Astuce denuncia que os doentes com glioblastoma “estão a lutar contra o relógio para receber um tratamento que lhes permita prolongar a sua sobrevivência”

  • Servimedia
  • 27 Fevereiro 2025

De acordo com a Associação de Doentes com Tumores Cerebrais e do Sistema Nervoso (ASTUCE Espanha), o glioblastoma é o tumor cerebral mais agressivo e de pior prognóstico.

A Associação de Doentes com Tumores Cerebrais e do Sistema Nervoso (ASTUCE Espanha) denunciou, esta quarta-feira, a grave desigualdade no acesso aos TTFields (terapia por campos elétricos) entre as diferentes comunidades autónomas para os doentes com glioblastoma, uma situação que obriga os familiares destes doentes a “lutar contra o relógio para obter um tratamento que prolongaria a sua sobrevivência e que lhes seria prescrito se vivessem noutras regiões”.

De acordo com Astuce, o glioblastoma é o tumor cerebral mais agressivo e de pior prognóstico, com um tempo médio de sobrevivência de apenas 14,6 meses com o tratamento padrão, que combina cirurgia, radioterapia e quimioterapia com temozolomida. Apesar deste prognóstico, o padrão de tratamento permaneceu estático em Espanha durante mais de duas décadas.

No entanto, nos últimos anos, os estudos clínicos demonstraram que a utilização de TTFields, um dispositivo que emite campos elétricos para travar a proliferação das células cancerígenas, pode aumentar significativamente a sobrevivência quando combinado com quimioterapia de manutenção. De facto, as diretrizes internacionais (NCCN) e nacionais, incluindo as da Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM) e do Grupo Espanhol de Investigação em Neuro-oncologia (Geino), recomendam a incorporação de TTFields como parte do padrão de tratamento para o glioblastoma recém-diagnosticado.

Como salienta o presidente nacional da Astuce, José Luis Mantas, “enquanto em países como a Alemanha, França, Japão ou Estados Unidos, os TTFields são o padrão de tratamento, em Espanha os pacientes só podem aceder a esta terapia em algumas comunidades autónomas”. “Noutras é negado, obrigando as famílias a pagar o tratamento do seu próprio bolso, se tiverem meios para o fazer, ou mesmo a deslocarem-se para outra região”, acrescenta.

Concretamente, os centros da Catalunha, Madrid, Galiza, Aragão e Castilla la Mancha começaram a incorporar este tratamento nos seus hospitais, mas em regiões como a Andaluzia, o País Basco e Múrcia a terapia ainda não está disponível, deixando os doentes numa situação vulnerável.

“Esta disparidade é inaceitável. Todos os doentes têm o mesmo direito de aceder a tratamentos inovadores que podem prolongar a sua sobrevivência, independentemente do local onde vivem”, afirma Mantas, acrescentando que ‘sabemos de famílias de doentes que lutam pelo tratamento com TTFields em toda a Espanha’.

Casos

Um desses casos é precisamente o de Sónia – nome fictício, pois prefere não dar o seu nome verdadeiro -, em Múrcia, que denuncia uma corrida de obstáculos para que a sua irmã de 67 anos, diagnosticada em outubro com glioblastoma, tenha acesso a este tratamento. Para Sónia, é lamentável sentir que não lhe são dadas todas as informações necessárias por parte dos profissionais de saúde, bem como a sensação de impotência ao deparar-se com inúmeros obstáculos para aceder à terapia. “Estamos felizes agora porque a minha irmã já está a fazer tratamento com TTFields, mas e se ela não tivesse a sua família para tomar todas as medidas necessárias para o conseguir”, lamenta, recordando o grau de dependência em que os doentes com glioblastoma caem rapidamente.

Na Andaluzia, histórias como a de Carlos, 46 anos, de Málaga, ou de Maria, 65 anos, de Córdova, põem em evidência o desespero de muitas famílias. Embora os seus médicos reconheçam os benefícios dos TTFields, “os hospitais da Andaluzia não os podem prescrever porque o tratamento não está incluído na carteira de serviços do Serviço Andaluz de Saúde (SAS)”. “Disseram-nos que, mesmo que assinassem o pedido, o governo andaluz rejeitá-lo-ia por ser demasiado caro”, explica Inma, a mulher de Carlos.

Situações semelhantes ocorrem no País Basco e um exemplo é o da mãe de Ander, que teve de se mudar para Madrid e pagar os tratamentos numa clínica privada. Ander reclamou o custo total do tratamento à Osakidetza, uma vez que se trata de uma terapia que outras comunidades oferecem no seu sistema público de saúde. “Não podemos permitir que o local de residência determine a esperança de vida de um doente com glioblastoma”, afirma.

Um direito protegido por lei

Astuce insiste que a recusa de algumas comunidades em fornecer TTFields poderia constituir uma violação do direito à equidade na saúde, tal como estabelecido pela Lei Geral da Saúde (Lei 14/1986) e pela Lei de Coesão e Qualidade do Sistema Nacional de Saúde (Lei 16/2003). Ambas as leis garantem que todos os cidadãos devem ter igual acesso aos avanços terapêuticos disponíveis no país.

A Associação Astuce solicitou formalmente ao governo regional da Andaluzia que reconsiderasse a sua posição e facilitasse o acesso aos campos de TT através do seu sistema de saúde e planeia fazer o mesmo no País Basco e noutras regiões. Concretamente, numa carta dirigida à Comissão Central de Produtos e Tecnologias Sanitárias do SAS, a Astuce exige que “seja garantida a igualdade de acesso a tratamentos inovadores apoiados pela comunidade médica e científica, como os TTFields, que já estão a ser utilizados noutras regiões de Espanha e em países vizinhos”.

Entretanto, as famílias afetadas continuam a sua luta através de queixas institucionais e de apelos aos meios de comunicação social. “Não estamos a pedir um privilégio, mas um direito. Não podemos permitir que as decisões económicas ditem quem vive e quem não vive”, conclui o porta-voz da Astuce.

Desde a sua criação, a Astuce tem colocado em cima da mesa a necessidade de mais ensaios clínicos e de equidade não só no acesso ao tratamento, mas também na investigação, com o objetivo de os doentes terem acesso a terapias que possam mudar a sua esperança e a sua qualidade de vida. Para a associação é “fundamental dar visibilidade aos tumores cerebrais, ainda considerados uma minoria, e promover a investigação sobre eles, para o que organiza e desenvolve conferências de estudo, análise e atualização”.

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Universidade Nova assegura bolsa de 2,7 milhões de euros para apoiar jornalismo de investigação baseado em ciência

  • + M
  • 27 Fevereiro 2025

O projeto, que conta com 2,7 milhões de euros do programa Europa Criativa, da União Europeia, espera apoiar cerca de 75 projetos de jornalismo de investigação ao longo dos próximos dois anos.

A Universidade Nova de Lisboa, em conjunto com o European Journalism Centre, garantiu uma bolsa no valor de 2,7 milhões de euros do programa Europa Criativa, da União Europeia. O fundo destina-se ao apoio de projetos de jornalismo de investigação baseados em ciência, a nível europeu.

O programa, que se vai desenvolver ao longo dos próximos dois anos em toda a Europa, foi batizado como Journalism and Science Alliance (Aliança Jornalismo-Ciência). Uma das suas principais características passa pelo facto de as equipas concorrentes terem de ser constituídas por, pelo menos, um jornalista e um cientista.

O objetivo é que os cientistas contribuam com o trabalho científico necessário para fundamentar as investigações jornalísticas. Este facto possibilitará a exploração de temas mais complexos, garantindo a fiabilidade da informação reportada“, diz citado em comunicado António Granado, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Nova e líder do projeto.

Já Ana Sanchez, professora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Nova e também membro do projeto, entende que o programa abre uma “oportunidade extraordinária” para a colaboração entre cientistas e jornalistas. “Um jornalismo de investigação enriquecido pela investigação científica reforça também o papel da ciência na sociedade, realçando a importância dos factos e das explicações baseadas em evidências“, refere.

Paulo Nuno Vicente e Pedro Coelho, ambos docentes da Nova FCSH, são os outros elementos da equipa responsável pelo programa. O Journalism and Science Alliance espera apoiar cerca de 75 projetos de jornalismo de investigação ao longo dos próximos dois anos.

Para já, a equipa da Nova e o European Journalism Centre, sedeado nos Países Baixos, vão preparar o regulamento do programa e lançar a primeira chamada para projetos ainda antes do início do verão de 2025.

“A atribuição desta bolsa reforça o papel que a Nova tem tido na promoção do jornalismo de qualidade em Portugal e, a partir de agora, também noutros países europeus. É também o reconhecimento da importância que as instituições de Ensino Superior podem ter no combate à desinformação”, diz João Sàágua, reitor da Universidade Nova de Lisboa.

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Montenegro pede Europa responsável que não se distraia com o acessório

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

"Neste tempo, a unidade e segurança da Europa e a prosperidade económica e social do nosso espaço estão postos à prova", disse o primeiro-ministro português.

O primeiro-ministro português apelou esta quarta-feira a uma Europa responsável que não se distraia com o acessório, quando valores como a unidade, segurança e prosperidade “estão postos à prova”.

Numa publicação na rede social X, Luís Montenegro referiu ter participado na reunião convocada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, para preparar a cimeira extraordinária da próxima semana, numa altura em que a Europa tem de “enfrentar e resolver desafios históricos”.

“Neste tempo, a unidade e segurança da Europa e a prosperidade económica e social do nosso espaço estão postos à prova. Não nos podemos distrair com o acessório quando é essencial a nossa responsabilidade”, afirmou.

A publicação é ilustrada com uma fotografia da reunião que decorreu por videoconferência, com o Presidente francês, Emmanuel Macron, em grande plano, um dia depois de ter regressado dos Estados Unidos da América. O presidente do Conselho Europeu já considerou que foi “muito útil” conhecer as posições dos EUA para preparar as decisões da União Europeia sobre a Ucrânia e segurança.

“Na sequência do trabalho feito em coordenação europeia, hoje o Presidente Emmanuel Macron informou os líderes da UE sobre o encontro com [o Presidente dos EUA] Donald Trump no início da semana, em Washington. Foi muito útil para preparar o Conselho Europeu extraordinário de 6 de março”, escreveu António Costa nas redes sociais.

O presidente do Conselho Europeu acrescentou que os 27 países do bloco comunitário podem começar a preparar as “decisões sobre o apoio à Ucrânia” e o reforço da segurança da UE. Os líderes da UE reuniram-se hoje por videoconferência para conhecer os detalhes do encontro entre o Presidente de França e o homólogo dos EUA, na segunda-feira.

António Costa convocou na terça-feira esta reunião por videoconferência para preparar uma cimeira extraordinária, na próxima semana, com o objetivo de enfrentar a alteração de postura da Casa Branca. O encontrou entre Macron e Trump realizou-se no dia do terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia e foi a principal questão abordada.

Emmanuel Macron foi o primeiro líder da União Europeia a visitar os Estados Unidos da América desde a tomada de posse de Trump, numa altura em que Washington e Moscovo iniciaram negociações preliminares para um cessar-fogo na Ucrânia e um eventual acordo de paz, em reuniões que excluíram a União Europeia e o país invadido.

Depois de responsabilizar a Ucrânia pela invasão da Federação Russa, que começou em 22 de fevereiro de 2022, Donald Trump disse, na segunda-feira, que espera uma visita de Volodymyr Zelensky para fechar um acordo sobre a partilha das receitas sobre os minerais ucranianos.

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Lucro da EDP cai 16% para 801 milhões de euros. Empresa vai recomprar 100 milhões de ações próprias

A EDP informa ainda que vai iniciar um programa de recompra de ações de 100 milhões de euros, e irá aumentar o valor do dividendo para os 20 cêntimos por ação.

A EDP obteve um resultado líquido de 801 milhões de euros, 16% abaixo dos 952 milhões de euros registados no ano passado, informou a empresa através de um comunicado publicado na página da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O forte desempenho da atividade de produção e gestão de energia em mercado e o aumento do contributo da atividade de redes de eletricidade no Brasil mais do que compensaram a redução do contributo da subsidiária EDP Renováveis (EDPR)”, escreve a elétrica, no comunicado divulgado junto dos investidores, depois de, horas antes, a subsidiária de energias limpas do grupo EDP ter apresentado prejuízos de 556 milhões de euros.

Já em termos recorrentes, o resultado líquido subiu 8% para os 1,39 mil milhões de euros. “Em termos consolidados, a EDP superou os objetivos financeiros pré-definidos no seu plano de negócios para 2024 beneficiando da diversificação geográfica e tecnológica e do seu perfil de utility integrada, atingindo um EBITDA recorrente de 5 mil milhões de euros, em linha com o objetivo previamente definido e um resultado líquido recorrente de 1,4 mil milhões de euros, acima do objetivo pré-definido de 1,3 mil milhões de euros”, aponta a empresa.

O EBITDA da elétrica caiu 4% para os 4,8 mil milhões de euros. Os custos operacionais (OPEX) apresentaram uma redução de 2% ou de 46 milhões de euros para os 1,9 mil milhões em 2024, num contexto de expansão de atividade, “refletindo um enfoque nas melhorias de eficiência”, indica a empresa. A dívida líquida em dezembro foi de 15,6 mil milhões de euros, 2% acima do mês homólogo.

EDP sobe o dividendo e recompra 100 milhões em ações

O Conselho de Administração Executivo irá propor à Assembleia Geral de Acionistas um aumento de 3% na distribuição de um dividendo relativo ao exercício de 2024, no valor de 20 cêntimos por ação, que compara com os 19,5 cêntimos previamente definidos como objetivo para este ano, informa a cotada.

Estes números representam um payout ratio de 60%, “ficando no ponto mínimo do intervalo de 60% a 70% definido para o período 2024-2026”, salienta a EDP.

Em paralelo, a elétrica divulgou a informação de que a administração executiva aprovou um programa de recompra de ações próprias no montante de 100 milhões de euros, que deverá vigorar durante um período máximo de três meses, a partir desta quarta-feira.

O Programa de Recompra insere-se num contexto de abrandamento do investimento expectável no período de 2025-2026, e em linha com o compromisso da EDP de otimizar a sua alocação de capital e remuneração dos seus acionistas”, lê-se no comunicado.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h51)

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Administração da ULS do Alentejo Central demite-se por divergências sobre novo hospital

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

O conselho de administração alega divergências em relação à responsabilidade de construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora.

O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC) apresentou esta quarta-feira a sua demissão ao Governo por divergências em relação à responsabilidade de construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a ULSAC, sediada em Évora, disse ter comunicado as demissões dos membros da administração aos ministros da Saúde e de Estado e das Finanças, Ana Paula Martins e Joaquim Miranda Sarmento, respetivamente.

O conselho de administração (CA) desta unidade local de saúde é presidido por Vítor Rui Gomes Fialho, com António Henrique Martins Guerreiro e Maria do Céu da Cruz Canhão como vogais executivos, enquanto Maria Rebocho é a diretora clínica, Nuno Jacinto é o diretor clínico para a Área dos Cuidados de Saúde Primários e José Chora é o enfermeiro diretor.

Contactada pela Lusa, fonte da ULSAC confirmou que todos eles apresentaram a demissão dos respetivos cargos.

No comunicado, o conselho de administração esclareceu que a renúncia aos cargos “foi motivada, entre outras razões, pelo facto de [este órgão] não se rever na instrução contida” no despacho de 17 de fevereiro, da secretária de Estado da Gestão da Saúde relativa à gestão da obra do Novo Hospital Central do Alentejo (NHCA). Para o CA da ULSAC, esta obra, “após mais de 40 meses de execução, está ainda longe do seu termo, quando estava prevista a sua realização em 30 meses e conclusão durante o ano 2024”.

“A sua previsível conclusão em 2026, ou mesmo 2027, carece de um modelo de gestão diferente do definido, caso contrário vai continuar a acumular custos e atrasos”, alertou. O referido despacho do Governo, consultado pela Lusa, no seu ponto número 1, subdelega no CA da ULSAC, com faculdade de subdelegação, as competências para desenvolver “todas as diligências indispensáveis à boa execução dos contratos de empreitada, de fiscalização de empreitada, bem como protocolos em vigor conexos com os projetos de investimento” daquele novo hospital.

Ainda assim, “sem prejuízo das competências da Administração Central dos Sistema de Saúde, I. P., no que respeita ao acompanhamento da sua execução financeira, da sua execução em instalações e equipamentos, e da prestação do apoio técnico necessário à tempestiva conclusão do projeto de investimento em causa”, pode ler-se.

Segundo o despacho, é atribuída ainda à ULSAC a “prática dos atos próprios de dono de obra no contrato de empreitada” do novo hospital central, “assim como a sucessão na posição contratual da Administração Regional de Saúde do Alentejo nos demais contratos que estejam relacionados com a construção do referido projeto”.

E, entre outros pontos que constam do documento, a ULSAC fica ainda encarregue “das diligências necessárias e indispensáveis à construção das infraestruturas públicas e acessibilidades que se mostrem necessárias à subsequente realização de obras de construção de vias de acesso e circulação viária envolvente” ao hospital, tal como “as infraestruturas de saneamento e de fornecimento de águas e energia, com vista a garantir a plena entrada em funcionamento deste edifício”.

Antes, através do Decreto-Lei n.º 54/2024, de 06 de setembro, foi atribuída à Administração Central do Sistema de Saúde, IP, a responsabilidade pela conclusão da construção do novo Hospital do Alentejo, tendo os recursos humanos da Administração Regional de Saúde do Alentejo, IP, afetos à obra integrado aquela entidade, referiu a ULSAC.

A instrução plasmada no Despacho n.º 2152/2025 colide com o estabelecido no Decreto-Lei n.º 54/2024 e inviabiliza que o Conselho de Administração da ULSAC prossiga a sua principal missão: garantir a prestação de cuidados de saúde diferenciados e de qualidade à população do Alentejo”, pode ler-se.

Qualificando de “difícil” a decisão de renúncia aos cargos, o CA da unidade local disse que esta “permitirá ao Ministério da Saúde pôr em prática as políticas e medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que o atual Conselho de Administração constitua um obstáculo à sua concretização”.

(Notícia atualizada às 20h28)

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Benfica anuncia ter chegado a 400 mil sócios

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

O Benfica é, atualmente, o clube com maior número de sócios no mundo, sendo que, há cerca de duas semanas, a imprensa alemã revelou que os 'encarnados' tinham ultrapassado o Bayern Munique.

O Benfica atingiu esta quarta-feira os 400 mil sócios, reforçando o estatuto de clube com mais associados no mundo, informou o emblema lisboeta através de uma nota divulgada no seu site oficial.

O Sport Lisboa e Benfica informa que o cartão de sócio número 400.000 foi emitido hoje, dia 26 de fevereiro, por volta das 18:30. O sócio 400 mil é Cristina Gomes Loureiro, de 20 anos, residente na freguesia de Carrazedo, concelho de Amares, no distrito de Braga”, assinalaram os ‘encarnados’.

No sábado, durante a cerimónia de entrega dos Anéis de Platina e dos Emblemas de Ouro e de Prata, o presidente das ‘águias’, Rui Costa, tinha indicado que o clube tinha, àquela data, 399.038 sócios inscritos, mostrando-se confiante de que a fasquia dos 400 mil seria atingida até sexta-feira, dia em que o Benfica celebra o 121.º aniversário.

“É um feito extraordinário do Sport Lisboa e Benfica, ímpar na nossa história, e é a todos nós, sócios do nosso querido clube, que cabe o mérito desta proeza. Somos o primeiro clube do mundo a conseguir alcançar este feito. Estamos todos de parabéns”, disse, na ocasião.

O Benfica é, atualmente, o clube com maior número de sócios no mundo, sendo que, há cerca de duas semanas, a imprensa alemã revelou que os ‘encarnados’ tinham ultrapassado o Bayern Munique nesse particular. Os bávaros tinham, então, 382 mil sócios.

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Governo aprova 20 milhões de euros para aquisição de 655 viaturas para PSP e GNR

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

A ministra Margarida Blasco avançou que foi aprovada, em Conselho de Ministros, uma despesa para a compra de veículos ligeiros, pesados e motociclos para a GNR e PSP a realizar este ano e em 2026.

O Governo aprovou esta quarta-feira uma autorização de despesa de 20 milhões de euros para aquisição de 655 viaturas para a PSP e GNR durante este ano e 2026, anunciou a ministra da Administração Interna.

“Ainda hoje foi aprovada uma resolução em Conselho de Ministros relativa à aquisição de veículos ligeiros, pesados e motociclos para a GNR e PSP a realizar este ano e em 2026 no total de 20 milhões de euros. São cerca de 655 viaturas”, disse Margarida Blasco na cerimónia de entrega de meios e equipamentos para a Guarda Nacional Republicana que decorreu na Escola da Guarda, em Queluz (Sintra).

Estas viaturas foram anunciadas no fim de novembro pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e vão ser adquiridas no âmbito da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança, sendo uma aquisição adicional ao que estava previsto na lei aprovada pelo anterior governo socialista para o período de 2022-2026.

A ministra entregou à GNR meios e equipamentos para “reforçar a capacidade operacional” do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), fiscalização rodoviária, patrulhamento de bicicleta e a cavalo num investimento de cerca de um milhão de euros. No total, a corporação recebeu oito embarcações semirrígidas, 67 bicicletas convencionais, 17 bicicletas elétricas, 14 instrumentos de pesagem e cinco atrelados de cavalos.

Estes equipamentos foram adquiridos através Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança, que foi alvo de uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) divulgada em janeiro, concluindo que apresenta uma taxa de execução orçamental e financeira reduzida. “Ocorreu uma reduzida taxa de execução orçamental e financeira da lei, nomeadamente em 2021 (cerca de 41%), situação que se agravou progressivamente nos anos seguintes” ao baixar para 15% em 2022 e fixando-se nos 14%, em 2023, segundo o TdC.

Nesse sentido, a ministra salientou, no seu discurso, que o Governo está empenhado “na boa execução” da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança.

“Além de estarmos a otimizar a lei de programação de infraestruturas e equipamentos junto das autarquias, estamos a retomar processos de cooperação interinstitucional para a construção ou reabilitação de instalações” policiais, disse, avançando que durante as próximas semanas vão ser entregues à PSP e GNR mais de 280 viaturas e 220 bicicletas.

Margarida Blasco frisou que a necessidade de investimento nas forças de segurança “é premente”, sendo “visível a degradação das instalações, o parque automóvel desgastado e a falta de meios e equipamentos”. A ministra disse ainda que o Governo está “a reforçar os efetivos das forças de segurança”, tendo esta semana começado um novo curso de guardas da GNR com 650 elementos.

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Saúde mental dos jovens é o foco de estudo da Z Zurich Foundation

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2025

O livro branco avalia o contexto atual da saúde mental, identifica as lacunas existentes e fornece medidas e recomendações para diversas áreas da sociedade - dos decisores políticos ao setor privado.

A Z Zurich Foundation, instituição de caridade do grupo segurador Zurich, lança um livro branco dedicado à saúde mental dos jovens na Europa, anunciou o grupo em comunicado.

Gregory Renand, Diretor da Z Zurich Foundation: “Apelamos a todas as partes interessadas para que considerem e priorizem melhor o bem-estar mental, com especial foco na geração mais jovem – que se sente cada vez mais sem esperança e sobrecarregada –, e na prevenção e promoção”.

Denominado de “Uma visão para o bem-estar mental dos jovens na Europa”, o manuscrito avalia o contexto atual da saúde mental, identifica as lacunas existentes e fornece medidas e recomendações para diversas áreas da sociedade – dos decisores políticos ao setor privado.

Entre as recomendações, o documento lançado pela Z Zurich Foundation sugere a integração da prevenção e da promoção do bem-estar mental nas políticas públicas e na ação dos governos. Sugere ainda o reforço e parcerias entre o setor público, o privado, a sociedade civil e a juventude para promover o bem-estar dos jovens em larga escala, aumentar o impacto coletivo e coordenar ações de forma sustentável.

Além disso, destaca a importância de equilibrar prioridades e do financiamento a programas de prevenção e promoção da saúde mental direcionados para jovens e grupos mais vulneráveis.

“Enfrentamos uma pandemia invisível com a deterioração da saúde mental, que não está a ser gerida adequadamente. Acreditamos firmemente que a prevenção é a melhor forma de proteção das perspetivas humana, económica e social. Apelamos a todas as partes interessadas para que considerem e priorizem melhor o bem-estar mental, com especial foco na geração mais jovem – que se sente cada vez mais sem esperança e sobrecarregada –, e na prevenção e promoção”, afirma Gregory Renand, Diretor da Z Zurich Foundation.

O estudo conta com o contributo do ex-secretário de estado para a Administração e Educação do Governo e Portugal, Pedro Dantas da Cunha.

Não obstante o foco estar na população residente na União Europeia, o livro branco refere ainda programas de bem-estar mental juvenil existentes e eficazes em todo o mundo “que demonstram o potencial de mudanças positivas mensuráveis”.

A fundação menciona o programa que o grupo desenvolve em Portugal desde 2022, que termina no próximo ano, “Por ti: Programa de Promoção de Bem-estar Mental nas Escolas”. O programa tem o objetivo de preparar melhor os jovens portugueses e respetivas comunidades escolares para o futuro, através do desenvolvimento de competências de regulação emocional. Até agora, impactou quase 70 mil alunos entre os 12 e 15 anos, de mais de 300 escolas de 140 município de Portugal continental e ilhas.

Financiado pela Z Zurich Foundation, o “Por ti” é gerido pela Zurich Portugal e implementado pela EPIS – Empresários Pela Inclusão Social em parceria com a Unidade de Psicologia Clínica Cognitivo – Comportamental da Universidade de Coimbra.

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Munich Re diz que incêndios em Los Angeles poderão custar-lhe 1.200 milhões de euros

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

Esta estimativa "permanece incerta nesta fase devido à complexidade do sinistro". Mas "é já evidente que se trata do maior sinistro de incêndio florestal jamais registado pelo setor dos seguros". 

A maior resseguradora do mundo, a Munich Re, afirmou esta quarta-feira que os incêndios que atingiram Los Angeles e arredores em janeiro poderão custar-lhe 1.200 milhões de euros.

Esta estimativa “permanece incerta nesta fase devido à complexidade do sinistro”, declarou o grupo com sede em Munique, cuja atividade consiste em subscrever os riscos financeiros assumidos pelas seguradoras, de acordo com um comunicado.

“É já evidente que se trata do maior sinistro de incêndio florestal jamais registado pelo setor dos seguros”, acrescentou.

A empresa privada de meteorologia AccuWeather estimou as perdas económicas globais entre 250.000 e 275.000 milhões de dólares, dos quais apenas uma parte corresponde a perdas seguradas.

A Munich Re sentirá o impacto desta catástrofe no primeiro trimestre de 2025.

Em 2024, a Munich apresentou um lucro líquido de 5.700 milhões de euros, melhor do que a previsão de 5.000 milhões de euros, mas em linha com as expectativas dos analistas consultados pela FactSet referidas pela Afp.

No quarto trimestre, o lucro líquido registou uma ligeira descida de 3% em termos homólogos, situando-se em 979 milhões de euros, abaixo das expectativas dos analistas.

O grupo com sede em Munique decidiu, no entanto, aumentar o dividendo para 20 euros por ação (em comparação com 15 euros no exercício de 2023) e vai lançar um programa de recompra de ações de 2.000 milhões de euros, elevando o retorno aos acionistas para 4.600 milhões de euros, de acordo com um comunicado de imprensa separado publicado na terça-feira à noite.

No ano passado, os grandes sinistros custaram 3.890 milhões de euros, dos quais 2.640 milhões de euros relacionados com catástrofes naturais, sendo o mais dispendioso o furacão Helene, que atingiu o sudeste dos Estados Unidos (0,5 mil milhões de euros).

No quarto trimestre, o furacão Milton gerou perdas de 400 milhões de euros.

Apesar do impacto esperado dos incêndios de Los Angeles, a Munich Re continua a prever um aumento do lucro líquido para 6.000 milhões de euros em 2025, tal como anunciado em dezembro.

As vendas deverão atingir 64.000 milhões de euros, com base em previsões favoráveis para as futuras renovações.

Em 1 de janeiro, a resseguradora registou uma ligeira queda de 2,4%, para 15.600 milhões de euros, na primeira vaga de renovações de contratos, ao abandonar alguns contratos que não eram suficientemente rentáveis, mantendo praticamente estável o nível das taxas.

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Presidente da Bondalti aplaude simplificação na sustentabilidade. “Tudo o que seja menos pressão burocrática é muito positivo”

João de Mello, presidente da Bondalti, aplaude a vontade da Comissão Europeia em construir uma indústria química competitiva na Europa.

O presidente da Bondalti aplaude as medidas de simplificação das exigências de sustentabilidade apresentadas esta quinta-feira pela Comissão Europeia. “Tudo o que que seja ter menos pressão burocrática nas empresas é muito positivo”, afirmou João de Mello em declarações ao ECO. “São medidas bastante positivas que darão um alento à indústria, sem dúvida”.

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, as medidas para simplificar as normas europeias de sustentabilidade. O número de empresas abrangidas pela Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa vai encolher em 80%, no âmbito do pacote de simplificação lançado esta quarta-feira pela Comissão Europeia, o Omnibus. A aplicação das exigências também é adiada em dois anos.

Foi também conhecido o Pacto da Indústria Limpa, que avança com 100 mil milhões de euros para financiar a transição verde e cria um Banco para a Descarbonização Industrial com a mesma quantia, a amealhar no espaço de 10 anos.

A indústria química está a viver um momento complicado, derivado da regulamentação excessiva e também da energia elétrica cara ou nada competitiva. E também aí a presidente da Comissão Europeia foi muito vocal, dizendo que iriam trabalhar para que houvesse uma indústria química competitiva na Europa, para alavancar investimentos e fazer com que as empresas possam competir à escala global”, destacou João de Mello sobre o discurso de Ursula von der Leyen.

O presidente da Bondalti, empresa química que em 2023 teve receitas superiores a 500 milhões de euros, elogiou a referência da presidente do Executivo de Bruxelas à necessidade “de aumentar, de vez, as interligações entre países, para que a energia seja efetivamente algo europeu e transnacional”, e à manutenção da energia nuclear.

Sobre o Pacto para a Indústria Limpa, que visa reduzir em 30% as emissões da indústria, João de Mello salientou que a indústria química é essencial para que se atinjam as metas de descarbonização definidas. “Todos temos noção que as camadas jovens não nos perdoariam se não avançássemos nessa direção”, afirmou.

O presidente da Bondalti salientou “a afirmação muito clara da parte da presidente da Comissão Europeia de que a indústria tem que ser competitiva, que a indústria química europeia é para existir, nomeadamente a indústria eletrointensiva, e que tudo fará para que as empresas voltem a investir e que o setor seja gerador de emprego qualificado, com a utilização de energias limpas e tecnologias avançadas”.

Isto tudo é muito positivo. Há que pôr em prática agora“, apelou. João de Mello elogiou também o compromisso de Ursula von der Leyen de, dentro de um ano, realizar uma cimeira em Antuérpia para fazer o balanço do que foi feito. “Isso a mim também me dá um alento que as coisas vão avançar e vão ser postas em prática”, disse.

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Cartel da banca? “Desfecho adequado, mas não pelo caminho certo”, diz Miguel Maya

Miguel Maya defendeu que a absolvição dos bancos no caso do cartel foi o "desfecho adequado", mas considerou que a prescrição "não foi o melhor caminho".

O CEO do BCP considera que o caso conhecido como cartel da banca teve “um desfecho adequado”, mas tem dúvidas sobre se a prescrição das infrações foi o “caminho certo” para salvar os bancos de coimas de mais de 200 milhões de euros. Miguel Maya ressalvou ainda assim que o banco aprendeu as lições.

Parece-me o desfecho adequado, não sei se pelo caminho certo, mas asseguro que no BCP nada do que se passou é indiferente”, referiu o gestor na apresentação dos resultados de 2024.

“O que tínhamos a aprender, aprendemos. Hoje estamos mais robustos do que estávamos nesta matéria”, acrescentou, explicando que ele próprio, o conselho de administração e trabalhadores em várias áreas tiveram formação “obrigatória” sobre a concorrência. “Há dez anos, muitas poucas pessoas sabiam o que eram restrições à concorrência”, disse.

O Tribunal da Relação de Lisboa considerou que os factos do caso prescreveram e absolveram os bancos de uma coima milionária, mas a Autoridade da Concorrência já avançou com recurso para o Tribunal Constitucional.

“Muito contente” com revisão das contribuições para o FdR

Esta quarta-feira, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, admitiu que se poderia rever o modelo de contribuições dos bancos para o Fundo de Resolução, um tema em relação ao qual o BCP tem sido muito crítico.

“Fico muito contente e com a expectativa que haja coragem – creio que do poder político – de alterar a situação que não é a correta”, afirmou Miguel Maya aos jornalistas.

Para o líder do BCP, o modelo mais justo passa por alargar a taxa para o Fundo de Resolução “a todas as entidades que prestam serviços financeiros aos contribuintes” e não apenas aos bancos que têm sede em Portugal”.

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AICEP invoca falta de licenças para suspender estatuto de projeto PIN na Figueira da Foz

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

A Aicep e a CCDR indicam que a suspensão do projeto PIN se deve à falta de licenças da unidade de biocombustíveis da BioAdvance na Figueira da Foz.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) invocou esta quarta-feira a falta de licenças da unidade de biocombustíveis da BioAdvance na Figueira da Foz para suspender o estatuto de projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN).

Em resposta enviada à agência Lusa, aquele organismo referiu que a empresa instalada no terminal do porto da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, se encontra em laboração sem “a obtenção de todas as licenças necessárias, nomeadamente o Título de Exploração e a Licença Ambiental”.

“Informamos que a Comissão Permanente de Apoio ao Investidor (CPAI) deliberou por unanimidade, no dia 20 de janeiro, manifestar a intenção de suspender imediatamente o acompanhamento PIN a este projeto, na sequência de ter sido comunicado o resultado da Ação de Fiscalização de dia 13 de janeiro de 2025, realizada pela Unidade de Fiscalização da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)”.

A deliberação da CPAI, que integra a AICEP, “foi comunicada ao promotor, no dia 6 de fevereiro, tendo este apresentado pronúncia contrária em sede de audiência dos interessados, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 121.º do Código de Procedimento Administrativo, a qual uma vez concluída a necessária apreciação, será submetida à deliberação final”.

Nos esclarecimentos prestados, a AICEP sublinhou que o regime PIN não dá acesso a apoios financeiros, nem a qualquer preferência na sua concessão. Dados consultados pela agência Lusa mostram que a empresa já recebeu cerca de quatro milhões de euros de fundos comunitários.

A CCDRC também confirmou esta quarta-feira a suspensão do estatuto de projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) da unidade biocombustíveis da BioAdvance por falta de Título Digital de Instalação, “que habilitaria a execução do projeto do estabelecimento industrial do tipo 1”.

“Não possuindo aquele título, não poderia ter executado o projeto e, consequentemente, não pode exercer qualquer atividade no local”, adiantou num esclarecimento prestado à agência Lusa.

A CCDRC confirmou que foi realizada uma ação de fiscalização no dia 13 de janeiro, tendo sido lavrado auto de notícia que foi encaminhado para a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), entidade competente para a instrução do processo de contraordenação.

Naquela ação, a CCRDC concluiu que a empresa “só poderá laborar quando estiver na posse de todas as licenças previstas na lei, situação que não se verifica”.

“Foi ainda solicitada a fiscalização à Autoridade de Segurança e Atividades Económicas (ASAE), entidade com competências de fiscalização no âmbito do Sistema da Indústria Responsável”, adiantou aquele organismo da administração do Estado.

Na segunda-feira, em declarações à agência Lusa, o proprietário da BioAdvance referiu que a empresa recebeu a comunicação da CPAI de suspensão do acompanhamento da candidatura no dia 06 de fevereiro, com 10 dias úteis para se pronunciar, e que respondeu dentro do prazo. “Já enviámos informação de que o processo está submetido a licenciamento junto das entidades responsáveis, o que não tinha acontecido, pelo que o processo não foi suspenso”, disse Paulo Gaspar.

A empresa BioAdvance, sediada no concelho de Pombal (distrito de Leiria), onde possui uma unidade mais pequena, instalou-se junto ao terminal de granéis líquidos do porto da Figueira da Foz, depois de uma candidatura aprovada ao “Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial – Verde” e do projeto ter sido reconhecido com o estatuto de PIN.

A sua instalação resultou de um contrato de concessão assinado em agosto de 2022 com a administração do porto, que emitiu em dezembro do mesmo ano o alvará de licença. A BioAdvance, que investiu aproximadamente 27 milhões de euros na unidade, pretende produzir anualmente 20 mil toneladas de biodiesel a partir de óleos alimentares usados, bem como quatro mil toneladas de glicerina.

 

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