Migrações: UE deve ser solidária para com Itália, diz Borrell

  • Lusa
  • 23 Setembro 2023

"É preciso ter “controlos fronteiriços que vão além das medidas de segurança”, defende o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

A União Europeia (UE) deve mostrar solidariedade para com a Itália na gestão do aumento da chegada de migrantes e refugiados à sua costa sul, defendeu hoje o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

“Temos de mostrar toda a nossa solidariedade para com a Itália num momento difícil”, afirmou Borrell, em entrevista à France 24 e à Radio France International, garantindo que a União Europeia apoiará o país.

Segundo o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, é preciso ter “controlos fronteiriços que vão além das medidas de segurança”.

Além disso, acrescentou, é fundamental ter acordos com países de origem [de migrantes] e de trânsito que permitam receber regularmente a migração que necessitam e também “garantir a deportação de migrantes ilegais” que “arriscam a sua vida para nada”.

​Na sexta-feira, Josep Borrell avisou para a ameaça de o problema dos migrantes dissolver a UE devido às profundas diferenças culturais entre os países europeus e à sua incapacidade de criar uma política comum.

A migração poderá ser “uma força dissolvente para a União Europeia”, afirmou, referindo ser altura de o bloco dos 27 trabalhar para a criação de uma nova ordem mundial na qual os países do sul global tenham maior respeito e poder.

Entre segunda e quarta-feira da semana passada, cerca de 10.000 pessoas, mais do que toda a população de Lampedusa, chegaram à ilha italiana em 199 barcos, segundo a agência de migração das Nações Unidas.

Estes migrantes provêm sobretudo de África, e nomeadamente da Tunísia, um país em dificuldades económicas, cujo Presidente, Kais Saied, fez um discurso incendiário em fevereiro sobre a imigração ilegal.

No seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, a primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, pediu aos Estados presentes para lançarem “uma guerra sem piedade” contra os traficantes de migrantes, assegurando que o seu país está pronto para pôr em marcha esforços contra os “comerciantes de escravos do terceiro milénio”.

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Associação de inquilinos do norte pede medidas “urgentes” para evitar famílias na rua

  • Lusa
  • 23 Setembro 2023

A Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal (AICNP) diz ter aumentado os pedidos de ajuda de associados, com pessoas já em incumprimento com os senhorios.

A Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal (AICNP) quer que o Governo tome medidas urgentes para ajudar as famílias que “estão em risco de acabar na rua por não poderem pagar casa”, disse hoje uma representante.

“É necessário, para além do [programa do Governo] Mais Habitação, tomar medidas ainda que sejam temporárias para evitar que algumas pessoas acabem mesmo na rua. É urgente fazer alguma coisa”, disse a advogada Alexandra Cachucho que na sexta-feira acompanhou os responsáveis da AICNP na reunião, em Lisboa, com a ministra da Habitação, Marina Gonçalves.

Em declarações à agência Lusa, a advogada de uma associação, que tem registadas cerca de 60.000 pessoas, falou das “duas grandes preocupações” da AICNP.

“Por um lado, as dificuldades que os agregados familiares hoje em dia vivem para fazer face às suas despesas e qualquer aumento de renda agravará essas dificuldades e, por outro lado, a efetiva premente falta de habitação que se vive neste momento e que se antecipa que se agravará nos próximos meses”, descreveu.

Segundo Alexandra Cachucho, estas preocupações foram registadas e são partilhadas pela tutela que “prometeu voltar a reunir num curto prazo”.

“A associação assiste a um aumento de procura de pedidos de ajuda, aumento do número de associados, aumento do número de consultas semanais que disponibiliza para ajudar os associados. No âmbito dessas consultas, conseguimos percecionar que há várias pessoas que estão mesmo em situação de incumprimento em relação aos senhorios e têm de fazer a entrega dos imóveis, mas na prática veem-se impedidos de fazer a entrega porque não há resposta no mercado habitacional privado, nem na habitação pública”, referiu.

Sobre este aumento de pedidos de ajuda, Alexandra Cachucho apontou que os têm registado há alguns anos, mas neste ano “muito mais consideravelmente”.

“Isto é simples, mas muito difícil: há aumento da procura e necessidade, mas sem aumento do rendimento dos agregados familiares. Há uma grande desproporção entre a oferta e a procura”, resumiu.

A AICNP participou numa reunião na sexta-feira no Ministério da Habitação, sessão na qual também esteve a Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL).

Na sexta-feira, no final da reunião, em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da AIL, António Machado, referiu que a principal preocupação que foi transmitida à ministra da Habitação foi a “insustentabilidade” para os inquilinos de se “aumentarem ainda mais” o valor das rendas.

Parlamento aprova pacote habitação

O parlamento voltou na sexta-feira a aprovar, sem alterações, o programa Mais Habitação, apenas com o voto favorável do PS, numa reapreciação após o veto do Presidente da República.

O diploma aprovado na votação final global de julho, agora confirmado, teve algumas alterações em relação à primeira versão proposta pelo Governo, que não impediram a contestação da oposição e de associações empresariais e da sociedade civil ligadas à habitação.

As medidas mais polémicas e contestadas passam pela suspensão do registo de novos alojamentos locais fora dos territórios de baixa densidade e por uma contribuição extraordinária sobre este negócio, pelo arrendamento forçado de casas devolutas há mais de dois anos e pela imposição de um limite no valor dos novos contratos de arrendamento para casas que já estão no mercado.

O pacote prevê igualmente uma isenção da tributação de mais-valias aos proprietários que vendam casas ao Estado, o fim de novos vistos gold, o aumento da dedução por dependente no âmbito do IMI Familiar, alterações à taxa autónoma dos rendimentos prediais e isenções de impostos para proprietários que retirem as casas do alojamento local até ao fim de 2024.

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Direção Executiva do SNS foi criada há um ano. O que mudou desde então?

Diploma que estabelece orgânica da Direção Executiva do SNS foi publicado há um ano, mas organismo liderado por Fernando Araújo continua sem estatutos aprovados. ULS são a maior aposta, mas há riscos.

Apesar de ter sido criada há um ano, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), liderada por Fernando Araújo, ainda não tem clarificadas as competências, dado que os estatutos ainda não viram a “luz” do dia. Ouvidos pelo ECO, o economista Pedro Pita Barros, o antigo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes e o bastonário da Ordem dos Médicos alertam que a generalização das Unidades Locais de Saúde (ULS), com modelo de financiamento por capitação ajustada, pode acarretar riscos. É que se estas estruturas gastarem mais do que o orçamento que lhes foi atribuído podem “criar dívida e pagamentos em atraso”, bem como “monstros administrativos e económico-financeiros”.

Tanto o ex-ministro da Saúde como o bastonário Carlos Cortes viram com bons olhos a criação da Direção Executiva do SNS. Consideram que esta entidade trouxe “uma enorme esperança e expectativa” de mudança, prometendo trazer uma “visão global” do sistema de saúde público ao “conectar as instituições”. No entanto, um ano depois, o bastonário da Ordem dos Médicos considera que ficou aquém das expectativas.

Todos os problemas que existiam há um ano mantêm-se e amplificaram-se”, diagnostica Carlos Cortes, dando como exemplo os problemas com as maternidades, onde “há obstetras a apresentarem a demissão”. As urgências “estão cada vez piores” e continua o cenário de utentes sem médico de família e as listas de espera para cirurgia e consultas.

Por sua vez, Campos Fernandes ressalva que um ano “não é nada” quando estão em causa transformações no sistema de saúde. Porém, apesar da “vontade, motivação e determinação” de Fernando Araújo em executar a reforma, o facto de a Direção Executiva não ter os estatutos aprovados “não é algo de menos importância”. “Por outro lado, talvez falte aquele gatilho que despoleta um envolvimento e uma mobilização dos diferentes stakeholders, das diferentes partes envolvidas neste processo. Talvez isso seja a parte que esteja menos evidente e que seria bom trabalhar”, acrescenta o socialista.

Já Pedro Pita Barros, especialista em Economia da Saúde e professor na Nova SBE, realça que a “maior aposta” da Direção Executiva foi o “esforço de generalização das ULS”, bem como a redefinição do sistema de urgências, que “apesar do esforço feito não terá conseguido todos os resultados esperados”. A partir de janeiro do próximo ano, os hospitais e centros de saúde vão passar a ser integrados em ULS. Além da organização, muda também a forma de financiamento: estas serão financiadas consoante o número de utentes que servem e o peso das doenças que tratam.

Neste âmbito, Pedro Pita Barros, Adalberto Campos Fernandes e Carlos Cortes relembram que já existem oito unidades no país neste modelo em que hospitais e centros de saúde são geridos por uma única administração. Não sendo novidade, mostram-se divididos quanto às vantagens destas estruturas. Se, por um lado, o antigo ministro vê benefícios nesta forma de gestão, por outro, o bastonário considera que as ULS existentes “não deram provas de que realmente foram capazes de melhorar os cuidados de saúde”. E lamenta que a Ordem não tenha sido ouvida neste processo, considerando também necessário “olhar às especificidades de cada um dos locais”.

Algumas ULS terão “orçamentos superiores a mil milhões”

Por outro lado, todos concordam que há riscos. “Há sempre um risco quando fazemos estas transformações em muito curto espaço de tempo”, sublinha Campos Fernandes, notando que, quando estava no Governo, o plano era fazer estas transformações “mais devagar”. Por outro lado, o socialista considera um “erro” implementar as ULS nos “grandes hospitais universitários”. Não só “pela natureza desses hospitais de ensino, investigação e referenciação”, mas também porque serão criados “monstros administrativos e económico-financeiros de elevadíssimo risco. Alguns deles terão orçamentos no final da integração superiores a mil milhões de euros“, avisa, em declarações ao ECO, considerando-a a “experiência mais ousada”.

Ao mesmo tempo, Pedro Pita Barros realça que a generalização das ULS será “exigente em termos de acompanhamento e ajustamento”, sublinhando que o financiamento por capitação é uma forma de “criar maior interesse das ULS em procurar assegurar uma melhor saúde da população”, dado que “uma população mais saudável terá menor uso de recursos, o que permitirá com a mesma transferência desenvolver mais atividades pela ULS”.

No entanto, alerta para “dois elementos” que terão de ser acompanhados. “O primeiro é o que sucede se a ULS gastar mais do que o orçamento atribuído pela regra de capitação e criar dívida e pagamentos em atraso: se receber todas as verbas que gastar a mais, o efeito descrito acima para o pagamento por capitação desaparece”, aponta Pita Barros.

“O segundo é que cada ULS passa a ter interesse em ‘exportar’ doentes mais complicados para outras ULS, para outros hospitais, o que vai obrigar a definir claramente ‘preços’ para essas transferências, e fazer com que as ULS de origem suportem esse custo”, completa. Definir esses preços internos ao SNS exige uma “capacidade técnica e de informação que tem de ser construída”. Outro risco diz respeito ao facto de “o funcionamento da ULS ser dominado pelas necessidades hospitalares e com isso perturbar negativamente o funcionamento dos cuidados de saúde primários”.

Além disso, o economista especialista em Saúde defende que, antes de proceder à generalização das ULS, a Direção Executiva devia dar “maior atenção à questão dos pagamentos em atraso”, bem como “à melhoria da capacidade da gestão hospitalar”.

Direção Executiva continua sem estatutos

Quanto à falta de estatutos da Direção Executiva do SNS, todos concordam que esta circunstância pode dificultar o trabalho executado por este organismo, mas sublinham que as consequências só não são piores dado “bom entendimento” entre Fernando Araújo e Manuel Pizarro. “Sem se ter a definição oficial das funções e poderes executivos da Direção Executiva do SNS, é difícil perceber se o atual modo de funcionamento resultará bem com quaisquer outros dois atores nestes papéis de CEO e de ministro da Saúde”, afirma Pita Barros.

“O facto de serem amigos e serem companheiros de percurso é talvez o melhor antídoto para evitar que uma estrutura sem estatutos não entre em colisão com as competências administrativas e políticas do ministro”, sinaliza Campos Fernandes. Por sua vez, Carlos Cortes considera que há “uma enorme negligência e incompetência” por parte do Governo, dado que passado um ano a direção executiva ainda não tem “um enquadramento legal para poder funcionar”.

Os estatutos servem, na prática, para regular o funcionamento interno do organismo e definir com clareza as competências da Direção Executiva. Em maio, o Ministério da Saúde, garantia ao ECO que estava a “trabalhar ativamente” na conclusão dos estatutos (que dependem de uma portaria conjunta dos Ministérios da Saúde, Finanças e Presidência) e justificava o atraso com o facto de ser “um processo complexo” que envolve várias entidades. A tutela chegou a prometer aprovar os estatutos até ao final do primeiro semestre, contudo, estes ainda não viram a “luz do dia”. O ECO questionou o Ministério da Saúde sobre esta situação, mas até à publicação do artigo não obteve resposta. A Direção Executiva do SNS entrou em plenitude de funções a 1 de janeiro, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2023.

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MBO e Ronaldo ganham negócio da Cofina. Decisão final passa para assembleia geral

A administração da Cofina SGPS recomenda a venda da Cofina Media aos quadros da empresa em consórcio com Ronaldo e alguns acionistas, por 56,8 milhões. A decisão final será tomada em assembleia geral.

O conselho de administração da Cofina SGPS decidiu recomendar a venda da sociedade Cofina Media aos quadros da empresa que integram o Management Buy Out (MB), em consórcio com Cristiano Ronaldo e alguns dos atuais acionistas, por um valor de 56,8 milhões de euros (equity value).

Já depois da notícia em primeira mão do ECO, a Cofina SGPS comunicou oficialmente ao mercado que as duas propostas em cima da mesa, a do MBO e a da Media Capital, “vão ao encontro do interesse social da Cofina SGPS, designadamente numa perspetiva de valor acrescentado para a mesma e para os seus acionistas”. E esclarece que, apesar dos méritos da oferta da Media Capital, “a Best and Final Offer (BAFO) do MBO é mais vantajosa para a Cofina SGPS, pelo que esta última deverá ser selecionada e aceite”. “O contrato de compra e venda das Ações da Cofina Media, conforme minuta incluída na BAFO do MBO, cuja concretização estará sujeita à aprovação da Assembleia Geral de acionistas da Sociedade”, lê-se no comunicado.

Há exatamente uma semana, o consórcio do MBO e a Media Capital entregaram as propostas finais de aquisição de 100% do capital da Cofina Media, a empresa que controla o Correio da Manhã e a CMTV, com ofertas separadas por apenas 800 mil euros. A Media Capital ofereceu 56 milhões de euros e o MBO uma proposta ligeiramente superior, de 56,8 milhões, ambos os valore de capital (equity value), e aguardava-se uma decisão do conselho de administração. A decisão não é ainda definitiva, mas uma recomendação a ser validada em assembleia geral de acionistas.

Quais eram as duas propostas em cima da mesa?

  • A Best and Final Offer (BAFO) apresentada pelo MBO tem por referência um Equity Value [capital] da Cofina Media de EUR 56.793.428,97 (cinquenta e seis milhões e setecentos e noventa e três mil e quatrocentos e vinte e oito euros e noventa e sete cêntimos);
  • A BAFO apresentada pela Media Capital tem por referência um Equity Value da Cofina Media de (i) EUR 54.454.922,00 (cinquenta e quatro milhões e quatrocentos e cinquenta e quatro mil e novecentos e vinte e dois euros); ou (ii) o equivalente ao preço de qualquer proposta concorrente recebida pela Cofina, até às 16:30 horas do dia 15 de setembro de 2023, acrescido de 5% (cinco por cento), até ao limite de EUR 56.000.000,00 (cinquenta e seis milhões de euros);

E quem está por detrás do MBO? Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira são três dos 11 investidores que participam na operação de management buy out (MBO) à Cofina. No total, os também atuais acionistas da Cofina SGPS detém cerca de 41% do grupo, agora alvo da operação. Por detrás do potencial MBO à Cofina está a “sociedade veículo Expressão Livre, SGPS, que será detida direta ou indiretamente” por 11 investidores, segundo um comunicado da empresa, que detém o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios, ao mercado para esclarecer pormenores da proposta. Para além dos três empresários, o grupo é constituído por Luís Santana, Ana Dias, Octávio Ribeiro, Isabel Rodrigues, Carlos Rodrigues, Luís Ferreira, Carlos Cruz e Cristiano Ronaldo, indica a nota enviada, no dia 17 de julho, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Pedro Miguel Matos Borges de Oliveira (10,02%), Domingos José Vieira de Matos (12,09%), Paulo Jorge dos Santos Fernandes (13,88%), João Manuel Matos Borges de Oliveira (15,01%) e Ana Rebelo Carvalho Menéres de Mendonça (19,98%) constituem o núcleo acionista da Cofina SGPS e, em conjunto, detém 70,98% do grupo dono da Cofina Media. Mais de um terço da Cofina SGPS é detida pelos investidores que participam no MBO, por isso estão inibidos de votar na assembleia geral que vai tomar a decisão final de venda. Ainda assim, com a informação disponível, não é previsível que a assembleia geral venha a tomar uma decisão diferente daquela que foi a recomendação do conselho de administração.

(Notícia atualizada as 07h00 com informação oficial de comunicado da Cofina SGPS)

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Papa critica “fanatismo e indiferença” com drama de migrantes

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

"Este lindo mar tornou-se um enorme cemitério, onde muitos irmãos são privados do seu direito a uma sepultura", disse o chefe da Igreja Católica.

O Papa Francisco criticou esta sexta-feira o “fanatismo e a indiferença” perante os migrantes que procuram uma vida melhor na Europa e agradeceu às organizações que os acolhem após as travessias do Mediterrâneo. Durante uma visita ao porto francês de Marselha, Francisco presidiu a um momento de oração silenciosa num memorial dedicado aos marinheiros e migrantes que morreram no mar, rodeado do clero local e por representantes de organizações de resgaste de refugiados.

Na viagem de avião para Marselha, onde ficará este fim de semana, o Papa já tinha lamentado a “crueldade e a falta de humanidade” com que a Europa está a tratar o drama dos migrantes que chegam à ilha italiana de Lampedusa. sta sexta, Francisco criticou o “fanatismo e a indiferença” com que os migrantes são tratados e lamentou as mortes de quem procura fugir da pobreza, dos conflitos e da miséria.

“Este lindo mar tornou-se um enorme cemitério, onde muitos irmãos são privados do seu direito a uma sepultura”, disse o chefe da Igreja Católica. Francisco agradeceu às organizações de resgate pelo esforço que têm feito na tentativa de salvar vidas de migrantes e criticou aqueles que procuram evitar estas missões, com argumentos que disse serem “gestos de ódio, disfarçados de atos de equilíbrio”.

O Papa disse que é um “dever da humanidade” ajudar quem atravessa o mar para a Europa e apelou a uma nova atitude perante este flagelo. Não podemos resignar-nos a ver seres humanos tratados como mercadorias de troca, presos e torturados de forma atroz”, disse o Papa, acrescentando que “quando os rejeitamos” são novamente torturados, recordando na sua mensagem, embora sem os citar, os campos de refugiados na Líbia.

“As pessoas que, quando abandonadas nas ondas, correm o risco de se afogar, devem ser ajudadas. É um dever da humanidade, é um dever da civilização”, disse Francisco, depois de o Governo italiano de Giorgia Meloni ter anunciado mais medidas restritivas na receção aos migrantes.

Em Marselha, Francisco pediu para as pessoas não se habituarem a “considerar os naufrágios como notícias e os mortos como números”, dizendo que essas vítimas “são nomes e apelidos, são rostos e histórias, são vidas despedaçadas e sonhos despedaçados”.

Penso nos numerosos irmãos e irmãs afogados no medo, junto com as esperanças que carregavam nos seus corações. Diante de tal drama, as palavras não servem. São precisas ações. Mas primeiro é necessária a humanidade: silêncio, lágrimas, compaixão e oração”, acrescentou o Papa.

O Papa chegou a Marselha para participar na terceira edição dos Encontros Mediterrânicos, uma iniciativa em que 60 bispos e jovens de vários países debatem vários temas relacionados com a região.

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Itália exige 5.000 euros a migrantes rejeitados para evitar detenção

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

O valor destina-se cobrir as despesas de alojamento e subsistência de uma pessoa durante um mês, bem como os custos da sua deportação em caso de rejeição definitiva do pedido de asilo.

Os migrantes cujos pedidos de asilo sejam rejeitados em Itália terão de pagar uma caução de 5.000 euros ou serão enviados para centros de detenção enquanto os seus recursos são analisados, prevê um decreto publicado esta sexta-feira no jornal oficial.

O diploma impõe o pagamento de uma garantia financeira de precisamente 4.938 euros – a que o diário La Repubblica chamou “resgate” – destinada a cobrir as despesas de alojamento e subsistência de uma pessoa durante um mês, bem como os custos da sua deportação em caso de rejeição definitiva do pedido de asilo.

O depósito será exigido às pessoas que tenham tentado escapar aos controlos fronteiriços, bem como às procedentes de países considerados “seguros” que, em princípio, não são elegíveis para asilo. Se o requerente “desaparecer indevidamente”, a caução por ele paga será debitada, especifica o texto. A medida foi duramente criticada pela esquerda, na oposição no país.

“Uma garantia bancária a pagar pelos migrantes, se não se afogarem no Mediterrâneo”, comentou na rede social X (antigo Twitter) o presidente da câmara de Bérgamo (norte), Giorgi Gori (Partido Democrata, esquerda), recordando que a Itália da emigração assistiu à partida de “24 milhões de migrantes para o mundo inteiro”.

O Governo “está a encher os cofres [do Estado] à custa do desespero das pessoas”, lamentou o deputado Emiliano Fossi, do mesmo partido. Por sua vez, Riccardo Magi, secretário nacional do partido centrista +Europa, classificou a medida como “tráfico institucional de seres humanos”.

Este decreto surge apenas alguns dias após o anúncio pelo Governo de extrema-direita liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni da intenção de aumentar para 18 meses o período máximo de detenção dos requerentes de asilo rejeitados, em vez dos atuais 40 dias renováveis (até um máximo de 138 dias).

O executivo pretende assim desencorajar as partidas do norte de África e evitar que as autoridades italianas se vejam legalmente obrigadas a libertar estrangeiros alvo de uma decisão de expulsão se o processo de deportação não tiver sido concluído dentro do prazo estabelecido. Desde 11 de setembro, Itália registou mais de 15.000 chegadas de migrantes do norte de África às suas costas, a maioria dos quais desembarcou na ilha de Lampedusa, cujas estruturas de acolhimento ficaram sobrelotadas.

Desde o início deste ano, o número de migrantes atingiu quase 130.000, em comparação com 68.200 em 2022 no mesmo período, de acordo com o Ministério do Interior. Quase todos os migrantes que chegaram a Lampedusa nos últimos dias foram transferidos para a Sicília ou para o continente e hoje restava apenas cerca de uma centena no centro de acolhimento da ilha, que tem capacidade para 400 pessoas.

Prevê-se que vento e agitação marítima impeçam ou atrasem significativamente as partidas da Tunísia e da Líbia durante o fim de semana.

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Câmara de Oeiras quer ser acionista da Carris

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

"Há todas as razões para o município de Oeiras ser acionista da Carris, porque temos os ónus, mas não temos os benefícios", afirma o autarca Isaltino Morais.

O presidente da Câmara de Oeiras pediu esta sexta-feira para ser acionista da Carris, empresa municipal de transporte público de Lisboa, por considerar que tem os ónus, inclusive o estaleiro dos autocarros em Miraflores, mas não tem os benefícios.

“A Câmara de Oeiras gostaria de ser acionista da Carris. Aliás, há todas as razões para o município de Oeiras ser acionista da Carris, porque temos os ónus, mas não temos os benefícios, isto é: temos o estaleiro dos autocarros em Miraflores, mas não temos os elétricos em Miraflores, não temos autocarros que podíamos ter naquela zona”, declarou o independente Isaltino Morais.

Numa cerimónia de inauguração dos novos elétricos articulados da Carris, na Estação de Santo Amaro, na freguesia lisboeta de Alcântara, o autarca de Oeiras desafiou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), a alargar a influência da Carris, no sentido de reforçar a cooperação entre os dois municípios.

O presidente da Câmara de Oeiras destacou a aposta no LIOS – Linha Intermodal Sustentável, projeto de metro ligeiro de superfície que interligará Alcântara (Lisboa) e Cruz Quebrada (Oeiras), e no BRT – Autocarro de Transporte Rápido, que deverá assegurar a ligação entre Algés (Oeiras) e a rede metropolitana, por exemplo, para a Amadora.

Lembrando a concorrência entre Carris Metropolitana (iniciativa dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa), Carris e outros operadores de transporte, Isaltino Morais considerou que se podia “ir muito mais longe” na integração entre todas as empresas. Sem responder diretamente ao desafio lançado pelo autarca de Oeiras, o presidente da Câmara de Lisboa realçou o trabalho conjunto entre os dois municípios e reforçou que a concretização do LIOS depende dessa união, a que se junta o Metropolitano de Lisboa.

“Esse é o grande projeto do nosso futuro: é conseguir o LIOS”, frisou Carlos Moedas, explicando que existem dois, mas é o projeto do lado de Oeiras que “está mais maduro”, pelo que se pretende “investir rapidamente”, mas para isso há algumas partes técnicas que ainda têm de avançar. O outro LIOS deverá ser entre Santa Apolónia (Lisboa) e Sacavém (Loures).

Sobre o tema da mobilidade sustentável, o autarca de Lisboa lamentou a fricção que existe, após ter recebido críticas por ter começado o dia com uma deslocação em bicicleta. “Temos de tirar a política da área da mobilidade e fazer política pública dentro da mobilidade. Menos ideologia e mais concreto”, defendeu Carlos Moedas, destacando a escolha de Lisboa para integrar o programa da União Europeia “Missão 100 cidades com impacto neutro no clima e inteligentes até 2030”.

O social-democrata enalteceu o investimento previsto da Carris de 170 milhões de euros para a renovação da frota até 2026, considerando que “é importantíssimo para o futuro da mobilidade” e para chegar a 2026 com 80% da frota amiga do ambiente. “Só mudamos em termos de clima, em termos de sustentabilidade, se isso for visível no bolso das pessoas”, expôs o autarca do PSD, recordando a aposta de Lisboa nos transportes públicos gratuitos para os menores de 23 e maiores de 65 anos como um “incentivo positivo”.

Contra a fricção no tema da mobilidade, o presidente da Câmara de Oeiras referiu que é preciso criar condições para todos, nomeadamente para os peões, para quem anda de bicicleta, para quem anda de transportes públicos e para quem anda de transporte individual.

Todos os modos de transporte têm que ser usados, conciliados, e vencerá aquele que naturalmente for o mais amigo do ambiente, isto é o transporte público, tendencialmente elétrico”, indicou Isaltino Morais. A Carris é responsável pelo serviço de transporte público urbano de superfície de passageiros na cidade de Lisboa, sendo, desde 01 de fevereiro de 2017, gerida pela Câmara Municipal de Lisboa.

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Canadá anuncia nova ajuda de 452 milhões de euros à Ucrânia durante visita de Zelensky

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

Esta ajuda, ao longo de três anos, incluirá a entrega a Kiev de cerca de 50 veículos blindados e a formação de pilotos ucranianos em aviões de combate F-16.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, anunciou esta sexta-feira, durante a visita a Otava do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um novo pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 650 milhões de dólares canadianos (452 milhões de euros).

Esta ajuda, ao longo de três anos, incluirá a entrega a Kiev de cerca de 50 veículos blindados e a formação de pilotos ucranianos em aviões de combate F-16, anunciou Trudeau ao parlamento canadiano.

Depois da ONU e de Washington, Zelensky está no Canadá, onde se encontrou com Justin Trudeau e pediu a este país, que tem uma grande diáspora ucraniana que, permaneça ao lado da Ucrânia “até à vitória”.

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Lucro de sociedade da Sonae e Bankinter desce 20% para 291,7 mil euros

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

O grupo como atividade operacional a exploração de dez imóveis, sendo que nove são em Portugal e um em Espanha.

A sociedade Olimpo Real Estate Portugal, SIGI, S.A. (ORES Portugal) lançada pela Sonae Sierra e pelo Bankinter, registou, no primeiro semestre deste ano, lucros de 291,7 mil euros, uma redução de 20% em relação ao período homólogo.

Segundo o relatório e contas da sociedade, publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a sociedade obteve rendimentos de propriedades de investimento de 2,58 milhões de euros, um crescimento de 52% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Este grupo, segundo o relatório, tem como atividade operacional a exploração de dez imóveis, sendo que nove são em Portugal e um em Espanha. O grupo não dispõe de colaboradores, visto que os serviços administrativos e técnicos são assegurados pela Sierra, por um fee (pagamento) mensal.

A sociedade é detida pela Sierra Investments holdings (5,13%), pelo Bankinter (12,01%) e por clientes private banking (82,86%), de acordo com o documento.

A ORES Portugal é a primeira SIGI (Sociedade Portuguesa de Gestão e Investimento Imobiliário) criada em Portugal, replicando no nosso país a experiência desenvolvida em Espanha através da Olimpo Real Estate SOCIMI, igualmente patrocinada e gerida pelo Bankinter e pela Sonae Sierra.

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Governo quer criar “esquadras do cidadão” em juntas de freguesia

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

Este novo conceito das "esquadras do cidadão" será realizado por acordo com as freguesias e o serviço de atendimento será prestado por polícias da PSP.

O Governo quer criar nas juntas de freguesia “esquadras do cidadão”, que vão funcionar como locais de atendimento onde podem ser feitas participações de crimes como furtos, anunciou esta sexta-feira o ministro da Administração Interna.

José Luís Carneiro avançou que este novo conceito das “esquadras do cidadão” será realizado por acordo com as freguesias e o serviço de atendimento será prestado por polícias da PSP.

Temos previsto alterar algumas dimensões do modelo de atendimento, nomeadamente criando a esquadra do cidadão, ou seja, tratar-se-á de termos, nos locais designados pela própria autarquia de freguesia e em diálogo com as autarquias de freguesia e com as câmaras municipais, locais que possam apoiar e servir os cidadãos no atendimento quando têm de fazer participações de determinada tipologia”, disse o ministro.

José Luís Carneiro, que falava aos jornalistas após a cerimónia de posse dos diretores nacionais adjuntos e do inspetor nacional da Polícia de Segurança Pública, precisou que o Governo quer desenvolver este um modelo com caráter experimental, através de um projeto-piloto, com uma avaliação trimestral.

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Carris tem 15 novos elétricos para circular em Lisboa e pretende investir 170 milhões até 2026

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

“A Carris vai investir 170 milhões de euros em renovação da frota até 2026. Até ao início do próximo ano, vamos receber 44 autocarros elétricos", disse o presidente da empresa.

A Carris, empresa municipal de transporte público de Lisboa, adquiriu 15 novos elétricos articulados para a carreira 15E entre Cais do Sodré e Algés (Oeiras) e anunciou esta sexta-feira 170 milhões de euros para renovação da frota até 2026.

Adquirimos 15 elétricos. Hoje vamos iniciar a operação com três. Já cá estão seis. Os outros estão no processo de receção. O sétimo chega na próxima segunda-feira”, referiu o presidente do conselho de administração da Carris, Pedro Bogas, numa cerimónia no espaço da empresa na Estação de Santo Amaro, em Alcântara.

Pedro Bogas disse que os 15 novos elétricos têm maior capacidade de carga, são mais longos, com 28 metros, e são “confortáveis, silenciosos, modernos e amigos do ambiente”, num investimento de 40,4 milhões de euros.

De acordo com o presidente da Carris, os novos elétricos vão operar na carreira 15E, “a linha mais antiga da cidade”, que, neste momento, por força das obras do Plano Geral de Drenagem de Lisboa, está a fazer a ligação entre Cais do Sodré e Algés, mas quando a intervenção terminar vai até à Praça da Figueira e, depois, até Santa Apolónia, prevendo-se que, do lado ocidental, chegue até ao Jamor, no concelho de Oeiras.

“E temos ainda o sonho, a expectativa, de levar a linha até ao Parque das Nações e termos assim o arco ribeirinho com este modo de transporte”, apontou. A Carris festejou esta segunda-feira 151 anos de história, lembrou o responsável, referindo que o sucesso e a longevidade da empresa se prendem com a capacidade de inovação, nomeadamente em 1901 quando foram introduzidos os elétricos e se percebeu que a tração animal já não tinha futuro.

O plano de atuação da Carris tem como mote “a mobilidade inteligente do futuro”, assente na sustentabilidade ambiental e na melhoria da eficiência e qualidade do serviço, com um investimento significativo na renovação da frota, em que se insere a aquisição dos 15 novos elétricos.

“A Carris vai investir 170 milhões de euros em renovação da frota até 2026. Até ao início do próximo ano, vamos receber 44 autocarros elétricos – 30 standard e 14 autocarros mini – e vamos receber ainda 24 autocarros articulados a gás natural”, indicou Pedro Bogas, referindo que, com isto, a empresa tem 50% de frota amiga do ambiente. Em 2026, a empresa prevê adquirir “aproximadamente 350 autocarros a energias limpas” e a frota amiga do ambiente será de 80%, contribuindo a Carris para o desígnio de Lisboa alcançar a neutralidade carbónica em 2030, realçou o responsável.

“O nosso grande adversário é o transporte individual”, expôs o presidente da Carris, revelando que, com a procura atual, a empresa retira entre 120 mil a 130 mil carros por dia, mas, se voltar aos valores de procura histórica, registados no início deste século, poderá retirar da cidade “150 mil a 160 mil carros por dia”.

Além de renovação da frota, a Carris está a apostar no recrutamento de mais tripulantes e na acessibilidade ao serviço, com informação em tempo real para planeamento da viagem e com novas formas de pagamento a bordo, inclusive cartões bancários com tecnologia contactless.

A eficiência da viagem é outra das prioridades, estando a Carris a trabalhar num novo plano de rede, porque o atual já tem 15 anos e “está muito remendado”, pretendendo melhorar a experiência de viagem dos clientes e trazer cada vez mais clientes para o transporte público.

Outro dos investimentos é no património edificado, com quase 50 milhões de euros até 2026, para obras no Elevador de Santa Justa e nas várias estações, mas também para o edifício da Estação de Santo Amaro, que é “a joia da coroa”, onde se pretende “congregar neste espaço o passado, o presente e o futuro da Carris”, nomeadamente recuperar o Palácio dos Condes da Ponte, que está degradado, e melhorar o espaço museológico, para que seja “mais moderno, mais interativo e com maior capacidade”.

O futuro é para nós fundamental e, para estes novos tempos, aquilo que pretendemos é criar em Santo Amaro um campus, um hub da mobilidade onde podemos juntar várias aceleradoras, várias startups para trabalharem connosco e com outros operadores que assim o desejarem na melhoria da mobilidade na cidade de Lisboa e na área metropolitana”, declarou Pedro Bogas. A cerimónia contou com a presença dos presidentes das câmaras de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), e de Oeiras, Isaltino Morais (independente).

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Livrefluxo vende 0,51% da Altri e fica com 12,15%

  • Lusa
  • 22 Setembro 2023

Com esta venda,a Livrefluxo, da qual o administrador Domingos José Vieira de Matos é administrador e acionista dominante, passou a deter 12,15% do capital social da Altri.

A sociedade Livrefluxo vendeu 0,51% do capital da Altri, passando a deter 12,15% do capital da empresa, adiantou, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Segundo a nota, o grupo recebeu da Livrefluxo a informação de que esta alienou entre “os dias 15 e 19 de setembro de 2023, 1.050.000 ações representativas de 0,51% do capital social e dos direitos de voto da Altri, SGPS”.

Segundo a Altri, depois da operação, a Livrefluxo, “da qual o administrador Domingos José Vieira de Matos é administrador e acionista dominante, passou a deter 24.919.010 ações representativas de 12,15% do capital social e dos direitos de voto da Altri”.

A obrigação de comunicação resulta “do facto do administrador Domingos José Vieira de Matos ser também administrador da sociedade Altri”, sendo que “se consideram imputáveis a Domingos José Vieira de Matos um total de 24.919.010 ações, correspondentes a 12,15% do capital e dos direitos de voto” do grupo.

Na quarta-feira, a Livrefluxo anunciou que tinha vendido 0,34% do capital social e dos direitos de voto da Altri, ficando com 12,66% da empresa, segundo um comunicado publicado pela CMVM nesse dia. A Altri fechou esta sexta-feira a sessão na bolsa de Lisboa a cair 1,11% para 4,28 euros.

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