Stress tests: Seguradoras europeias mostram resiliência, conclui EIOPA

  • ECO Seguros
  • 19 Dezembro 2021

Os grupos seguradores europeus têm elevado nível de capitalização para absorver choques e medidas de gestão suficientes para reagir e mitigar uma evolução adversa dos mercados.

Petra Hielkema, presidente da EIOPA.: divulgar resultados individuais aumentaria a transparência, “melhorando ainda mais a qualidade do teste.”

O quinto exercício (stress test) desenvolvido em 2021 pela Supervisão europeia junto do setor segurador com objetivo principal de avaliar, de forma agregada e holística, a resiliência das empresas de seguros europeias a eventuais choques e desenvolvimentos adversos do mercado, tem os resultados publicados no sítio eletrónico do Supervisor europeu.

De uma forma geral, reproduz a Supervisão portuguesa (ASF) em comunicado, “o exercício confirmou que as principais vulnerabilidades a que as empresas europeias de seguros se encontram expostas provêm dos riscos de mercado, embora se tenha constatado que, através da aplicação de medidas de gestão reativas após os choques, seria possível mitigar os impactos de uma evolução adversa dos mercados financeiros”.

Adicionalmente, o exercício “demonstrou a importância das medidas constantes do pacote de garantias de longo prazo, previstas no regime Solvência II, bem como evidenciou a dependência das medidas transitórias, as quais estão a ser progressivamente eliminadas até 2032”.

O cenário testado no exercício de stress test de 2021 assenta no prolongamento dos impactos decorrentes da pandemia de COVID-19 num ambiente de taxas de jurolower for longer” (juros baixos por um período prolongado). Neste ano, o exercício abrangeu uma amostra representativa de 43 grupos seguradores e uma empresa individual, de 20 países distintos, que, no seu conjunto, representam 75% do mercado segurador do Espaço Económico Europeu (EEE), detalha a ASF (organismo português de supervisão do setor).

A data de referência para a realização do exercício foi 31 de dezembro de 2020 e o envolvimento nacional no exercício em questão foi assegurado pela inclusão do Grupo LongRun Portugal S.A. (entidade que controla a Fidelidade-Companhia de Seguros) na amostra de participantes. Considerando as filiais nacionais de Grupos estrangeiros a participar no exercício, “a cobertura do mercado segurador nacional no stress test de 2021 ascendeu a quase 70%,” afirma a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

O exercício de 2021 inclui, pela primeira vez, uma componente de mensuração do risco de liquidez, onde é avaliada, no mesmo cenário adverso, a posição de liquidez dos participantes ao longo de um horizonte temporal de 90 dias.

“Em determinados casos, a avaliação e a consolidação da posição de liquidez ao nível dos Grupos participantes, dentro do seu perímetro de consolidação, foi efetuada através da recolha de informação ao nível de um subconjunto significativo de entidades seguradoras individuais”. Por forma a obter um mínimo de 80% do total de ativos de cada Grupo, foram identificadas e incluídas na análise 117 empresas individuais, continua a nota divulgada pela ASF.

“As vulnerabilidades em matéria de liquidez demonstraram ser uma preocupação menos significativa para o setor segurador europeu, verificando-se que a quantidade de ativos líquidos detidos é, regra geral, suficiente para sustentar movimentos adversos ao nível dos fluxos de caixa,” conclui.

Com o objetivo de reforçar a transparência do exercício, foi solicitado aos participantes a divulgação de um conjunto predefinido de indicadores que refletem os seus resultados individuais. Mas, apenas 8 (oito) dos 44 participantes consentiram na publicação dos mesmos.

Divulgar resultados individuais poderá tornar-se requisito legal
A Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) lamentou a falta de vontade das seguradoras em publicar os resultados individuais do exercício de esforço (stress test). A proporção de entidades que autorizou divulgação dos resultados (oito num total de 44 participantes no exercício) apresenta-se como uma questão de transparência, afirma um artigo na página eletrónica da S&P Global Market Intelligence.

Na conferência de imprensa em que anunciou os resultados do teste de 2021, a autoridade admitiu que iria pedir aos legisladores que considerassem a possibilidade de tornar a divulgação individual uma exigência legal. “Acreditamos firmemente que, a este nível, a divulgação de resultados individuais aumentaria a transparência do setor, melhorando ainda mais a qualidade do exercício do teste de esforço”, disse Petra Hielkema, presidente da EIOPA.

O conjunto de oito que agora autorizaram a divulgação face aos 4 (num total de 42 participantes) que deram consentimento no exercício de 2018, mostra uma melhoria, continua a S&P Global notando também que, enquanto outros segmentos dos serviços financeiros têm a obrigação de os divulgar, a publicação dos resultados individuais tem natureza voluntária para as seguradoras do Espaço Económico Europeu.

A LongRun Portugal, entidade que não exerce atividade seguradora sendo apenas uma SGPS (gestora de participações sociais), foi uma das entidades que autorizou a divulgação individualizada. A respetiva ficha com os resultados individuais do stress test pode ser consultada aqui.

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