Proprietários de Lisboa não confiam no Governo, nem na oposição

Estudo da Associação Lisbonense de Proprietários revela que proprietários de Lisboa defendem a diminuição da carga fiscal e o fim do congelamento das rendas.

Os proprietários de Lisboa consideram que o Governo de António Costa não defendeu os seus interesses, mas nem os partidos da oposição o fizeram. Um estudo da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) mostra que a maioria dos senhorios da capital está descontente com a forma como tem sido tratada pelo Estado, defendendo, assim, a diminuição da carga fiscal e o descongelamento das rendas.

Seis em cada dez proprietários de Lisboa afirmam que o Executivo socialista governou contra os proprietários de imóveis, com 38% a afirmarem mesmo que o Governo simplesmente os ignorou ao longo da governação. Entre as principais reclamações destacam-se o “clima de instabilidade”, a “perseguição fiscal”, as “regras constantemente alteradas”e a “falta de visão de longo prazo”.

O problema é que, para além de não confiarem no PS, os proprietários também não confiam nos partidos da oposição: 70% referem que a oposição não defendeu os seus direitos. Apesar disso, a Iniciativa Liberal foi votado (35,6%) como o partido que mais defendeu a propriedade imobiliária privada no Parlamento, à frente do CDS (20,8%) e do Chega (11,9%).

Apesar desta falta de confiança, a maioria dos proprietários está disponível para trabalhar com o Governo e/ou as autarquias para resolver a crise de habitação que se vive atualmente no país. Nesse sentido, há três reivindicações apontadas: alívio fiscal sobre a propriedade imobiliária (75,6%), fim do congelamento das rendas (55%) e a promoção de uma efetiva reforma da justiça (37,3%).

Era em novembro de 2022 que as rendas habitacionais de contratos celebrados antes de 1990 iam poder ser atualizadas, mas o Governo voltou, pela terceira vez, a adiar esta atualização. Na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que entretanto foi chumbada, o Executivo propôs que o período transitório passasse de dez para 11 anos. Dados da ALP neste estudo mostram que mais de 60% dos proprietários de Lisboa têm rendas congeladas.

Este estudo revela ainda que, há “uma pequena descida no clima de incumprimento do pagamento de rendas”, embora 33,2% dos proprietários ainda tenham rendas em atraso. Destes, a maior fatia (35,6%) acumula dois a três meses de renda em atraso.

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