BRANDS' ECO Comerciais bem-sucedidos: 9 erros a evitar
Nas vendas como na vida, o sucesso passa, em grande parte, pela empatia. Mais do que focar-se nas características do que quer vender, procure ouvir o potencial cliente e conhecer as suas necessidades.
“A formação de um bom comercial deve incluir tanto um conhecimento profundo dos produtos e serviços da empresa, como a dinâmica das empresas e setores a que se destinam e, sobretudo, o valor aportado ao cliente. Só compreendendo as necessidades dos clientes é possível oferecer-lhes o que realmente precisam, assegurar o seu sucesso, aportar valor e construir uma relação duradoura”. As palavras são de Tiago Machado, sales leader da Salesforce Portugal, a propósito da publicação do guia “The Latest Tips and Tricks for Your Success in Sales”, disponibilizado em formato e-book pela líder em sistemas de CRM (Customer Relationship Management ou gestão da relação com clientes).
Transmitir as competências essenciais num processo de vendas é o objetivo deste e-book, que se insere numa visão abrangente da formação. “A formação contínua deve ser integrada no trabalho quotidiano da força de vendas”, advoga o responsável, que defende a importância de “criar e desenvolver uma cultura de formação contínua nas empresas”. Não é por acaso que a Salesforce disponibiliza uma plataforma de formação online com cursos focados em hard skills, soft skills e produtos Salesforce, e que pode ser enriquecida com os conteúdos de cada cliente.
Embora a tecnologia nos possa ajudar muito em todo o processo, as vendas têm uma forte componente de relações humanas.
Da tecnologia às relações humanas
Conseguir que todos os profissionais envolvidos na relação com o cliente estejam formados e alinhados é a grande mais-valia das soluções de CRM, que permitem reunir os conhecimentos, a experiência e a gestão de todas as partes envolvidas. Dos comerciais aos especialistas em produtos, dos profissionais de serviço às equipas de suporte, passando pelas equipas de pós-venda. Por outro lado, a análise de dados e as ferramentas de Inteligência Artificial são também cada vez mais relevantes, ao facilitarem a pesquisa e qualificação de oportunidades de venda.
No entanto, a tecnologia não substitui as relações humanas, que continuam a desempenhar o papel central no processo de venda. “Embora a tecnologia nos possa ajudar muito em todo o processo, as vendas têm uma forte componente de relações humanas”, reconhece Tiago Machado. Saber articular razão e emoção é, pois, a primeira tarefa de um bom comercial. “Por esta razão, as equipas de vendas devem estar conscientes dos erros mais comuns”, defende, referindo-se a um dos tópicos abordados no e-book. Entre eles, destacam-se “uma má preparação que pode levar o profissional de vendas a destacar as características do produto e não o seu valor ou, por outro lado, a falta de empatia, por não ter identificado as necessidades reais do cliente, concentrando-se demasiado nos aspectos táticos da negociação”.
Quais são então os 9 principais erros a evitar num processo de venda?
- Ignorar a importância da preparação
A pesquisa é fundamental para o sucesso das vendas, na medida em que permite ganhar confiança sobre o que se vende e os problemas que permite resolver, o que se reflete na confiança do cliente. Para poder abordar problemas específicos e oferecer propostas de valor ímpares, o primeiro passo é investir tempo a compreender tanto o produto ou serviço que vende como a sua audiência-alvo. Nas palavras de Tiago Machado, sales leader da Salesforce Portugal, “um bom processo de vendas começa com o conhecimento do cliente e das suas necessidades”. - Saltar o telefonema da descoberta
Além do habitual telefonema com o objetivo de qualificar os potenciais compradores, é importante analisar detalhadamente as necessidades daqueles que se mantêm após essa etapa. Para isso, é importante realizar outra chamada — telefonema de descoberta — para perceber exatamente o que precisam e como os poderá ajudar. Na maioria dos casos, o telefonema de qualificação é demasiado superficial para obter resposta a estas perguntas. - Fazer sales pitch sem qualificar leads
O foco excessivo de muitos comerciais em quotas e comissões, leva-os a avançar para o pitch antes de realizarem a qualificação e descoberta. O resultado é um discurso genérico, que não enquadra o produto ou serviço como a solução para os problemas específicos do potencial comprador, que são desconhecidos para o comercial. Chega-se assim a um beco sem saída: o potencial comprador não examinado pode ter pouco interesse, um orçamento insuficiente ou falta de autonomia para decidir. - Focar nas características em vez de no valor
Os potenciais compradores procuram soluções e valor, pelo que é inútil vangloriar-se sobre as características do produto. Mais do que o produto ou serviço, o foco da conversa deve ser as necessidades do potencial comprador e a forma como pode ajudar a satisfazê-las. “O comercial deve saber o que está a vender e a quem, quais as suas necessidades e o valor que o produto ou serviço aportará ao cliente”, sublinha Tiago Machado. - Não ter empatia
Muitos comerciais são insistentes quando, na realidade, ninguém gosta de tomar decisões de compra sob pressão. Evitar este erro passa, por isso, pela empatia — como em qualquer relação humana, construir confiança e lealdade passa por ouvir o outro. “95% dos compradores tomam decisões baseadas na emoção, pelo que é muito importante compreender quais são as características emocionais de um potencial cliente. Entretanto, para poder ativá-las, é fundamental estabelecer e manter uma relação de confiança”, destaca Tiago Machado. - Falar demasiado
Ouvir mais do que falar é um hábito dos comerciais que fecham negócios de forma consistente. Falar demais tem o poder de afundar negócios potencialmente promissores, ao afastar potenciais compradores que, naturalmente, não sentem que as suas necessidades estão a ser consideradas. Uma distribuição de tempo de 60%-40% entre ouvir e falar é considerada a ideal, por permitir ao comercial partilhar conhecimento sem deixar de ouvir a outra pessoa. - Não antecipar objeções
Custo, timing, funcionalidades do produto, necessidades desajustadas. As potenciais objeções à realização de uma compra são muitas mas, em muitos casos, podem ser antecipadas. Em vez de ignorarem potenciais objeções, correndo o risco de não saberem como reagir quando elas ocorrem, os comerciais bem-sucedidos identificam-nas previamente e preparam respostas empáticas e com impacto para cada uma delas. - Fazer chamadas muito longas
Preservar a atenção, o interesse e o envolvimento dos potenciais compradores é um fator crítico de sucesso na era digital. Por isso, quer se trate de uma reunião presencial ou virtual, os bons comerciais limitam os contactos a um máximo de 30 minutos. Ter esta regra em mente força a eficiência, ajudando o comercial a focar-se em informação crítica para o negócio. - Adiar o acompanhamento
Não deixar a venda ‘arrefecer’ é uma máxima dos profissionais de sucesso, que recomendam enviar a mensagem ou e-mail de seguimento logo após a chamada. Nutrir a relação é o objetivo a ter em mente. Desta forma, aconselha-se a aplicar a fórmula dos 3: assegurar-se que o cliente está satisfeito três dias após a venda; saber se tem alguma dúvida ou dificuldade três semanas após a venda; confirmar a satisfação com a venda e apurar se tem outras necessidades três meses após a venda.
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