europeia tem para mudar o comportamento de Lukashenko”, sublinhou, considerando ainda que o canal diplomático pode não ser suficiente porque “este regime só compreende a força do poder”.
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