Seguro caducado reteve avião ucraniano em São Tomé

  • Lusa
  • 30 Março 2022

As consequências da invasão russa surgem diariamente. Os voos que asseguram a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Principe não se realizaram por falta de seguro de uma companhia ucraniana.

Centenas de pessoas estiveram retidas nas ilhas de São Tomé e do Príncipe desde quinta-feira, devido à falta de documentos do avião que assegurava a ligação regional, registado na Ucrânia, disse à Lusa o presidente regional do Príncipe.

A companhia aérea são-tomense STP Airways assegura seis voos semanais, à exceção de terça-feira, com um voo por dia, mas a ligação foi interrompida na quinta-feira passada, deixando “dezenas, centenas de pessoas em terra” nas duas ilhas do arquipélago.

Segundo explicou à Lusa o presidente do Governo Regional do Príncipe, Filipe Nascimento, a empresa necessitou de atualizar o seguro e, devido à guerra na Ucrânia, está a haver “uma dificuldade de obter documentos”.

As autoridades regionais do Príncipe estiveram a “diligenciar junto de operadores do setor de aviação para procurar “encontrar urgentemente uma solução” e a ligação vai ser retomada esta quarta feira, disse à Lusa fonte da companhia STP Airways.

Contactada pela Lusa, a chefe do departamento comercial da STP Airways relatou que a empresa ucraniana opera a ligação desde há cerca de seis anos, sendo que o seguro terminou na passada exta-feira.

“Eles estavam a tentar já há um, dois meses, obter os documentos na Ucrânia para renovar o certificado do aparelho, mas devido à situação de guerra não conseguiram”, indicou a responsável.

O presidente do governo regional manifestou-se particularmente preocupado com o impacto da falta de ligação entre ilhas nas evacuações médicas, já que “o setor da saúde na região ainda vai precisar de transferir muitos doentes para eles seguirem cuidados mais particulares na capital do país”.

“É um momento muito difícil para o país e particularmente para a região sabendo que a descontinuidade territorial tem como uma necessidade premente a conexão seja por via aérea como marítima, com necessidade de permitir que o Estado esteja a dar essa resposta a todos os cidadãos e assim permitir que nos sintamos ligados ao centro de abastecimento do país, que é a capital”, referiu.

O abastecimento do Príncipe por via marítima também tem estado a atravessar uma crise, sendo uma das consequências diretas a inexistência, “há quase um mês”, de combustíveis à venda nos postos desta ilha, o que afeta todas as atividades, desde a pesca à agricultura.

“A ilha está parada e toda a economia fica comprometida”, lamentou o presidente do Governo Regional do Príncipe.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Seguro caducado reteve avião ucraniano em São Tomé

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião