Do “Pfizergate” à nomeação do representante das PME, as polémicas que marcaram o mandato de Ursula von der Leyen

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Junho 2024

A pandemia e a Ucrânia conferiram protagonismo à política alemã. Mas casos como a negociação de vacinas com o CEO da Pfizer ou a parcialidade sobre o Médio Oriente podem custar-lhe o segundo mandato.

Quando Ursula von der Leyen apresentou a transição verde e digital como a prioridade política do seu mandato à frente da Comissão Europeia, estava longe de imaginar a série de desafios com que teve de lidar ao longo dos cinco anos seguintes. A resposta à pandemia de Covid-19 e o apoio à Ucrânia na sequência da invasão russa foram reconhecidos sucessos, mas ainda assim não a livraram de algumas polémicas.

A primeira controvérsia surgiu mesmo durante a pandemia, com a negociação da aquisição de milhares de milhões de vacinas numa troca de mensagens de texto com o CEO da Pfizer. Um caso que, passados três anos, está a ser investigado pela Procuradoria Europeia.

Não obstante, a polémica mais sonante, que mereceu, inclusive, críticas desde eurodeputados a diplomatas e líderes dos Estados-membros da União Europeia (UE), foi a “parcialidade” com que von der Leyen — que concorre a um segundo mandato à frente do Executivo comunitário — geriu o conflito na Faixa de Gaza, entre o Hamas e Israel.

Pfizergate, a negociação da compra de vacinas por mensagens

A gestão da pandemia de Covid-19 é amplamente vista como um grande sucesso do atual mandato da líder do Executivo comunitário. Por um lado, pelo investimento na investigação, que tornou possível a produção de uma vacina no espaço de um ano, e a própria distribuição célere das vacinas pelos 27 Estados-membros; e, por outro lado, o acordo para a emissão conjunta de dívida pública para financiar a recuperação da economia europeia.

No entanto, a primeira polémica de von der Leyen surgiu precisamente na resposta à pandemia. Face ao arranque demorado das campanhas de vacinação nos países da UE e as falhas na entrega de vacinas pela farmacêutica AstraZeneca, por problemas de produção, a presidente da Comissão Europeia entrou em cena, negociando diretamente com o CEO da Pfizer, por mensagens de texto, a compra de 1,8 mil milhões de doses, por um valor estimado de 20 mil milhões de euros.

Confrontada com acusações de falta de transparência, Ursula von der Leyen admitiu essa negociação em abril de 2021, mas, desde então, o Executivo comunitário tem recusado divulgar as mensagens de texto em causa — cujo acesso foi pedido, primeiro, por um site noticioso alemão e, depois, pelo jornal norte-americano The New York Times, tendo ambos apresentado queixas junto da Provedoria de Justiça Europeia –, alegando que, dada a sua “natureza de curta duração”, são classificadas como documentos da UE e, como tal, não foram arquivadas.

O caso, conhecido como “Pfizergate”, está agora nas mãos da Procuradoria Europeia, que se encontra a investigar suspeitas de “interferência em funções públicas, eliminação de mensagens de texto, corrupção e conflito de interesses”. A investigação, aberta inicialmente pelas autoridades judiciais belgas há mais de um ano, partiu de uma queixa-crime de um lobista local, a quem se juntaram, mais tarde, os governos da Hungria e da Polónia — que retirou a queixa após a tomada de posse de Donald Tusk.

Sofagate, a polémica que expôs a (falta de) relação com Michel

Ainda no auge da pandemia, a líder do Executivo comunitário viu-se envolvida noutra polémica, desta vez durante um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, realizado em abril de 2021 em Ancara, na Turquia.

Num salão do palácio presidencial, os dois líderes sentaram-se lado a lado, em duas cadeiras, com as bandeiras da Turquia e da União Europeia como pano de fundo, enquanto à presidente da Comissão Europeia estava atribuído um lugar num sofá afastado de Michel e Erdogan. O incómodo de von der Leyen com o assento que lhe fora atribuído foi visível num vídeo filmado à sua chegada.

 

“Eu sou a presidente da Comissão Europeia, e é assim que esperava ser tratada quando visitei a Turquia há duas semanas: como presidente da Comissão. Mas não fui. Não posso encontrar nos tratados da UE qualquer justificação para a forma como fui tratada, pelo que tenho de concluir que aconteceu porque sou uma mulher”, comentou, mais tarde, num debate no Parlamento Europeu sobre os resultados da reunião em Ancara, em que abordou o incidente diplomático — que, ironicamente, passou a ser designado como “sofagate” e levou a críticas ao comportamento de Charles Michel, que se limitou a sentar-se na cadeira que lhe foi atribuída.

A gafe com o número de mortos na Ucrânia

O protagonismo de Ursula von der Leyen voltou a ser evidente na sequência da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, ao liderar, desde o primeiro momento, o apoio da UE a Kiev e ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Embora seja reconhecido como outro ponto positivo do seu mandato, para além da resposta à pandemia, também aqui teve mais um momento controverso.

No final de novembro de 2022, a presidente da Comissão Europeia estimava, num vídeo publicado na sua conta na rede social Twitter (agora designada X), que “mais de 100 mil oficiais militares ucranianos” tinham sido mortos até àquele momento. Mas o vídeo foi apagado e posteriormente republicado sem as declarações de von der Leyen sobre o número de ucranianos mortos desde o início do conflito.

Numa publicação na mesma rede social, a diretora para a Comunicação Política do Executivo comunitário clarificou as declarações de von der Leyen sobre as baixas ucranianas na guerra, agradecendo “àqueles que assinalaram a inexatidão em relação aos números numa versão anterior do vídeo”. “A estimativa utilizada, de fontes externas, deveria referir-se a vítimas, ou seja, mortos e feridos, e pretendia mostrar a brutalidade da Rússia“, esclareceu então Dana Spinant. Os números nunca foram confirmados, nem pelo Estado Maior General das Forças Armadas Ucranianas.

Acordos contra migração ilegal com regimes autoritários

Primeiro com a Tunísia, depois a Mauritânia e, por fim, o Egito. Nos últimos meses do seu mandato, a Comissão Europeia assinou acordos de milhões de euros para apoiar as economias destes países, mas que incluem verbas destinadas a travar os fluxos de migração irregular, sendo alvo de críticas de diversas organizações, que questionam o respeito pelos direitos humanos nesses Estados.

No caso da Tunísia, somam-se os relatos nos media de abusos e expulsões de migrantes da África subsariana, chegando a ser abandonados no meio de florestas ou desertos, perante os quais a Provedora de Justiça Europeia já pediu esclarecimentos ao Executivo comunitário sobre como é que o acordo salvaguarda os direitos e as liberdades dos migrantes.

A parceria com o Egito, por seu lado, prevê 200 milhões de euros para a luta contra o contrabando e o tráfico de seres humanos, depois de a UE ter assistido a um aumento dramático nos pedidos de asilo de cidadãos egípcios: de 6.616, em 2021, para 26.512, em 2023, segundo a Agência da União Europeia para o Asilo (EUAA), com a maioria destes pedidos a registar-se em Itália.

Gestão “parcial” do conflito em Gaza

Se na liderança do apoio da UE à Ucrânia começaram a surgir fricções com alguns líderes dos Estados-membros, que sentiam que estaria a extrapolar as suas funções — nomeadamente em matéria de política externa, em que os tratados não atribuem qualquer papel à Comissão –, a gestão do conflito no Médio Oriente fez chover críticas contra Ursula von der Leyen, acusada de “parcialidade” tanto lá fora como no seio das instituições europeias.

A polémica teve início quando um dos seus comissários anunciou, aparentemente sem consulta prévia, a suspensão “imediata” de todos os pagamentos ao abrigo do apoio destinado ao desenvolvimento da Palestina, no valor de 691 milhões de euros. A decisão não foi bem recebida na comunidade europeia e internacional, sendo criticada, inclusive, pelo Governo português e a Organização das Nações Unidas (ONU).

Horas após o anúncio, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, esclareceu que a Comissão Europeia iria apenas rever a ajuda humanitária à Faixa de Gaza – que, no final dessa semana, decidiu triplicar, para 75 milhões de euros – e não suspender os devidos pagamentos, argumentando que “castigar o povo palestiniano só iria prejudicar os interesses da União Europeia na região e encorajar ainda mais os terroristas”.

As reações políticas negativas atingiram o seu auge, no entanto, na sequência da viagem de von der Leyen a Israel. Ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a presidente da Comissão Europeia afirmou que o país tem o direito de se defender, sem instar ao respeito pelo direito internacional humanitário. Esta posição estava longe daquela acordada dias antes pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros, que, além de condenar os ataques do Hamas, apelava “à proteção dos civis e à contenção, à libertação dos reféns e à permissão do acesso a alimentos, água e medicamentos em Gaza, em conformidade com o direito humanitário internacional”.

Desde eurodeputados e diplomatas a chefes de Governo e de Estado, os críticos não se tardaram a fazer ouvir. Porém, o principal “puxão de orelhas” veio mesmo do seio da Comissão, com o chefe da diplomacia europeia a deixar claro que a “posição oficial” da UE sobre qualquer política externa é definida pelo Conselho Europeu e pelo Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros – o que exige sempre a unanimidade dos 27.

Von der Leyen procurou retratar-se das acusações logo no dia seguinte à viagem, no comunicado em que a Comissão anunciava o aumento da ajuda humanitária a Gaza, declarando o “apoio ao direito de Israel de se defender contra os terroristas do Hamas, no pleno respeito do direito humanitário internacional”, enquanto o porta-voz do Executivo afirmou, dias depois, que a alemã fora a Israel representar apenas a Comissão e não a posição dos Estados-membros.

A presidente da Comissão Europeia no momento em que fez uma distinção, pela primeira vez, entre o ataque do movimento islamita Hamas e a população palestiniana, defendendo que “o terror” também está a ameaçar “os inocentes palestinianos”.Lusa

Favoritismo na escolha do representante das PME

Numa altura em que já faltavam poucos meses para as eleições europeias e von der Leyen já tinha anunciado a sua candidatura como spitzenkandidat pelo Partido Popular Europeu (PPE), a líder do Executivo comunitário vê-se envolvida em mais uma controvérsia, desta feita enfrentando acusações de favoritismo por membros do Colégio de Comissários.

Estava em causa a nomeação do eurodeputado alemão Markus Pieper, membro da União Democrata-Cristã da Alemanha (CDU, na sigla em alemão) – o mesmo partido de von der Leyen –, para o cargo de representante para as pequenas e médias empresas (PME), apesar de não ser o candidato recomendado pelo júri do concurso de recrutamento, que atribuiu uma classificação 30% superior a outras duas finalistas consideradas mais qualificadas para o posto, de acordo com o Politico.

Preocupados com a transparência da nomeação, quatro comissários – Josep Borrell; Nicolas Schmit (com a pasta do Emprego e Direitos Sociais e que concorre às europeias como spitzenkandidat dos Socialistas & Democratas); Paolo Gentiloni (com a pasta da Economia); e Thierry Breton (com a pasta do Mercado Interno) – escreveram uma carta a pedir esclarecimentos a Ursula von der Leyen.

“Todos os processos são claros, limpos e transparentes, e é por isso que o representante das PME tem uma posição forte”, respondeu a presidente da Comissão, em meados de abril, quando questionada sobre a polémica nomeação. Markus Pieper acabaria por renunciar ao cargo dias mais tarde, pondo fim a um caso que também granjeou um título: “Piepergate”.

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O que propõem os candidatos às europeias para a defesa?

A poucos dias das eleições europeias, os oito candidatos às europeias respondem ao ECO sobre cinco temas que vão marcar a próxima legislatura. O que pensam os candidatos sobre a defesa?

  • Ao longo desta semana, o ECO vai publicar “O que defendem os candidatos às europeias?”, série na qual publicamos as respostas dos cabeças de lista (dos partidos com assento parlamentar) às eleições europeias, de 9 de junho, a cinco temas que vão marcar a próxima legislatura: imigração, defesa, alargamento, regras orçamentais e recursos próprios.

O que defendem os candidatos às europeias para a defesa?

“A segurança e a defesa dos europeus devem estar na primeira linha das preocupações dos decisores políticos europeus. A Aliança Democrática e a sua família política europeia (PPE) estão inequivocamente ao lado da Ucrânia, cuja invasão pela Rússia expôs as fragilidades da União Europeia (UE) neste domínio. Defendemos uma cooperação mais estreita e coordenada entre os Estados-Membros e um maior investimento europeu em defesa que reforce o pilar europeu da NATO. A UE deve contribuir para o reforço das capacidades de defesa e da proteção dos seus cidadãos, sempre comprometida com a participação dos Estados-Membros na NATO e com a cooperação estratégica e transatlântica.”

“Apesar de ser tradicionalmente uma área de soberania dos Estados, a política comum de segurança e defesa assume-se como uma prioridade da União Europeia no atual contexto geopolítico. Em complementaridade com a NATO, importa reforçar e partilhar capacidades e coordenar políticas na União. Assim, partindo dos instrumentos atuais, devem ser desenvolvidos, ao nível europeu, procedimentos conjuntos de aquisição de material militar e investimento na produção militar em solo europeu por empresas europeias, fomentando a indústria de defesa pan-europeia.”

“A União Europeia precisa urgentemente reforçar o investimento na Defesa, quer em número de efetivos, quer em termos de equipamento. Devem ser procuradas soluções inovadoras que não se baseiem apenas no conceito de mais endividamento e mais impostos. Reforçar a defesa europeia é um investimento muito sério e este deve ser feito envolvendo um acordo entre o setor público e o privado, com controlo estatal. Na altura de recuperar as indústrias de defesa da UE, Portugal não pode ser esquecido pelos burocratas de Bruxelas, até porque no passado teve excelentes exemplos de qualidade neste setor e tem neste momento algumas empresas tecnológicas, caso da Tekever e outras do género, que podem ajudar nesse esforço de rearmamento europeu.”

“A Iniciativa Liberal é favorável ao investimento na maior autonomia estratégica da Europa na Segurança e Defesa, o que inclui o reforço do investimento no pilar europeu da NATO (2% PIB) com foco na interoperabilidade dos dispositivos, equipamentos e sistemas, na atualização tecnológica dos equipamentos e armamentos, na prioridade à cibersegurança e à informação. Defendemos o apoio a incondicional à Ucrânia. Putin não pode ganhar.”

“O debate sobre a Defesa europeia tem sido o oposto do que deveria ser. Tem-se falado muito da guerra, tem-se falado menos da paz. Obedecer a Trump ou usar a Ucrânia como desculpa para financiar a indústria de armamento alemão, a mesma que está a entregar armas para o genocídio do povo palestiniano, é inaceitável. Contra as guerras promovidas por Putin ou Netanyahu, o Bloco afirma a sua posição de sempre: da Ucrânia à Palestina, estivemos sempre do lado da paz e da autodeterminação dos povos.”

“A UE assume que nenhum dinheiro pode faltar para a guerra e para a indústria do armamento, mesmo que isso implique desviar recursos que fazem falta ao bem estar dos Povos. A UE tem vindo a acentuar o seu caráter militarista. A CDU está contra a criação de um exército Europeu coisa diferente é a necessidade de investimento nas Forças Armadas portuguesas para que estas cumpram as suas missões constitucionais. A CDU defende a implementação de um sistema de segurança e cooperação na Europa baseado nos princípios da Ata Final da Conferência de Helsínquia. A CDU defende o fim da corrida aos armamentos e da militarização das relações internacionais e a abolição das armas nucleares e de outras armas de destruição massiva.”

“O Livre vê os desafios na área da defesa sob uma perspetiva pacifista, cientes da ameaça existencial que a guerra na Ucrânia representa para a Europa. Defendemos que a UE deve ter uma Política de Segurança Comum, a debater neste próximo mandato de forma alargada, sem esquecer a segurança alimentar, sanitária, digital ou institucional. A curto e médio trecho, é necessário tratar da capacidade de investimento conjunto e da interoperabilidade do material de defesa dos diferentes Estados-Membros.”

“A guerra na Europa tem tido efeitos dramáticos, quer em termos humanitários, quer ao nível do impacto nos animais e no ambiente. A contaminação dos solos, por exemplo, coloca em causa a autonomia alimentar da Ucrânia. O PAN defende a criação de uma contribuição extraordinária sobre os lucros excessivos da indústria da guerra, que sirva para apoio humanitário, reconstrução de infraestruturas e a recuperação ambiental e da biodiversidade. A UE tem de atuar proativamente na garantia da sua segurança e defesa, mas o principal caminho deve ser sempre o da negociação política e do cessar-fogo. Defendemos a cooperação e solidariedade para com o povo ucraniano e para com os demais que vivem em conflito de guerra. No caso do conflito Israel-Palestina, o PAN defende a solução dos dois Estados.”

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Camuflagem militar do futuro chega à defesa europeia e tem “mão” portuguesa

O projeto envolve 19 parceiros de nove países europeus e soma um financiamento de 14,5 milhões de euros. Será coordenado pelo Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário.

Dezanove parceiros de nove países europeus juntaram-se para desenvolver um projeto com tecnologia disruptiva de camuflagem. O objetivo é “colocar a defesa europeia na vanguarda mundial” e desenvolver tecnologias e soluções disruptivas para camuflagem adaptativa, capazes de responder a diferentes condições ambientais.

O projeto, intitulado de adaptive camouflage for soldiers and vehicles (ACROSS), é financiado pelo Fundo Europeu de Defesa (EDF) e conta com um orçamento global de cerca de 14,5 milhões de euros. O ACROSS vai contar com a experiência de forças militares, indústria, universidades e centros de I&D, sob coordenação de Portugal através do Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário (Citeve).

“Estamos a falar de camuflagem visual, mas também camuflagem relativamente aos radares, detetores de infravermelhos e outras radiações. É camuflagem no sentido integral. Não ser visto nem por pessoas, nem por máquinas. A ideia é camuflar as pessoas, aumentar a segurança do soldado no campo de batalha com sistemas mais eficazes, mas também aplicar o sistema às viaturas, drones, entre outros”, explica ao ECO António Braz Costa, diretor geral do Citeve.

O facto de o Citeve ser o coordenador deste projeto é extremamente importante para Portugal e para a indústria têxtil portuguesa.

António Braz Costa

Diretor geral do Citeve

A tecnologia vai ser capaz de adaptar a camuflagem aos diversos ambientes, seja numa floresta ou num deserto, ao mudar de tom. “A camuflagem adapta-se ao ambiente de forma a não permitir a visibilidade da pessoa ou dos veículos“, diz o diretor do Citeve. Braz Costa considera ainda que o facto de o Citveve ser o coordenador deste projeto “é extremamente importante para Portugal e para a indústria têxtil portuguesa”.

O responsável, cuja instituição vai receber 2,47 milhões de euros, enfatiza que “Portugal tem de se posicionar na área da indústria de defesa” e recorda que “só o fundo europeu de defesa tem mil milhões de euros por ano para financiar inovação”.

O Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes vai receber 516,6 mil euros, a empresa de confeção e vestuário Damel receberá 246,7 mil euros, o Exército português 217,9 mil euros e a consultora Magellan Circle 412,5 mil euros.

O projeto ACROSS, que foi apresentado no dia 27 de maio em Bruxelas, “será ainda uma alavanca para a colaboração transfronteiriça, juntando diferentes intervenientes e massa crítica fundamentais ao desenvolvimento das soluções propostas, reforçando e melhorando a agilidade das cadeias de valor e de abastecimento no setor da defesa, alargando a cooperação supranacional entre organismos e entidades e promovendo uma melhor exploração do potencial de inovação industrial, investigação e desenvolvimento tecnológico, em cada fase do ciclo de vida dos produtos e tecnologias de defesa”, explica a comunicação do projeto.

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Inflação deu “dividendo” de 9,3 mil milhões a Orçamentos de Costa

Receita adicional foi de 3,8 mil milhões de euros, em 2022, e de 5,4 mil milhões de euros, em 2023. Estudo avisa Executivo de Montenegro que montantes extra não se irão repetir nos próximos anos.

Os Orçamentos de António Costa beneficiaram de 9,3 mil milhões de euros em impostos e contribuições adicionais, devido à inflação. Em concreto, o aumento dos preços impulsionou a receita fiscal e contributiva do Estado em mais 3,8 mil milhões, em 2022, e de 5,4 mil milhões de euros, em 2023, segundo um estudo elaborado por Francisco Ruano, analista da Área de Monitorização e Supervisão Orçamental do Conselho das Finanças Públicas (CFP), publicado no blogue daquele organismo.

Ora este bónus não se irá repetir, salienta o autor, num aviso ao atual Executivo de Luís Montenegro. “Nos próximos anos, os exercícios de programação orçamental terão de se confrontar com taxas de crescimento da receita mais próximas da real dinâmica dos agregados macroeconómicos subjacentes”, alerta. Ou seja, os próximos Orçamentos do Estado devem já prever ritmos mais baixos de crescimento da receita, tendo em conta o arrefecimento do índice de preços no consumidor (IPC).

O aviso não é de somenos tendo em conta que o Estado já registou dois meses consecutivos de défice. Em abril, o saldo negativo disparou sete vezes para quase dois mil milhões de euros, embora ainda faltem oito meses de execução orçamental em que o número pode ou não ser atenuado.

No boletim de junho do ano passado, o Banco de Portugal já tinha dedicado um capítulo ao efeito direto do aumento da inflação sobre a receita fiscal e contributiva, no qual concluiu que, “do aumento da receita fiscal e contributiva em 2022 (11.156 milhões de euros), cerca de 30% (3.212 milhões de euros) resultou do aumento da inflação”.

O economista do CFP publica agora um relatório onde atualiza os valores de 2022 e quantifica ainda o impacto da inflação sobre a receita fiscal e contributiva em 2023. Assim, o “dividendo inflacionista’ (impacto do efeito preço adicional) ascendeu a 3.846 milhões de euros e a 5.440 milhões de euros nos anos de 2022 e 2023”.

“A magnitude deste ‘dividendo’ explica cerca de um terço e de dois terços da variação total da receita fiscal e contributiva nos respetivos anos”, destaca o antigo adjunto do então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, agora deputado do CDS à Assembleia da República. Isto significa que, dos 11.154 milhões de euros de aumento de impostos e contribuições sociais, em 2022, 3.846 milhões vêm da inflação (34,5%). E que, da variação da receita fiscal em 7.948 milhões de euros, no ano passado, 5.440 milhões (65,7%) surgem à boleia do agravamento dos preços junto do consumidor. Somando o acumulado de 2022 e de 2023, chegamos a um adicional em impostos e contribuições de 9.286 milhões de euros.

De recordar que a receita em impostos e contribuições sociais, atingiu os 87.301,8 milhões de euros, em 2022, e os 94.963,8 milhões de euros, em 2023, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o que se traduz numa carga fiscal de 36% e de 35,8%, respetivamente.

“O contexto de inflação particularmente elevado vivenciado nos dois últimos anos proporcionou a obtenção de importantes ganhos na receita fiscal e contributiva. Deste modo, quantificar a dimensão destes ganhos mostra-se relevante para determinar, o que, genericamente, se classifica como ‘dividendo inflacionista’. Esta classificação é aqui atribuída, na medida em que a receita adicional gerada não resulta: i) nem da evolução da atividade económica em termos reais; ii) nem da observância de um crescimento dos preços em linha com os objetivos de médio prazo do BCE e previamente antecipados pelos agentes económicos; iii) nem do impacto de medidas de política que visassem atingir uma consolidação orçamental de magnitude equivalente à conseguida pela materialização deste efeito”, explica o autor.

Do exercício realizado conclui-se que, “nos últimos dois anos, o efeito preço adicional ou ‘dividendo inflacionista’ contribuiu de modo substancial para o crescimento da receita fiscal e contributiva. Uma estimativa própria aponta para que o impacto global tenha ascendido a 1,6% do PIB em 2022 e a 2,0% do PIB em 2023“, indica Francisco Ruano.

Mais detalhadamente, verifica-se que o crescimento do contributo do “dividendo inflacionista” em 2023 se ficou a dever, em grande medida, “à receita adicional gerada através do IRS e das contribuições sociais”, aponta o economista. “Este ganho traduz a aceleração das remunerações médias”, em 8,3%, em 2023, e em 6%, em 2022, lê-se no mesmo relatório.

“Em sentido contrário, a desaceleração do deflator do consumo privado”, que passou de 7,1% para 5,1%, “e do índice de Preços do Consumidor”, que recuou de 7,8% para 4,3%, “implicou a redução do ‘dividendo inflacionista'”, de acordo com o estudo. O IVA foi o imposto mais afetado por estes fatores. Assim, a receita arrecadada com este tributo diminuiu de 1.405 milhões de euros, em 2022, para 939 milhões de euros em 2023.

De salientar que a quebra na arrecadação da receita do IVA (-3,8%) foi um dos fatores mencionados pela Direção-Geral do Orçamento (DGO) para justificar o défice registado em abril.

Por fim, o autor sinaliza que, “com a expectável moderação do ritmo de crescimento das remunerações e dos preços dos bens e serviços no ano de 2024 e seguintes, a margem para obtenção de acréscimos na receita desta magnitude tenderá a ser mais reduzida”.

“Esta perspetiva sugere que, nos próximos anos, os exercícios de programação orçamental terão de se confrontar com taxas de crescimento da receita mais próximas da real dinâmica dos agregados macroeconómicos subjacentes, uma vez que, os efeitos de ordem nominal tenderão a ser menos expressivos do que os recentemente observados”, sublinha o economista.

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Congelar os óvulos antes dos 35 anos duplica as hipóteses de sucesso

  • Servimedia
  • 4 Junho 2024

No Dia Mundial da Fertilidade, os especialistas recordam-nos que a idade é fundamental para os tratamentos de preservação - como a vitrificação de óvulos ou de tecido ovárico.

Desejar ter um filho, mas sentir que não é a altura certa. Perante este desafio, que coloca muitas jovens na encruzilhada de ter de escolher entre o desenvolvimento académico e profissional ou a maternidade, a preservação da fertilidade é uma alternativa viável. De facto, são cada vez mais as mulheres que escolhem esta opção. De acordo com dados fornecidos pela IVI, líder em Espanha neste tipo de procedimento, 2.600 mulheres vitrificaram os seus óvulos no ano passado por razões sociais (adiando a maternidade por escolha), 63% mais do que em 2019.

“Nos últimos cinco anos tem havido muito mais consciência entre os jovens de que existe a possibilidade de, se congelarem os vossos óvulos, pararem o tempo e terem a oportunidade de se tornarem mães quando se sentirem realmente realizadas, quando se sentirem prontas para o fazer. Sem renunciar ao seu projeto familiar”, salienta a Dra. Clara Colomé, do IVI Mallorca. “Ou seja, se quiser ter dois ou três filhos, com um bom número de óvulos congelados, talvez possa ter esse número de filhos”, acrescenta.

Mas adverte que a idade para a preservação é um fator determinante: “as mulheres nascem com todos os seus óvulos. Estes óvulos são criados quando as mulheres são embriões. Durante a vida, perdemo-los: quando entramos na puberdade, todos os meses… O grande problema é que, e ainda não sabemos porquê, a partir dos 35 anos, a qualidade e a quantidade de óvulos diminui de forma muito mais rápida e exponencial”.

Neste sentido, o Dr. Corazón Hernández, diretor de Reprodução Assistida do Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz, também concorda que “nos últimos anos temos visto que a idade das pacientes que solicitam a vitrificação tem vindo a diminuir e, sem dúvida, é o ideal. No final das contas, o sucesso do trabalho com óvulos congelados depende fundamentalmente da idade da mulher”.

FALTA DE INFORMAÇÃO

Apesar de cada vez mais mulheres decidirem submeter-se a tratamentos de preservação, o que indica uma consciência crescente do declínio da sua fertilidade, a Sociedade Espanhola de Fertilidade (SEF), cujo presidente, o Dr. Juan José Espinós, salienta que ainda existem mitos que influenciam esta situação: “Destaco o facto de que se me sinto bem, a minha fertilidade também é boa”.

E há também um certo tabu em falar abertamente, “dado que a fertilidade é considerada algo natural do indivíduo, a esterilidade ou a fertilidade é considerada um defeito ou uma maldição”. O Dr. Espinós acrescenta que “em países como os Estados Unidos, a conservação de ovócitos está muito mais normalizada e, de facto, as grandes empresas oferecem-na como parte dos benefícios aos seus empregados”.

Para a Dra. Susana Rabadán, especialista em medicina reprodutiva do IVI, ainda há um longo caminho a percorrer em termos de informação e divulgação e “esta é a tarefa inacabada da ginecologia”. Na sua opinião, “incorporar a atualização da reserva ovárica de cada mulher na consulta de ginecologia poderia ajudar as mulheres a tomar consciência da capacidade limitada do ovário e das implicações de adiar a maternidade depois dos 35 anos”.

INVERNO DEMOGRÁFICO

No Dia da Fertilidade, os especialistas concordam com os riscos do “inverno demográfico”, uma expressão – cunhada nos anos 60 pelo filósofo belga Michel Schooyans – para designar uma redução significativa e sustentada das taxas de natalidade para valores inferiores às taxas de mortalidade. Por outras palavras, podemos falar de um inverno demográfico quando, ano após ano, morrem mais pessoas do que nascem.

Com menos nascimentos e maior longevidade, a sociedade está a envelhecer e a força de trabalho está a diminuir, o que conduz a sérios desafios económicos, como a sustentabilidade do sistema de pensões, uma carga fiscal mais elevada para a população ativa em diminuição e uma maior pressão sobre os serviços de saúde. A longo prazo, reduz o crescimento económico e compromete a capacidade de inovação e competitividade do país. Um fenómeno que, na opinião do Dr. Colomé, pode levar ao “colapso da sociedade”.

A Europa entra no “inverno demográfico” a nível mundial em 2026, de acordo com a Comissão Europeia; a nível mundial, a ONU calcula o limiar em cerca de 210 e em Espanha já estamos em pleno inverno. Durante 2023, houve um total de 322 075 nascimentos em Espanha, uma diminuição de 2,0% em relação ao ano anterior (menos 6 629), de acordo com os dados do INE. Um número que confirma a tendência de queda da última década: desde 2013, o número de nascimentos caiu 24,1%.

“O que sabemos é que, no final, cada mulher deveria ter mais de dois filhos para que houvesse uma renovação geracional. Não estamos a chegar lá, estamos abaixo, e isso está basicamente ligado ao atraso na idade em que as mulheres têm o seu primeiro filho. Em Espanha, infelizmente, estamos entre os três primeiros países com a idade mais elevada para ter o primeiro filho. Estamos atualmente nos 32,1 anos e, em 10 anos, subimos quase 10 pontos”, explica o Dr. Colomé, do IVI Mallorca.

Enquanto em 2013 6,8% dos nascimentos foram de mães com 40 anos ou mais, em 2023 essa percentagem subiu para 10,7%, de acordo com os dados do INE. Por outras palavras, um em cada dez bebés, a percentagem mais elevada de toda a UE, segundo o Eurostat.

Apesar de estarem na vanguarda, outros países, como o Japão, a Coreia do Sul e Singapura, estão neste caminho de “inverno”. E na nossa vizinhança imediata, a Itália, a Grécia e até a Alemanha. A Comissão Europeia estima que a população da UE, que atualmente ultrapassa os 448 milhões de pessoas, atingirá o seu pico por volta de 2026 e depois diminuirá gradualmente, perdendo 57,4 milhões de pessoas em idade ativa até 2100.

AUMENTAR A CONSCIENCIALIZAÇÃO

Para fazer face ao inverno demográfico, os especialistas sublinham a necessidade de a sociedade compreender como a passagem do tempo afeta a fertilidade e as opções que existem para a preservar. O acesso ao aconselhamento em matéria de fertilidade pode desempenhar um papel fundamental na preparação de muitas mulheres para tomarem decisões informadas sobre o seu futuro reprodutivo.

“A preservação eletiva da fertilidade é uma boa decisão para o futuro das mulheres com mais de 30 anos e é uma ferramenta ótima e válida neste perfil etário, quando não é possível ter filhos a curto prazo”, afirma o Dr. Rabadán.

Além disso, é vital que o estigma associado à preservação da fertilidade e aos tratamentos de fertilidade seja abordado. Falar abertamente sobre estas questões pode ajudar a normalizar a sua utilização e a reduzir a pressão social que muitas mulheres sentem para ter filhos num determinado período de tempo.

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Governo nomeia nova mediadora do crédito

  • ECO
  • 3 Junho 2024

O Governo escolheu Ana Margarida Machado de Almeida é a nova mediadora do crédito. Maria Clara Domingues Machado, a última no cargo, iniciou funções em 2012 e foi reconduzida em 2014.

Ana Margarida Machado de Almeida é a nova mediadora do crédito. A nomeação foi aprovada em Conselho de Ministros, segundo o comunicado desta segunda-feira.

O mediador do crédito, figura instituída em 2009, visa a “defesa e a promoção dos direitos, garantias e interesses legítimos de quaisquer pessoas ou entidades que sejam parte em relações de crédito, bem como contribuir para melhorar o acesso ao crédito junto do sistema financeiro“, segundo a página oficial.

Com a mediação, “pretende-se fomentar a comunicação entre as partes – cliente bancário e instituição de crédito –, no sentido de chegarem a um acordo e, assim, ultrapassarem situações de impasse, ou de falta de entendimento, na relação de crédito”.

Além disso, o mediador do crédito tem também a responsabilidade de “promover a literacia financeira em matéria de crédito, devendo, para o efeito, fomentar o conhecimento dos direitos e deveres dos cidadãos neste domínio, bem como prestar os esclarecimentos e as informações que lhe forem solicitados”.

Embora funcione junto do Banco de Portugal, o mediador do crédito dispõe de uma missão e competências próprias.

Segundo a página oficial do Mediador do Crédito, Maria Clara Domingues Machado foi a última mediadora do crédito, tendo iniciado funções em 2012, sendo reconduzida no cargo em 2014. Antes, apenas João José Amaral Tomaz exerceu a função, tendo sido o primeiro a ser nomeado mediador do crédito, cargo que desempenhou entre 2009 e 2011.

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Operadores de redes de distribuição de gás propõem investimentos de 395 milhões até 2029

  • Lusa
  • 3 Junho 2024

O valor de investimento proposto pelos operadores das redes de distribuição de gás inclui 238 milhões de euros para a expansão e densificação das redes.

Os planos quinquenais de desenvolvimento e investimentos das redes de distribuição de gás, colocadas esta segunda-feira em consulta pública pelo regulador, contemplam propostas de investimento de 394,6 milhões de euros no quinquénio 2025-2029.

Em comunicado, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) refere que o valor de investimento proposto pelos operadores das redes de distribuição de gás (ORD) inclui 238 milhões de euros para a expansão e densificação das redes, através da construção de novos ramais e infraestruturas individuais, com o objetivo de disponibilizar gás a novas clientes.

Aquele valor de 394,6 milhões de euros contempla ainda uma parcela de 135,2 milhões de euros para investimento em outras infraestruturas de construção e de redes de média pressão, para ligação à rede, bem como o investimento em sistemas de informação. Há ainda, refere a informação da ERSE, 21,4 milhões de euros para projetos relacionados coma transição energética, incluindo a preparação das infraestruturas de distribuição para a receção de gases renováveis.

A consulta pública das propostas de planos quinquenais de desenvolvimento e investimento das redes de distribuição de gás para o período 2025-2029, apresentadas pelos 11 operadores das redes de distribuição de gás, tem a duração de 30 dias úteis. Terminada a consulta pública, a ERSE dispõe de 22 dias para elaborar o relatório dessa consulta, cabendo-lhe, no prazo de 30 dias após a conclusão deste relatório, emitir um parecer não vinculativo “incluindo alterações às propostas apresentadas pelos ORD”.

Os comentários dos interessados devem ser feitos até 16 de julho de 2024, informa o regulador do setor energético. Nos termos da lei, os ORD devem elaborar nos anos pares, planos quinquenais de desenvolvimento e investimento das redes de distribuição de gás.

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KKR converte dívida em novas ações e garante cerca de 82% da Greenvolt

Os americanos informaram, na passada sexta-feira, que garantiram 78,9% da empresa e avançam com uma OPA obrigatória para comprar o restante capital. Acordo com Mediobanca também é alterado.

Os norte-americanos da Kohlberg Kravis Roberts (KKR), através da sua afiliada GV Investor Bidco, converteram em ações da Greenvolt uma linha de obrigações convertíveis no valor de 200 milhões de euros e uma taxa de cupão de 4,75% que vencia em 2030. Com esta operação, a KKR, que na última sexta-feira informou que garantiu 78,9% da empresa e avançou com um OPA obrigatória para comprar o restante capital, passou a deter cerca de 82% do capital da Greenvolt.

A Greenvolt, liderada por João Manso Neto, informou em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que recebeu da GV Investor Bidco, S.à r.l. “a comunicação reproduzida em anexo relativa ao exercício do direito de conversão referente às obrigações convertíveis emitidas pela Greenvolt designadas “€200,000,000 4.75 per cent. Senior Unsecured Conditionally Convertible Bonds due 2030”.

Com a conversão destes títulos de dívida em ações, a KKR reforça a sua posição no capital da empresa, depois de ter garantido a aquisição de 60,86% através da compra que já tinha definido com os sete principais acionistas da Greenvolt e mais 18,04% adquiridos pelo banco italiano Mediobanca. Fica agora disperso no mercado apenas cerca de 18% do capital.

Já a Greenvolt reduz o seu nível de dívida. No final de 2023, a dívida financeira líquida pro-forma da Greenvolt totalizava 691,4 milhões de Euros. O rácio da dívida financeira líquida pro-forma em relação ao EBITDA Ajustado, nos últimos 12 meses é de 6,3 vezes.

Em outro comunicado ao mercado, a sociedade da KKR, Gamma Lux, informa que alterou as condições do acordo com a Mediobanca, que estava mandatada para comprar ações da energética no mercado. Assim, em vez de poder comprar até 19,9% do capital da Greenvolt no mercado, a Mediobanca poderá reforçar até 23,37%.

(Notícia atualizada às 21h06 com mais informação)

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“Frouxo”, “vazio legal”, o que dizem os partidos do plano de imigração

  • Lusa e ECO
  • 3 Junho 2024

À esquerda, as criticam ao plano do Governo para as migrações não tardaram. Os liberais esperam que o plano “não se fique pelas meias-tintas”, enquanto o Chega ameaça votar contra.

Na primeira reação ao plano de ação para as migrações, apresentado pelo Governo esta segunda-feira, só os liberais mostraram “agrado” entre os partidos com assento parlamentar. No espetro mais à esquerda do hemiciclo, o Partido Socialista (PS) e o Bloco de Esquerda (BE) alertaram para os riscos de um “vazio legal” com o fim da “figura jurídica manifestação de interesses”, um dos diplomas incluídos no pacote que, apesar de poder ser chamado ao Parlamento, foi já promulgado pelo Presidente da República.

Já o partido de André Ventura criticou um plano que “acaba por se revelar frouxo, mal formado e pouco eficaz” e anunciou a apresentação de quatro diplomas, entre os quais a introdução de quotas a imigrantes. Por seu lado, o líder comunista Paulo Raimundo criticou a intenção do executivo procurar “restringir a imigração legal”.

O plano para as migrações tem um custo de 15 milhões de euros que estarão inscritos no Orçamento do Estado, mas será também financiado por fundos europeus. Este plano inclui 41 medidas para dar resposta ao fluxo migratório e aos mais de 400 mil processos pendentes na AIMA. Leia, abaixo, as reações de cada partido.

PS teme que Governo crie novos problemas nos processos de regularização de imigrantes

O secretário-geral no PS considerou, em conferência de imprensa “vago” o plano do Governo para as migrações e advertiu que o fim da figura jurídica da manifestação de interesse criará um “vazio” legal e novos problemas, dificultando a regularização de imigrantes.

Tendo ao seu lado a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, e o “vice” da bancada do PS Pedro Delgado Alves, Pedro Nuno Santos começou por manifestar dúvidas sobre o sucesso de alterações ao nível da lei de estrangeiros no controlo de fluxos migratórios, contrapondo que é na “regulação e fiscalização do mercado de trabalho que as medidas podem ter maior impacto”. Em relação ao plano do Governo, o secretário-geral do PS disse “acompanhar objetivos de reforço dos meios da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) e dos serviços consulares”.

“Mas a grande medida concreta deste plano é o fim [na lei de estrangeiros] da figura jurídica manifestação de interesses. Este conceito tem como objetivo regularizar a situação de trabalhadores que já estão a trabalhar em Portugal há pelo menos um ano, com contrato de trabalho e com descontos para a Segurança Social. Ora, o fim imediato desta figura jurídica vai deixar uma situação de vazio. Podemos estar a criar um problema para o futuro, com trabalhadores a trabalhar, a descontar mas sem possibilidade de se regularizarem”, avisou o líder socialista logo na sua declaração inicial.

Neste ponto, deixou uma pergunta: “Como deve o país tratar alguém que está há mais de um ano a trabalhar em Portugal, que tem contrato de trabalho e descontos para a Segurança Social? A verdade é que o Governo não dá resposta e não se prevê que o reforço dos serviços consulares seja suficiente para que se acabe com esta figura jurídica”, completou. Perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos rejeitou uma relação entre esta figura jurídica e a existência de cerca de 400 mil processos pendentes na AIMA e não excluiu em absoluto uma revisão da lei de estrangeiros.

“Mas não queremos que se alimente a ideia de que é através de alterações legislativas que vamos conseguir controlar os fluxos migratórios”, ressalvou.

Chega ameaça votar contra o plano do Governo sobre imigração

O presidente do Chega ameaçou votar contra o plano do Governo para a imigração se continuar ineficaz e apresentou uma “carta de exigências”, desafiando o executivo a introduzir quotas. Em declarações aos jornalistas na sede do Chega em Leiria, André Ventura afirmou que o plano apresentado pelo Governo “acaba por se revelar frouxo, mal formado e pouco eficaz”.

“Se este plano se mantiver com o nível de inconsequência e ineficácia, não terá nenhuma hipótese de passar na Assembleia da República”, indicou. O líder do Chega enumerou quatro diplomas, alguns dos quais já anunciados, referindo serem “uma carta de exigências ao Governo”.

André Ventura quer a introdução de quotas, que imigrantes condenados por crimes sejam encaminhados para o seu país de origem, facilitar o regresso dos estrangeiros por sua vontade e fechar fronteiras até estar regularizada a situação dos imigrantes que já estão em Portugal e aguardam decisão.

IL espera que plano para as migrações “não se fique pelas meias-tintas”

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal ao Parlamento Europeu espera que o PSD leve o Plano de Ação para as Migrações até ao fim e “não se fique pelas meias-tintas”. “Esperamos que [o plano] não fique apenas pelas meias-tintas como tem sido apanágio do PSD”, afirmou João Cotrim de Figueiredo no final de uma visita à empresa Polivouga, em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro.

Apesar de considerar algumas das cerca de 40 medidas anunciadas pelo Governo PSD “bastante vagas e lacónicas”, o candidato a eurodeputado assumiu ter ficado agradado com a extinção dos processos por manifestação de interesse, uma proposta que a IL sugeriu. “Registamos com agrado que ela tenha sido acolhida no desenho final deste plano porque, no fundo, repõe os requisitos àquilo que eram antes de 2017 e são um bom exemplo daquilo que nós temos vindo a dizer nesta matéria, como noutras, que não podemos nem depender de boas intenções, nem de grandes proibições”, frisou.

Além desta, o candidato dos liberais registou igualmente com agrado a recuperação rápida das pendências na Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), algo que várias forças políticas vinham a pedir.

Mariana Mortágua acusa Governo de incentivar a imigração indocumentada

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, acusou o Governo minoritário PSD/CDS-PP de incentivar a imigração indocumentada no país com o novo plano para as migrações, criticando a extinção do mecanismo de manifestação de interesse. “Tememos que este plano na verdade aumente o problema, porque se se elimina uma das formas de regularizar imigrantes que nos procuram, o que vai acontecer necessariamente é mais imigração indocumentada”, defendeu Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas na Feira do Livro de Lisboa, à margem de uma ação de campanha para as eleições europeias.

Na opinião da bloquista, o fim do mecanismo de manifestação de interesse, que permite a um imigrante pedir para obter um visto de residência em Portugal, abre “um vazio legal”. “Ao extinguir a manifestação de interesse – que é um mecanismo que também tinha problemas na sua aplicação prática e é preciso também reconhecer esses problemas – ao extinguir a manifestação de interesse o Governo o que está a fazer é eliminar a possibilidade de alguém que chega a Portugal em procura de trabalho e que encontra trabalho de se poder regularizar”, acusou Mariana Mortágua.

Na ótica da bloquista, “o Governo diz ‘só é regular em Portugal quem vier regular de fora’ mas quem já está em Portugal ou chegar a Portugal à procura de trabalho não vai poder regularizar -se”, acrescentando que “essa lei já foi aplicada no passado”. “O que é que acontece? As pessoas chegam indocumentadas a Portugal porque a economia precisa delas (…) e depois não têm forma de se regularizar, e de x em x tempo os processos acumulam-se e obrigam a uma regularização extraordinária. O que está a ser feito pelo Governo com este vazio legal é um incentivo à imigração indocumentada”, insistiu.

PCP critica plano do Governo para migrações e anuncia diploma para reforçar AIMA

O secretário-geral do PCP considerou que o plano para migrações do Governo vai potenciar a imigração ilegal e não responde aos processos de regularização pendentes, e anunciou que o partido vai apresentar um diploma para reforçar a AIMA. Em declarações aos jornalistas na Feira do Livro, Paulo Raimundo considerou que o plano “é igual aos que têm sido apresentados pelo Governo”.

“Sobre os problemas concretos, imediatos, pouco ou nada. E sobre as questões de fundo, é resoluções para depois”, criticou. O líder do PCP referiu que há atualmente 400 mil imigrantes por regularizar que “não vão ver o seu problema resolvido com as 41 medidas que o Governo apresentou hoje para supostamente dar resposta a este problema da imigração”.

Por outro lado, Paulo Raimundo criticou o facto de o executivo procurar também “restringir a imigração legal”, o que considerou que vai “contribuir de forma decisiva para rebentar um problema nas mãos”, referindo-se ao aumento da imigração ilegal, deixando mais pessoas à mercê do “tráfego de ser humano”. Depois, Paulo Raimundo criticou também as medidas previstas para a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), considerando que o plano do Governo só apresenta intenções e responde “muito pouco” às medidas que são urgentes.

O que ainda nos traz maior responsabilidade ao PCP, porque nós vamos apresentar um projeto com medidas concretas”, anunciou, considerando que há atualmente um problema na AIMA relacionada com a falta de recursos humanos. “Portanto, é preciso reforçar com recursos, com meios humanos imediatos. Nós precisamos de dar resposta às 400 mil vidas, que é isso que estamos a falar, de pessoas que estão legalmente no nosso país, e que não conseguem renovar os seus documentos para continuarem cá a trabalhar e a descontar, a contribuir para a produção do país”, disse.

Já interrogado se não concorda com a criação de uma unidade de estrangeiros e fronteiras na PSP, Paulo Raimundo respondeu: “Isso são tudo medidas muito importantes, só que é tudo problema a longo prazo”. “A questão não é essa. A questão é quais são as medidas que se tomam agora, e nós temos tido um Governo que tem tido uma habilidade extraordinária que é, a pretexto dos problemas concretos da vida de todos os dias, é anúncios, intenções e medidas concretas ao serviço dos grupos económicos: foi assim na saúde, habitação, medidas para os jovens e agora imigração”, disse.

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Swiss Re vai abandonar o iptiQ empurrada por perdas superiores a 500 milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 3 Junho 2024

Trata-se de uma companhia de seguros digital que funciona como intermediária entre a resseguradora que produz os produtos e a empresa que os vai vender sobre a sua própria marca.

A segunda maior resseguradora global, Swiss Re, vai abandonar o seu negócio digital iptiQ, a partir do qual produz produtos e permite que outras empresas vendam e publicitem os produtos sob a sua marca própria, avançou a Reuters.

Christian Mumenthaler, CEO da Swiss Re, afirmou que o mercado atual é “muito diferente do que quando o iptiQ foi criado” considerando que a Swiss Re já não é “a melhor proprietária deste negócio”.

Em causa está uma perda de 600 milhões de dólares (cerca de 553 milhões de euros) nos últimos dois anos – com previsões de perdas para 2024 – e pelas alterações no mercado desde a criação da iptiQ em 2014, segundo o CEO da resseguradora, Christian Mumenthaler.

A conclusão partilhada por Christian Mumenthaler de que a Swiss Re não é “a melhor proprietária deste negócio” advém após uma revisão estratégica para a companhia.

Esta poderá incorrer em custos de restruturação nos próximos meses cujo montante “depende da forma como isto se desenrolar”, disse CFO John Dacey. Face aos custos de reestruturação, a companhia garante que o objetivo de lucro para este ano não está em risco.

A Swiss Re ainda está a “considerar as opções” para este negócio. As suas intenções foram reveladas no âmbito dos relatórios dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024. Nesse período gerou um lucro líquido, superior ao esperado, de 1,1 mil milhões de dólares. Ainda que o valor não fosse comparável com anos anteriores devido a alteração das normas contabilísticas, os analistas esperavam um lucro de 961 milhões de dólares.

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Marcelo já promulgou diploma sobre migrações devido a “situação urgentíssima”

  • ECO
  • 3 Junho 2024

Poucas horas depois do Governo apresentar o diploma sobre as migrações, o Presidente da República decidiu pela promulgação devido a "situação urgentíssima".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já promulgou o diploma do Governo sobre “as condições e procedimentos de entrada, permanência, saída e afastamento e cidadãos estrangeiros do território português, bem como o estatuto de residente de longa duração”.

Durante a tarde desta segunda-feira, o Governo tinha decidido avançar com uma “revogação imediata” das manifestações de interesse como condição para os imigrantes poderem aceder a autorização de residência em Portugal. Em nota da presidência, Marcelo indica que o diploma respeita as “situações existentes até ao presente, evita sobrecarregar os processos de regularização em curso com novas manifestações de interesse, admitidas na legislação anterior”.

Nesta sessão, que teve lugar na Nova SBE, o primeiro-ministro já tinha anunciado que iria entregar, ainda esta segunda, o decreto-lei com a revogação da manifestação de interesse ao Palácio de Belém, ainda que a “revisão da lei” possa ser requerido pela Assembleia da República.

Esta é uma das 41 medidas apresentadas pelo executivo de Luís Montenegro para dar resposta ao fluxo migratório e aos mais de 400 mil processos pendentes na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). O plano para as migrações tem um custo de 15 milhões de euros que estarão inscritos no Orçamento do Estado, mas será também financiado por fundos europeus.

 

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Belt promete reembolsar preço dos seguros de viagem se Portugal vencer o Euro 2024

  • ECO Seguros
  • 3 Junho 2024

Caso Portugal se sagre campeão europeu, a Belt reembolsa o valor do seguro de viagem até um máximo de 30 dias após a final do campeonato. Estando incluídos na campanha seguros para qualquer destino.

“Se Portugal vence, tu ganhas!” é o mote da campanha da Belt Seguros inspirada no Campeonato Europeu de Futebol da UEFA que promete aos adeptos devolver o valor dos seguros de viagem comprados entre o dia 31 de maio e 8 de julho se Portugal vencer o campeonato.

 

 

Deste modo, caso Portugal se sagre campeão europeu, a Belt reembolsa o valor do seguro até um máximo de 30 dias após a final do campeonato. Além disso, estão incluídos seguros de viagem para qualquer destino, mesmo que não seja o dos jogos.

Com esta campanha o marketplace multi-seguradora e multi-produto pretende dinamizar a sua oferta de seguros de viagem, um dos cinco ramos de seguros que comercializa, e que já conta com mais de 50 produtos de seis seguradoras especializadas, nomeadamente, a Mawdy, RNA, Europassistance, Ergo, AIG e Arag.

Interessados em participar nesta iniciativa devem comprar um seguro de viagem com a Belt Seguros e confirmar no check-out, “pondo o visto no campo de autorização”, até ao dia anterior às meias-finais.

Os seguros de viagem incluem coberturas de acidentes pessoais, cancelamentos ou atrasos no voo, assistência hospitalar, danos ou perdas de bagagens entre outros, variando a oferta consoante o produto, com os preços a começar nos 5 euros.

Nota que na maioria das ofertas da companhia o seguro cobre a totalidade das despesas médicas ou hospitalização e, dessa maneira, os segurados normalmente não têm que pagar parte da despesa.

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